sábado, 6 de outubro de 2012

ELAS ESTUDAM MAIS DO QUE ELES

Os números do IBGE mostram que as mulheres têm escolaridade maior que os homens. Enquanto 10% das brasilienses têm 15 anos ou mais de estudo, 8,57% dos homens estudaram até a faculdade. A diferença se repete no restante do Brasil, quando 4,65% das mulheres e 3,44% dos homens estudaram por 15 anos ou mais. No DF, o maior percentual de homens está na faixa de 11 anos de estudo: 10,43%.

O professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) Ricardo Teixeira explica que os dados são resultado de uma diferença de personalidade entre homens e mulheres. Para ele, as mulheres são mais determinadas e organizadas e, por isso, costumam chegar até o fim dos estudos. "O homem já é mais imediatista. Muitas vezes ele começa a trabalhar e para de estudar", afirma.

A servidora pública Ana Cláudia Resende Jarnalo, 30 anos, nunca parou de estudar, mesmo depois de formada e concursada. Ela terminou o ensino médio e logo entrou na faculdade. Formou-se em publicidade e propaganda no primeiro semestre de 2004 e se matriculou em um cursinho preparatório para concurso público. Foi aprovada menos de um ano depois na Procuradoria do DF, mas continuou estudando até ser aprovada na Câmara Legislativa, em 2006.

A Câmara Legislativa, no entanto, demorou para chamá-la e Ana Cláudia não desistiu de trabalhar em um órgão que pagasse melhor. Em 2008, foi aprovada no concurso do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e ainda fez pós-graduação nesse intervalo. Em 2009, foi, enfim, convocada para a Câmara Legislativa, onde exerce o cargo de consultora técnica legislativa, em revisão de texto. Mesmo assim, não se deu por satisfeita: começou um novo curso superior e é estudante do 4º semestre de letras na Universidade de Brasília.

"Até passar em um concurso de nível superior, estudava por uma questão prática. Sabia que tinha capacidade e queria ganhar mais. Quando estudei para a Câmara Legislativa, passei a ter contato com revisão de textos e tive vontade de estudar letras. Agora, estudo por mim mesma, porque outra graduação não vai me dar adicional de qualificação aqui", conta Ana Cláudia, que pretende ainda fazer um mestrado. "Cursar letras me permite conhecer melhor a área para escolher meu tema de pesquisa." (Fonte: Correio Braziliense).

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