sábado, 25 de maio de 2013

VICENTE DE SOUZA - TEXTOS SOBRE UM GRANDE ARTISTA AMAPAENSE

Perímetro com canas - 1987
A AMAPAENSEVIC
VICENTE DE SOUZA - CANACULTURA
Ensaio do crítico Vicente de Percia
 
 

Canacultura – Terra e cana
Nada mais coerente que o tempo para assimilar a produção artística. Legitimar do ponto de vista crítico de imediato é correr risco, principalmente no circuito das artes plásticas. Os apelos constantes do novo causam equívocos e com eles danos difíceis de serem corrigidos.

O indivíduo saturado de informações precisa repensar para não ser direcionado por uma dinâmica que pode levá-lo a desmobilização, envolvendo-o num clip de ritmo e pensamentos apressados.
Por outro lado, podemos dispor de dados para reavaliar períodos no tocante a essa aceleração, coletando informações precisas e com isso trazendo a tona conceitos e diferenças contidas na própria História.
Hoje é possível afirmar o posicionamento contrário da ARTE POP em função do subjetivismo e hermetismo moderno; a contra partida em denunciar nas artes, a vida farta de signos estéticos e massificados.
Dando ênfase à reflexão através de ciclos, assistimos que para alguns estudiosos o PÓS – MODERNO aparece quando a Bomba atômica é lançada em Hiroshima durante a II Grande Guerra Mundial em agosto de 1945. Outros atribuem seu nascimento a partir do termo usado pelo historiador Toynbee por volta de 1947.
Revisitando as artes plásticas no Brasil em particular nos anos 70, verificamos três artistas que trazem no bojo das suas obras a coerência temática: Antônio Henrique Amaral, bananacultura, São Paulo; Humberto Espindola, bovinocultura, Mato Grosso e Vicente de Souza, canacultura, Amapá.

Há nesses artistas a tarefa voltada para uma temática definida numa interpretação que não descarta o individual de cada um, liberando outros elos de relações especiais com distintos tipos de Culturas desenvolvidas no Brasil.

Diante de um mundo fragmentado surgem, através desses artistas, obras de artes voltadas para uma estética personalizada onde os afazeres do homem estão inseridos. São universos distintos que atendem a um objetivo calcado em raízes repletas de brasilidade e participativa de todos os mecanismos e informações atuantes na contemporaneidade da arte.
Aproveitando esse ciclo social revistamos a obra de Vicente de Souza que até em final dos anos 70, não usava a partícula de, na complementação da assinatura do seu nome em suas obras. Sobre o artista assassinado no início da década de 90, no Rio de Janeiro, comenta Rubem Valentim no Correio Brasiliense caderno 2 de 29 de setembro de 1977: É como artista plástico profundamente comprometido com a busca de uma linguagem Brasileira de Arte – no caso linguagem não verbal que sempre procuro falar, incentivando, sobre artistas mais jovens cujo trabalho se identifica com aspectos da realidade brasileira. A pintura de Vicente Souza chamou-me a atenção na época da realização do III encontro de artistas plásticos visuais do Distrito Federal pela temática cana de açúcar e pela boa qualidade especificamente plástica, que me fizeram, como um dos membros do júri de seleção, escolher esse artista para integrar a representação de Brasília na Bienal / 76 São Paulo. Vicente de Souza usa a cana de açúcar como elemento sigmático o qual transforma em símbolo, porque carregado de historicidade socioeconômica. Signo, acredito virá constituir-se um código que revelará na medida do trabalho seu fazer pessoal dentro da visualidade da arte brasileira.

O Grupo de Agricultores que trabalhavam no canavial, ignoravam que um menino, um pouco crescido para seus nove anos de idade, permanecia durante horas admirando o efeito do vento, produzindo uma ondulação nas folhagens das canas, que segundo ele mais parecia um imenso oceano verde. Não era tampouco um capataz, investigando o andamento dos trabalhos e nenhum compromisso profissional o prendia. Desde criança, sempre que podia estava rabiscando. Mais tarde foi enviado pelo Governo de seu estado, para estudar pintura na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Ao passar dos tempos foi conquistando sua digital e consequentemente um lugar nas Artes Plásticas. Como artista plástico demonstrou ser possuidor de grande talento e dia a dia pôs à prova sua capacidade renovadora, na difícil tarefa de perpetuar o gesto criador.                                                                                                                      

A obra de Vicente de Souza, presente na exposição patrocinada pela Fundação Cultural do Distrito Federal e pelo Centro de Cooperação Cultural, Científico e Tecnológico — MRE, no início dos anos 70, impôs-se por suas realizações no campo da pintura, onde captava a existência em termos plásticos, exprimindo-as de forma genuína e personalizada.

Souza ou de Souza tinha como núcleo temático, a cana de açúcar em suas variadas dimensões ou seja, extrapolava seus limites e exibia através dos produtos derivados ou elementos ligados a sua industrialização novas propostas. Aparecia aos poucos em seus trabalhos esses detalhes, envolvendo-o , trazendo superfícies e signos evocadores de novas dimensões e espaços. Vicente jamais teve que se esforçar, sua vivência e a própria História, trouxeram contribuições cheias de curiosidades montando novos campos de explorações; trazendo para si, o que era para os outros apenas indicações fugitivas.
A “Canacultura” de Vicente de Souza, gradativamente sintetizava suas formas, resvalando para composições, também geometrizantes, com implicações construtivas. Isto nos faz lembrar as palavras de Goethe: — Na limitação se reconhece primeiro o mestre.

Vicente pertence à estirpe dos artistas inquietos que procuravam caracterizar sua época, assim, em cada exposição surgia uma nova face de idealização plástica. Dentro dessas retomadas, continuava na sua antiga trilha - propunha-se a um mergulho em profundidade no espírito do mundo sobre o qual desejava continuar trabalhando.
Com o aparecimento de novos elementos na obra, como o Alfenim, e referencias a cultura do Negro, que teve importante participação no ciclo da cana de açúcar. Vicente moveu-se com desembaraço, sem sublinhar contradições, procurando ao contrário, envolver-se nas combinações desses elementos. Creio que Vicente de Souza, nunca esteve na busca de uma nova modalidade de arte, persistia em simplificar sua estética pictórica e dar seu recado com uma linguagem própria, com perseverança, amor e obstinação.

Nota-se na pintura de Vicente de Souza, uma maneira especial de ordenar as formas da cana de açúcar, ora cortadas; ora juntando-se em ordem progressiva, isoladas, tomando toda a extensão do quadro; congregando outros elementos dentro de um espaço ou contra um espaço traçado com cuidado. Formas que podiam, ou não, encerrar qualidades comparáveis de sentido, gerando um tipo de magia poética, que permanece intencional. Embora, a obra de Vicente de Souza, nos mostre uma clara visão da abordagem do tema CANACULTURA, seu trabalho evidencia por intermédio de sua própria maneira de dizer plasticamente, uma mensagem que torna sua obra embrionária, através dos múltiplos significados que ela já assumiu na mente e transpassa para a o espectador.
A cana de açúcar, teve grande importância na formação econômica brasileira, desde os tempos de Brasil Colônia; e hoje, coloca-se entre as mais importantes fontes de divisa do país, portanto Vicente de Souza, faz do refinamento formal, uma ligação entre as coisas universais e as origens enraizadas no solo nacional.
Em uma de suas fases optou por um mundo de criação rigorosamente organizado, onde a lógica, a progressão, o ritmo, a regularidade como possibilidades de jogo, tornaram-se seus parâmetros. O artista plástico, trabalhava com frequência com os elementos pormenorizados, eficazes e autonomizados das coisas. Com esta concepção foi premio de viagem do Salão Nacional de Arte Moderna, com unanimidade do júri.

Na impressionante amplidão dos interesses do artista, que interpretava de modo pessoal e sensitivo a sua obra, procurava dar o máximo de si, para que seu trabalho atravessasse os tempos e as fronteiras. Inseria no seu fazer constante, uma amplitude das coisas que falassem de brasilidade e de sua formação cultural. Isto conseguiu plenamente na sua curta tragetória, onde referencias criticas positivas, tais como: Antonio Bento, Clarival do Prado Valadares, Flavio de Aquino, Valmir Ayala, Frederico de Morais, Bill Harpp, Reinaldo Roels, Roberto Pontual, Hugo Auler, Adaline Figueredo, José Vicente Salgueiro, Harry Laus, Andreé Locan, Simião Leal, entre outros.
Participou de memoráveis individuais na Galeria de Oscar Seraphico em Brasilia; Galeria Anna Maria Niemeyer e Galeira Bonino no Rio de Janeiro; Galeria Ruth Benzagar em Buenos Aires; Museo Sophia Imber em Caracas; e em varias mostras internacionais.
Vicente de Percia – RJ                                                                 http://www.galeriaaberta.net/forum/topics/vicente-de-souza-canacultura
Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais
Nascimento/Morte
1945 - Amapá
1987 - Rio de Janeiro RJ - 30 de dezembro
Formação
1971 - Rio de Janeiro RJ - Cursa a Escola de Belas Artes da UFRJ, com bolsa de estudo do
Governo do Amapá, estudando com Quirino Campofiorito, Abelardo Zaluar, Onofre
Penteado e Jordão de Oliveira
Cronologia
Pintor, desenhista
1960 - Macapá AP - Pinta um painel para a Escola Industrial de Macapá
1962 - Belém PA - Pinta o Batistério da Igreja Batista
1964 - Rio de Janeiro RJ - Viaja para estudar
1975 - Brasília DF - Vive nessa cidade
Exposições Individuais
1965 - Caiena (Guiana Francesa) - Individual
1970 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Iramar Gallery
1971 - Buenos Aires (Argentina) - Individual, na Galeria Rubbers
1972 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Galeria Founs
1977 - Brasília DF - Individual, na Galeria A da Fundação Cultural do Distrito Federal
1979 - Brasília DF - Individual, na Galeria A da Fundação Cultural do Distrito Federal
1979 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria de Arte da Fundação Casa do Estudante do
Brasil
1980 - Brasília DF - Individual, na Galeria Oscar Seraphico
1981 - Brasília DF - Individual, na ECT Galeria de Arte
1981 - Ribeirão Preto SP - Individual, na Itaugaleria
1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Cimeira Galeria de Arte
Fontes de Pesquisa
CAVALCANTI, Carlos; AYALA, Walmir, org. Dicionário brasileiro de artistas plásticos.
Apresentação de Maria Alice Barroso. Brasília: MEC/INL, 1973-1980. (Dicionários
especializados, 5).
FIGUEREDO, Aline. Artes Plásticas no Centro-Oeste. Aline Figueredo. Cuiabá, UFMT,
MACP, 1979. Bibliografia.
PONTUAL, Roberto. Dicionário das artes plásticas no Brasil. Apresentação de Antônio
Houaiss. Textos de Mário Barata et al. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1969.
SALÃO NACIONAL DE ARTES PLÁSTICAS, 4., 1981, Rio de Janeiro, RJ. IV Salão
Nacional de Artes Plásticas. Texto Mário Brochmann Machado. Rio de Janeiro: Funarte,
1981. 76 p.
SOUZA, Vicente de. Vicente de Souza: pinturas, têmpera. Sao Paulo: Oscar Seraphico
Galeria de Arte, 1980. , il. p&b.
SOUZA, Vicente de. Vicente de Souza. Brasília: ECT Galeria de Arte, 1981. , il. p&b color.
Exposições Coletivas
1965 - Belo Horizonte MG - 21º Salão de Arte Contemporânea
1967 - Petrópolis RJ - 1º Salão Nacional de Pintura Jovem, no Hotel Quitandinha
1968 - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Desenho Humorístico - 1º prêmio
1969 - Curitiba PR - 26º Salão Paranaense, na Federação das Indústrias do Estado do Paraná
1969 - Rio de Janeiro RJ - Salão dos Transportes
1969 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão de Verão
1970 - Campinas SP - 6º Salão de Arte Contemporânea de Campinas, no MACC
1970 - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1970 - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1971 - Rio de Janeiro RJ - 24º Salão Fluminense de Belas Artes
1971 - Rio de Janeiro RJ - Salão Universitário da Faculdade de Arquitetura da UFRJ - 1º
prêmio em desenho
1974 - Rio de Janeiro RJ - 23º Salão Nacional de Arte Moderna
1976 - Brasília DF - 3º Encontro dos Artistas Plásticos de Brasília
1976 - São Paulo SP - Bienal Nacional 76, na Fundação Bienal
1977 - Goiânia GO - 3ª Caixego
1978 - Brasília DF - 1º Documento de Arte Contemporânea do Distrito Federal - prêmio
aquisição
1978 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MNBA
1979 - Rio de Janeiro RJ - 2º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ - prêmio de
viagem ao país
1979 - Brasília DF - 1º Salão de Gravura e Desenho do Centro-Oeste - prêmio em desenho
1980 - Rio de Janeiro RJ - 3º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MNBA
1981 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1981 - 5ª Mostra de Belas Artes Brasil-Japão
1982 - Rio de Janeiro RJ - 5º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1983 - Recife PE - 36º Salão de Artes Plásticas de Pernambuco, no Museu do Estado de
Pernambuco
Textos críticos
"(...) Vicente de Souza usa a cana-de-açúcar como elemento sígnico, o qual se transforma em símbolo, porque carregado de historicidade sócio-econômica. Signo, acredito, virá constituir-se um código que revelará, na medida do trabalho e consequente amadurecimento, seu fazer pessoal dentro da visualidade contemporânea brasileira. No momento atual em que o problema Arte Brasileira surge vivo e polêmico, com os equívocos inevitáveis de falsos e habilidosos buscadores de ´raízes´, é com satisfação que vejo na pintura de Vicente de Souza uma esperança de autenticidade. Sua seriedade, experiência e acúmulo de informações darão sua dimensão própria no futuro, que acredito, seja, juntamente com outros artistas com as mesmas motivações, a conquista de uma linguagem que caracteriza o sentir mestiço do povo brasileiro".
Rubem Valentim
 "Tanto quanto Antonio Henrique do Amaral na fase das bananas e Humberto Espíndola na Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuaisabordagem do tema da cultura do boi, Vicente de Souza alcança paulatinamente um nível crítico de reavaliação da pintura, tomando a cana-de-açúcar como referência. Pode-se detectar, na escolha do motivo, a aproximação do artista (nascido no Amapá e residente em Brasília) do filão, que dá sangue à possibilidade de uma arte nacional, oriunda das raízes regionais, e ampliada na conscientização das conquistas da arte contemporânea no mundo. Filão que tem entre nós, como mestre, o pintor Rubem Valentim, não por acaso também residente em Brasília. A visualidade organizada e a realidade jovem de Brasília como cidade servem de laboratório exato para o florescimento de tão oportunas pesquisas, sem a imposição folclórica e viciosa de outros centros mais curtidos de influência e interesses mercadológicos. Pesquisas de natureza signográfica, como as de Valentim e Vicente de Souza, encontram assim um espaço desobstruído para a evolução natural de suas propostas e projetam naturalmente, em seus respectivos planos históricos, o resultado de uma análise do real, mediante um fecundo distanciamento".
 
Walmir Ayala
VICENTE de Souza: pinturas, têmperas. Textos de Walmir Ayala e Antonio Bento. São Paulo: Oscar Seraphico Galeria de Arte, 1980.
 

CONVITE PARA CERIMÔNIA DE PREMIAÇÃO URANIUM FILM FESTIVAL MAM RIO

3º FESTIVAL INTERNACIONAL DE FILMES SOBRE ENERGIA NUCLEAR

URANIUM FILM FESTIVAL RIO DE JANEIRO 16 A 26 DE MAIO DE 2013

 Temos a honra de convidá-lo(a), com um(a) acompanhante, para a Cerimônia de Premiação do 3º Festival Internacional de Filmes sobre Energia Nuclear, dia 26 de Maio de 2013, domingo, na Cinemateca do Museu de Arte Moderna MAM Rio de Janeiro, às 19 h, Parque do Flamengo (www.mamrio.org).
Por razões administrativas, por gentileza, agradecemos a confirmação de sua presença por email:
info@uraniumfilmfestival.org

Antes da premiação teremos um evento especial no Domingo, dia 26 de Maio, às 14 horas, com a delegação da Associação Hibakusha Brasil Pela Paz, vítimas de Hiroshima e Nagasaki. E será exibido o filme Nagasaki 1945: O Sino de Ângelus. O Presidente da Associação, Sr. Morita, estará presente para conversar com o público. Ele tinha 21 anos quando viu a bomba atômica de Hiroshima explodir em sua frente. Este encontro também contará com a presença da Sra. Watanabe, membro da Associação Hibakusha, e o documentarista argentino Roberto Fernandez, diretor do filme “8:15 de 1945”, um filme sobre as vítimas de Hiroshima.
Os principais parceiros do Festival são a Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio), a Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro (FAETEC) e sua Escola Técnica Estadual Adolpho Bloch, a Fundação Heinrich Boell Brasil e o Istituto Italiano di Cultura. Outros apoiadores são Bar do Mineiro, Armazém São Thiago e Cachaça Magnífica.

Esperamos celebrar juntos os melhores filmes. Se deseja algum esclarecimento, por favor não hesite em contatar-nos, através do email info@uraniumfilmfestival.org ou telefones 021- 7207 6704
Cordialmente

Norbert G. Suchanek
Diretor Geral
Uranium Film Festival

Contato
Marcia Gomes de Oliveira
Diretora Executiva
Uranium Film Festival 
www.uraniumfilmfestival.org
marcia.gomes@uraniumfilmfestival.org

DOIS ANOS

Texto de Ana Maria de Arruda Franco

      Dois anos se passaram e o impacto da notícia da tua partida sanou para parentes e amigos. A vida segue seu rumo.
      Mas um coração (o meu coração de mãe!) jamais será o mesmo: a saudade só aumenta, cada amanhecer é um desafio, uma luta, cada anoitecer uma saudade imensa, uma oração de amor.

      Amo-te, meu filho, e sofro ao pensar que minha alegria, que tanto desejavas, ainda sinto estar muito distante. A tua partida, para mim precoce, é a causa desta melancolia.
      Há dois anos Deus te levou para as esferas celestes; porém, pode passar o tempo que passar e meu coração viverá imerso em terno amor e eterna saudade, com esperança e fé no reencontro.

      Amo-te eternamente, amor meu.

      Teu Nanico, tua mãe.

A MÃE E A POESIA

Texto de Fernando Canto

Pediram-me para fazer uma poesia em homenagem às Mães. Eu questionei comigo mesmo: - Mas por quê? Se a Mãe é a própria poesia. Incontestável, única e abrangente, que brota do fundo do peito desde quando eu morava em seu líquido amniótico. E naquela casa coberta de pele eu ouvia todos os dias, todas as horas e minutos o bater irregular do seu coração, em tempos de sustos e alegrias em que cuidou de mim, até eu nascer.
Por quê? Continuei pensando, se era poético viver naquele licoroso lar longe das angústias que experimentaria no futuro. Por quê? Se logo à primeira hora, chorando com os olhos feridos de luz, o segundo gesto de abrir a boca foi para absorver as proteínas, a lactose e as gorduras do seu leite mágico que entoou o canto da minha vida, apoiado que estava nas sólidas colunas dos seus braços.


Minha mãe, Maria da Saúde, em tela de Olivar Cunha (1988)
A poesia seguiu seu curso com o implacável tempo crescendo em nossa realidade, dentro da nossa família. E você, Mãe, me embalava para conter o choro e a dor da minha estreia, e me abraçava e me ensinava a ler o mundo que a cada dia mudava de paisagem pelas ruas, pelos quintais e pelas praças desenhadas pelos homens, com seus esquadros e lápis filosóficos.

Sempre que a voz do pai severo estrondava pela casa, à vista das birras, manhas e coisas que errado fiz, em vez da repressão, a sua mão carinhosa em meus cabelos protegiam meus sonhos e impunham limites para dizer das coisas que viriam. Certamente era para que a decepção fosse menor que a dor de tê-la brusca nos fracassos e para que a alegria fosse humilde nas vitórias. Você parecia saber, mais do que muitos, do significado da abertura do compasso e da retidão da régua.
Um dia a sua presença virou mais que uma lembrança. Uma memória realizada em poesia onde o leite derramado pela sua candura brilha pela Via-Láctea enfeitando o céu do Arquiteto do Universo.

Por isso, nesta homenagem simples a todas as Mães, afirmo que Mães não morrem nunca. Mães viram estrelas, iluminam nossas sendas pela vida,quando perdidos estamos no escuro de nossas agonias.                                
Mães não morrem nunca, pois deixaram em nossos corações sementes primordiais para uma nova colheita. Mães se transformam em imortal poesia, em palavras e gestos de amor. Elas acendem as lembranças e nos ofertam, onde estiverem, o cálice de vinho para brindarmos à evolução justa e perfeita em busca do sol harmonioso do Criador.

Obrigado, Mãe. Do teu filho radiante de amor e de saudade.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

'AMOR À VIDA' TRANSGRIDE E RECUA

Nova trama das 9 tem mocinha que cede na primeira noite, mas tropeça na lógica médica, universo central da trama

 Cristina Padiglione - O Estado de S.Paulo

Apresentar mocinha de novela ao público e levá-la para a cama no minuto seguinte, em seu primeiro encontro com um sujeito de dreadlocks, convenhamos, é ato corajoso. Ainda que tenha tido 1h40 para apresentar seus personagens e criar o pontapé inicial de seu primeiro folhetim das 9 na Globo, Walcyr Carrasco tinha muito a contar e não havia tempo a perder com encontros preliminares entre as personagens de Paolla Oliveira e Juliano Cazarré. Melhor assim a fingir que isso não acontece na vida real.





Divulgação
Cena de 'Amor à Vida'

Se Amor à Vida transgrediu a máxima de que heroína de novela não cede aos encantos do macho na primeira cantada, pecou feio por não resistir à dramaticidade de um parto natural, aquele onde a parturiente tem respiração ofegante, a equipe médica torce pela força física que expulsará o bebê do útero e a tensão máxima se instala na expressão do rosto do pai da criança. Sim, para efeito teatral, parto natural é uma bênção. Mas, para alguém com pressão alta que corre risco de vida e vira caso de emergência em um hospital bacana - o enredo se encarrega de deixar isso muito claro - opa, alguma coisa está fora da ordem. Carrasco teria outros meios para chegar ao fim desejado: matar mãe e filho, deixando o galã Malvino Salvador livre para encontrar a mocinha Paolla dentro de alguns capítulos.

Que venham dizer que isso é novela e seria preciosismo exigir da ficção uma verossimilhança que muitas vezes nem a vida real tem. De acordo. O caso não é a busca pela realidade, e sim pela lógica mínima. Novela que se apoia em situações reais para narrar seu fardo será cobrada por isso, não há outra saída.

Nada ali aponta para fábula, narrativa farsesca ou realismo fantástico. E se até Harry Potter se calça na lógica para honrar a saga de bruxo em Hogwarts, como ignorar tropeços de folhetim dito contemporâneo realista? Promovida como trama cujo cenário principal se passa em um hospital, Amor à Vida atiçou a expectativa da turma do jaleco branco, que, ao constatar a barbárie do parto fracassado, não consentiu: protestou nas redes sociais contra a irresponsabilidade da Globo.

Vendo aquilo, argumentaram, grávidas do mundo real, vítimas de pressão alta, passariam a temer pelo pior. Não será de se estranhar se, em poucas semanas, surgir um Globo Repórter com leitura científica sobre casos semelhantes. É como a emissora costuma compensar episódios da ficção que geraram mal-entendidos.

E o que levaria Paolla Oliveira naquela mochilinha que a fez de cigana por algum tempo? Rímel é que não faltou, acusava o make up da moça - apesar do esforço demonstrado pela mamãe Susana Vieira, que se diz chocada ao vê-la com unhas e cabelos maltratados. Alguém reparou?

Cazarré menciona sua longa temporada em prisão na Bolívia e pede clemência: "Sabe lá o que é isso?" Teria sido uma deixa para atrair a larga massa corintiana, que sofre pela prisão de torcedores naquele país?

Mateus Solano é o malvado da vez. Não prenuncia ser assim nenhuma Carminha, mas há de promover a catarse do espectador com força muito maior que a robótica Lívia de Cláudia Raia.
Amor à Vida projeta mais expectativa que Salve Jorge, livrando-nos ainda daqueles planos de enquadramento e diálogos insuportavelmente óbvios. Entre mortos e feridos, Carrasco alinhava bons conflitos para os meses que virão e a direção captura uma atmosfera menos fake que a Capadócia do Projac.

II SEMANA DE PLANEJAMENTO INTEGRADO E RECEPÇÃO DOS CALOUROS

A Pró-Reitoria de Ensino e Graduação da Universidade Federal do Amapá (Unifap) promove, no período de 20 a 28 de maio, no auditório da reitoria, a II Semana de Planejamento Integrado e Recepção dos Calouros. O evento é uma forma de garantir a integração dos espaços que constituem a Unifap, possibilitando aos acadêmicos, professores, coordenadores e diretores de departamento de ensino e Pró-Reitorias um momento necessário para organizar o semestre letivo frente às diversas demandas.

 Período: 20 a 28 de maio.

Local: Auditório da Reitoria.

Realização: Universidade Federal do Amapá (UNIFAP).

PROCESSO SELETIVO DO CURSO DE LICENCIATURA INTERCULTURAL INDÍGENA



Foto: Ramiro Esdras.
A Universidade Federal do Amapá está realizando o vestibular para o ingresso de alunos indígenas o Curso de Licenciatura Intercultural Indígena, Campus Binacional do Oiapoque. Este ano houveram 135 candidatos inscritos, disputando as 30 vagas ofertadas pelo curso, que atende os povos indígenas do Amapá e Norte do Pará. No processo cada candidato concorre com outro da mesma etnia, e as vagas são distribuídas da seguinte forma: Karipuna (09), Galibi-Marworno (09), Palikur (06), Waiãpi (03), Apalai e Waiana (01), Tiriyó e Kaxuyaba (01), Galibi-Kalinã (01). O processo seletivo ocorre em duas etapas: uma prova escrita, realizada ontem, 19/05, e entrevistas individuais, que ocorrerão no período de 20 a 25 de maio, no Campus Binacional. Os aprovados formarão a turma de 2013 do Curso de Licenciatura Intercultural Indígena, com início das aulas previsto para 1° de julho.

 

UNIVERSIDADE PORTUGUESA ENTRE AS MELHORES DO MUNDO

O Instituto Superior de Estatística e Gestão de Informação da Universidade Nova de Lisboa acaba de ser eleito uma das melhores instituições de ensino do mundo em investigação e gestão de informação pelo ranking internacional da iSchools, uma organização que compila as universidades líderes nesta área.

Entre a lista de 41 instituições de 15 países diferentes de todo o mundo, o ISEGI surge na 10.ª posição. Está é a primeira vez que uma instituição universitária ibérica integra as escolhas da iSchools.

A excelência do corpo docente, o desenvolvimento e relevância das atividades de investigação desenvolvidas, a qualidade do doutoramento, o impacto da produção científica e o contributo foram os padrões que levaram a que o instituto português integrasse este ranking.

"Ser aceite como membro da iSchools é o reconhecimento de um trabalho que temos vindo a desenvolver desde há vários anos e que nos permitiu integrar este restrito grupo de universidades", afirma Pedro Simões Coelho, diretor do ISEGI, no site oficial do instituto.

O ISEGI anunciou esta quarta-feira a aprovação da organização internacional na sequência da candidatura do instituto para integrar o ranking. Após um "rigoroso processo" de avaliações, o instituto da NOVA mostra que "se encontra ao nível das mais prestigiadas universidades do mundo".

"A nossa orientação para a qualidade, a procura por oportunidades de inovação, a obtenção de níveis de excelência em todas as atividades e os altos níveis de internacionalização no ensino e investigação possibilitam-nos estar agora entre os melhores do mundo", salienta Pedro Simões Coelho.

O ranking exclusivo de instituições de ensino que se especializam na área da gestão da informação integra universidades norte-americanas, como a de Washington, Michigan, California-Berkeley e Carnegie Mellon, a canadiana University of Toronto e a australiana University of Melbourne.

Fonte: Boas Noticias

MACAPÁ

Texto de Ray Cunha
Foto de Juvenal Canto.


Amo muitas cidades. Cada uma delas marcou meu coração. Há, contudo, uma que me ilumina, pois é como uma mulher que desejamos por muito tempo e que de repente está diante de nós, nua, aos primeiros raios do sol de julho. Macapá emerge da boca do rio Amazonas avançando na Linha Imaginária do Equador, e quando a cidade nos engole, mergulhamos num mundo prenhe de jasmineiros que choram nas noites tórridas, merengue, a poesia azul da Alcinéa Maria Cavalcante, a casa do Fernando Canto, que recende ao Caribe de Gabriel García Márquez, mulheres cheirando a Chanel número 5 e maresia, o embalar de uma rede no rio da tarde, mapará com pirão de açaí, tacacá, Cerpinha. Quando entro neste santuário, dispo-me de todas as feridas, e oferto rosas, pedras preciosas e luz, toda a minha riqueza, aos que eu amo, e te chamo, Macapá, de querida! Sempre me perco em ti, e sempre de propósito, numa vertigem da qual só me recupero em Brasília, dias depois. As viagens que fazemos no coração são vertiginosas demais para a pobre física terrena. A casa da minha infância, cada palavra que garimpei em madrugadas eternas, cada gota de álcool com que encharquei meus nervos, cada mulher que amei nos meus trêmulos primeiros versos, cada busca do éter, nas noites alagadas de aguardente, os jardins da casa da Leila, no Igarapé das Mulheres, o Elesbão, a casa da Myrta Graciete, a casa do poeta Isnard Brandão Lima Filho, na Rua Mário Cruz, o Macapá Hotel, o Trapiche Eliezer Levy, estão para sempre no meu coração, que enterrei na Rua Iracema Carvão Nunes.

RODRIGO SANTORO E ANTONIO BANDERAS ESTRELARÃO FILME SOBRE MINEIROS CHILENOS

O ator brasileiro interpretará Florencio, o primeiro homem a ser resgatado da mina

Rodrigo Santoro e o ator espanhol Antonio Banderas foram confirmados no elenco de The 33, filme baseado na história de sobrevivência dos mineiros soterrados por mais de dois meses em uma jazida no norte do Chile, informou na segunda-feira, 20, a revista especializada Variety.


Jordan Strauss/AP
O astro brasileiro Rodrigo Santoro
Banderas interpretará Mario Sepúlvera, o carismático mineiro que recebeu o apelido de "Super Mario". Já Santoro interpretará Florencio, o primeiro homem a ser resgatado da mina.

O anúncio foi feito pelo produtor Mike Medavoy no Festival de Cannes. As filmagens, dirigidas pela mexicana Patricia Riggen, começarão no segundo semestre no Chile.

O roteiro, obra de Mikko Alanne e José Rivera, foca nos fatos ocorridos na jazida San José, em pleno Deserto do Atacama, onde os mineiros permaneceram soterrados por 70 dias a cerca de 700 metros de profundidade antes de seu resgate em outubro de 2010.

O argumento foi escrito em colaboração com os próprios mineiros e inclui detalhes nunca relatados sobre seus primeiros 17 dias sob a terra, antes que conseguissem comunicar-se com o exterior.

"Fiquei fascinada, da mesma forma que o resto do mundo, por todo o drama dos 33 mineiros", disse Patricia Riggen em setembro do ano passado quando foi anunciada como diretora do projeto.

"Foi uma experiência extraordinária reunir-me com eles em pessoa e escutar todos os detalhes sobre sua experiência. Desde seu resgate, sua verdadeira história de sobrevivência não foi contada", declarou a cineasta.

 

 

 

PREFEITURA VAI EMPRESTAR TABLETS NAS 120 PRAÇAS COM WI-FI

Com Rodrigo Burgarelli

A Secretaria Municipal de Serviços vai comprar tablets que poderão ser retirados pela população nas 120 praças de São Paulo onde serão instalados pontos de wi-fi gratuitos. Segundo o secretário da pasta, Simão Pedro, os aparelhos devem ser retirados gratuitamente após a apresentação do documento de identidade, que ficará retido até a devolução.

“Pelo menos uns 40 tablets por praça, esse é o nosso objetivo. A pessoa deixa o documento e fica usando o equipamento na praça com wi-fi”, afirmou Simão ao Estado. Os pontos públicos de internet banda larga serão instalados em todos os 96 distritos de São Paulo, em locais de grande concentração de pessoas, de acordo com o governo.

O edital para a compra dos tablets deve ser publicado até o final de junho, segundo o secretário. A expectativa da Prefeitura é de que o serviço de wi-fi nas praças esteja funcionando em outubro e atenda 190 mil usuários por mês.

Parque do Ibirapuera, na zona sul, deve ser um dos 120 pontos da capital que terão wi-fi

 

PARQUE DO FORTE RECEBE OPERAÇÃO ANJOS DA GUARDA NESTE FIM DE SEMANA

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (Semduh) participará da operação Anjos da Guarda, realizada pela Polícia Militar. A ação acontecerá no próximo domingo, 19, no Parque do Forte, e contará com o apoio da Guarda Municipal, Juizado da Infância e Juventude, Conselho Tutelar, dentre outros órgãos. 

 Esta é a segunda ação realizada este ano e já faz parte do calendário das atividades que reúne esses diferentes órgãos de fiscalização. A ação tem como metas evitar a prática de venda e o consumo de bebidas alcoólicas e de entorpecentes, e coibir que menores permaneçam em situação de risco social. 
Nicéia Jardim, diretora do Departamento de Fiscalização Urbana da Semduh, explica que a ação tem o papel de notificar e acompanhar de que forma as atividades comerciais estão sendo desenvolvidas pelos microempreendedores.

Outra frente de atuação apontada pela diretora é o papel educativo prestado pelos fiscais aos comerciantes. “Nosso trabalho é, antes de tudo, de orientar e organizar os espaços urbanos, para que seja seguido o que ordena a lei de Licenciamento, Autorização e Fiscalização das Atividades Socioeconômicas do município de Macapá, que proíbe a venda de bebidas alcoólicas pelos microempreendedores”, destacou. 
A ação foi planejada devido às várias queixas de frequentadores e moradores das proximidades do Parque do Forte. E as reclamações tendem a aumentar nos fins de semana, quando a movimentação é mais intensa. O local também é bastante visitado por adolescentes, que em meio ao lazer, por vezes cometem delitos. A maioria ocorrências é registrada na 6ª DP, localizada no Trem.

Segundo o titular da Semduh, Éden Paulo, ações em conjunto fazem parte das políticas integradas entre o Município e o Estado. “É importante a atuação do município como esfera essencial na prevenção à violência, e a Semduh está investida do poder de polícia e participa ativamente dessas ações programadas, nas articulações e na busca de consensos sobre os papéis de cada um dos atores sociais”, finalizou o secretário.
Ariane Lopes - Asscom Semduh

Contatos: 9113-5147 / 8121-150

FESTIVAL DE CAMPOS DO JORDÃO ANUNCIA PROGRAMAÇÃO

Violonista Fabio Zanon é o coordenador pedagógico desta edição

Maria Eugênia de Menezes - O Estado de S. Paulo

O Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão anunciou a programação de sua 44ª edição. O maior evento de música erudita do País acontece de 29 de junho a 28 julho e, pela segunda vez, será organizado pela Fundação Osesp. O orçamento previsto para este ano é R$ 6, 2 milhões: 2,5 milhões recebidos do governo do Estado e o restante patrocinado pela iniciativa privada.

Pela primeira vez, o violonista Fabio Zanon assume a coordenação artística-pedagógica do evento. De acordo com a organização do evento, ele deve permanecer no posto por dois anos. Em 2013, Zanon retomou uma importante parceria internacional que havia sido interrompida no ano passado: a Julliard School, de Nova York, volta a enviar professores e estudantes para a cidade. Outros convênios, iniciados em 2012, foram mantidos: com a Royal Academy, de Londres, onde Zanon é professor, e o Conservatório Real de Haia, na Holanda. Outro ponto importante da programação pedagógica que havia sido abandonado em 2012 e será retomado nesta edição é o curso de composição. "Retomamos a classe de composição, que esteve de fora no ano passado, com a presença do presença de compositor Kalevi Aho. Finlandês, Aho atuará como compositor residente do festival. Ao longo de 29 dias, os 144 bolsistas terão aulas e master classes com 50 professores, entre brasileiros e estrangeiros.

A programação deste ano oferece cerca de 60 concertos, entre apresentacoes sinfônicas e de câmara. A direção artística é assinada por Arthur Nestrovski e conta com consultoria artística de Marin Alsop, regente da Osesp. Alsop dará aulas para o curso de regência e também irá reger a orquestra formada por alunos do festival em duas ocasiões. O conjunto também será regido, em outra ocasião, pelo maestro Celso Antunes. Entre os solistas convidados estão a violinista Jennifer Koh, os pianistas Pedro Burmester e Angela Hewitt, o trombonista Jörgen Van Rijen, além do aclamado grupo vocal Single Singers. Eles se apresentarão ao lado de importantes orquestras brasileiras, como a própria Osesp, a OSB - Orquestra Sinfônica Brasileira, e a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. "São músicos que estão entre os maiores de suas áreas no mundo", ressaltou Arthur Nestrovski.

VALORIZAÇÃO DA CULTURA: PREFEITURA ANUNCIA REPASSE DE R$ 60 MIL PARA O CICLO DO MARABAIXO

A Prefeitura Municipal de Macapá (PMM) anunciou nesta sexta-feira, 17, que repassará por meio de convênio com grupos culturais, o valor de R$ 50 mil para o Ciclo do Marabaixo. Tradição secular na capital amapaense, que ocorre nos meses de maio, junho e julho, nos bairros do Laguinho, Santa Rita e comunidade do Curiaú, e na comunidade de Campina Grande. A ação valoriza a cultura e a tradição macapaense. 
O repasse será executado pela Fundação Municipal de Cultura (Fumcult) e beneficiará os grupos culturais Campina Grande (área rural), Pavão, Berço do Marabaixo, Associação Raimundo Ladislau, e Associação Cultural Zeca e Bibi Costa (Azebic). 
O Marabaixo é uma comemoração religiosa que acontece no Amapá, praticada por remanescentes de quilombos, que celebram sua fé por meio da dança e do canto. Estes eventos contam com som do Batuque de caixas de Marabaixo (espécie de tambor) e o consumo da gengibirra, bebida feita à base de gengibre e álcool.

Programação do Ciclo do Marabaixo
19 de maio - Domingo do Divino Espírito Santo - Missa, café da manhã e almoço, Cortejo da Murta da Santíssima Trindade
 11 hs – Almoço (Comidas Típicas) – Praça de Alimentação da Casa do Artesão                                                                                                                                                                12 hs - Violão e Voz (MPA)

14 hs - Lançamento do Cartilha “Tambores no Meio do Mundo”
15hs - Esquenta “Juventude Marabaxeira”

16hs - Início do Cortejo
17hs - Ritual: A Benção da Murta – IGREJA SÃO JOSE

18hs – Roda de Marabaixo – VELHA GUARDA
26 de maio - Domingo da Trindade - Missa, café da manhã e almoço dos inocentes

 27 de maio - Segunda-Feira do Mastro - Levantamento do Mastro da Santíssima Trindade
30 de maio - Corpus Chisti - 5º Marabaixo   
2 de junho - Domingo do Senhor - Derrubada do Mastro e encerramento do Ciclo do Marabaixo 2013

 Elton Tavares – Asscom PMM

FÓSSIL DE JABUTI DE 8 MILHÕES DE ANOS É APRESENTADO POR UNIVERSIDADE DO ACRE

Itaan Arruda, Especial para o Estado

As comemorações dos 30 anos de atividades do Laboratório de Pesquisas Paleontológicas (LPP) da Universidade Federal do Acre (Ufac) começaram nessa terça-feira, 16, com a apresentação da sua nova estrela da coleção fóssil: um jabuti gigante, medindo aproximadamente 1,65 metro de comprimento, 90 centímetros de largura de carapaça e um metro de altura. O gigantesco animal, pertencente ao gênero Chelonoidis, viveu durante o período chamado "Mioceno Superior", há cerca de oito milhões de anos. Seus fragmentos fósseis foram coletados em 1995, no Alto Rio Acre, em área do município de Assis Brasil, e montados nos últimos anos, com auxílio de elementos artificiais que representam as patas e a cabeça do jabuti.

Glauco Capper/Divulgação
Animal mede 1,65 metro de comprimento
 
"Possivelmente, esses jabutis gigantes, cujo hábitat foi a América do Sul, tenham sido os ancestrais diretos dos animais da mesma espécie, também de grandes dimensões, mas não tanto, que hoje podem ser encontrados apenas nas Ilhas Galápagos", explicou o professor Edson Guilherme, doutor em Zoologia pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e membro da equipe do LPP.

Para Guilherme, "esta descoberta é muito importante, porque nos ajuda a entender como era a vida na região amazônica no passado e mostra, de certa forma, que foram da América do Sul que saíram os primeiros jabutis gigantes que colonizaram as ilhas remotas do Oceano Pacífico".