segunda-feira, 30 de novembro de 2009

ESTRADA DO TEMPO

imagem 017

Socorro Monteiro, Rachid e eu em evento na Sede do Trem, em 1984. Nesse tempo só bebíamos coca-cola. Pode ver. A cerveja é por conta do fotógrafo. Nessa época trabalhávamos no Departamento de Turismo da SEPLAN.

SEGUNDA FORMAÇÃO DO FLAMENGUINHO ESPORTE CLUBE

flamenguinho 002 EM PÉ: Marinho Uchôa, Eugênio, Lulu, Marinho, João Cabral, Zé Wilson, Quincas, Agostinho Tupinambá, (não lembro o nome deste), Careca e Jorge Gainete.

AGACHADOS: Bandeira, Bolinha, Carlos, Vevé, Chico, Vilmar, Nazaré e Bala.

domingo, 29 de novembro de 2009

ESTRADA DO TEMPO

Fernando_Coaraci Brabosa

Foto com o saudoso escritor Coaracy Babosa.

FLAMENGUINHO ESPORTE CLUBE E AS CANELAS TUÍRAS

Publicado no jornal “A Gazeta” de domingo, 29/11/2009.

flamenguinho 005 Primeira formação do Flamenguinho Esporte Clube: 1968/1969.

EM PÉ: Gainete, Zé Wilson, Fernando Canto, João Cabral, Quincas Semblano, Agostinho Tupinambá, Eugênio, Lulu, Barriga Mole, Seu Lima e Jorge Cabral.

AGACHADOS: Careca, Carlos, Chico, Vevé, Bolinha, Iran, Marinho, Nardo, Jonas, Valdenor e Nazaré.

Claro que um clube que não forma base não pode se desenvolver. Não era bem esse o caso do Flamenguinho que nem filiado era à matriz lá no Rio de Janeiro. Nascido no bairro do Laguinho sob a coordenação do empresário José Lima, um maranhense que no fim da década de 60 organizou o time, o Flamenguinho era formado por garotos bons de bola na sua maioria oriundos do Morro do Sapo, ali da Rua São José e arredores.

Um time apaixonado pelo Mengão que realizou dezenas de partidas sem perder para qualquer rival da cidade ou do interior. Um plantel - grupo de atletas selecionados - como diziam os locutores esportivos, feito por uma seleção de moleques que só queria mesmo era “bater bola” fosse aonde fosse: na piçarra solta, no campo de terra dura, na grama ou na lama. Em qualquer lugar lá íamos nós jogar com a camiseta hering branca, onde o escudo do time estava cuidadosamente pintado no peito em serigrafia, calção preto e... descalços.

Da minha parte lembro que joguei no time titular na posição meia-direita. Tinha um futebol razoável, mas ao ponto de barrar uns e outros que depois viriam se tornar grandes jogadores aqui  e em outros estados. O primeiro time do Flamenguinho realizou invicto, 56 partidas, graças ao talento de atletas como Zé Wilson Jucá, Bolinha e Vevé, de uma zaga em que estavam João Cabral, Careca, Jonas e Chico. No gol o titular era o Quincas Semblano e o Lulu era o reserva. Havia o Valdenor, o Marinho Louro, O Nardo Tupinambá, o Carlos e o Nazaré. Mais o Eugênio, o Raimundo “Barriga Mole” e o Agostinho (Mimim) Tupinambá. O Jorge Cabral era o assistente técnico e o Jorge “Gainete” era o treinador. Ah, o nosso mascote era o Iran, filho do treinador.

Ainda hoje há quem conteste bravamente os resultados da performance do time. Inclusive o Norberto Tavares, meu amigo, que estudou comigo no GM e depois jogou em clubes semi-profissionais como o Amapá e o São José. Mas isso é coisa do passado. Não vou discutir uma ou duas partidas que possivelmente o time perdeu. Na verdade joguei só essas partidas e venci, acho eu.

Agora vejo essas fotografias com a cara séria desses moleques atrevidos do Morro do Sapo. Meninos que tiveram trajetórias bem diferentes, mas que nunca deixaram de ser craques apesar da tragédia pessoal de alguns.

Não pertenci ao segundo time do Flamenguinho. Nessa altura tinha trocado a bola pelo violão e tocava no Grêmio Jesus de Nazaré e nas missas da juventude da igreja de São Benedito. Zé Wilson e Bolinha jogaram em grandes times locais; Everaldino, o Vevé, virou o “Índio”, atuando pelo Rio Negro de Manaus e Jonas foi um cracão do Esporte Clube Macapá. Eugênio, Chico, Marinho, Lulu, Quincas, Mimim, Nardo, Barriga Mole, Careca e Nazaré viraram funcionários públicos do mesmo jeito que o Gainete, os irmãos Jucá e eu. Carlos voltou para o interior e o Vevé sumiu de vez. Valdenor também. Ah sim, o mascote virou militar.

Decorridos cerca de quarenta anos chegam esparsas e não muito boas notícias sobre aqueles adolescentes de 13, 15, 16 anos. Dizem que Bolinha, com excesso de peso, se recusa a fazer cirurgia de redução de estômago, um e outro têm doença degenerativa, coisas assim.

O fundador e mantenedor do time, seu Lima faleceu ainda jovem, não tanto quanto o zagueiro Cabral que morreu de tiro num acampamento, aos 18 anos, justamente quando servia o Exército em plena zona de conflito armado no Araguaia, sul do Pará.

Na foto que tenho ninguém sorri. Calculo que é por causa do sol do meio do dia derramado sobre o capim seco do velho campo do América, onde um dia tivemos nossas vitórias e cansamos nossos pés em busca de um futuro cheio de glórias que se avistavam além da poeira do campo. E certamente multiplicamos nossos sonhos para mais longe ainda da pose estática da fotografia. Uma foto que “historiadores oficiais” esquecerão, mas que nós nos lembraremos rindo na nossa solidão, quando a voz materna nos mandava tomar banho, á tardinha, para lavarmos bem nossas canelas “tuíras” e cheias de cicatrizes.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

COLUNA CANTO DA AMAZÔNIA

Publicada no jornal “A Gazeta” de 27.11.2009

CLÁSSICO CAIPIRA

maestro_osmar

Maestro Joaquim França e Osmar Jr. trabalhando os arranjos das canções do Projeto Piratuba, A Cantoria no Lago.

No domingo o maestro amapaense Joaquim França participa do espetáculo “Projeto Brasil Clássico Caipira” no Hangar Centro de Convenções, em Belém, sob a direção do consagrado regente Hildo Hora.

Joaquim traz no currículo uma enorme folha de serviços musicais, desde que rege u a banda Oscar Santos, de quem foi aluno em Macapá.

O maestro foi quem arranjou as músicas do novo CD/DVD do cantor Osmar Júnior, que está em fase de masterização.

SINDUFAP

marinalvA Aconteceu na terça-feira passada o primeiro atendimento jurídico aos sindicalizados do Sindufap (Sindicato dos Docentes da Unifap). O atendimento visa discutir a situação do professor em relação a sua progressão docente.

Marinalva Oliveira põe em prática o programa de trabalho que propôs durante a campanha à presidência do Sindicato, que venceu por larga margem de votos.

MOSTRA DE BALÉ INFANTIL

A Federação das Indústrias do Amapá e o Serviço Social da Indústria -SESI, realizarão a XIII Mostra de Dança nesta segunda-feira, dia 30, com o espetáculo “Quando Chegar o Inverno”, no Teatro das Bacabeiras, às 20h00. O espetáculo recontará a fábula de la Fontaine “A Cigarra e a Formiga”

Criada e 1993, a Escola de Balé do SESI atende hoje aos alunos da Escola Visconde de Mauá, que em sua maioria são filhos de dependentes dos industriários. Os ingressos já estão à venda na tesouraria da escola, na Rua Leopoldo Machado, 2749, no bairro do Trem, e no teatro, dia 30.

ANÁLISES CARTOGRÁFICAS

O NUSA – Núcleo de Planejamento, Gestão e Monitoramento Sócio-Ambiental da UNIFAP promove curso de extensão “Técnicas e análises cartográficas com ênfase na arqueologia da paisagem e geoarqueologia”, com carga horária prática de 60 horas.

O curso tem na coordenação o professor Sílvio Wigman Mendes Pereira, com 22 vagas e é destinado a estudantes da universidade que já tenham cursado Cartografia Básica. As atividades serão realizadas em acampamentos fora de Macapá entre os dias 29.11 a 06.12.09.

GENTE DO CHORO

CEARA DA CUICA Como já havia anunciado há dois meses aqui na coluna, o Grupo “Gente do Choro”, da Casa do Gilson, de Belém, vai se apresentar na Casa do Chorinho do Ceará da Cuíca, no próximo dia 03 de dezembro.

Trata-se de uma integração entre os músicos das duas casas, visto que o bandolinista Adamor, que faz parte do grupo paraense, sempre se faz presente em Macapá, desde que iniciou seu aprendizado instrumental com o saudoso Amilar Brenha. Com ele estarão tocando Gilson (cavaquinho), Cardosainho, Paulinho Moura e Geraldão(violão) Mininéia (percussão), entre outros.

FUNDO CULTURAL

Parece que a audiência na Câmara dos Vereadores para tratar do Fundo Municipal de Cultura não foi bem um mar de rosas. A ausência de onze vereadores do plenário provocou o protesto de vários representantes de organizações culturais ali presentes.

Ora, discutir cultura com os “representantes do povo”, sem a presença de 1/3 deles me parece meio incoerente para vereadores que acham que sabem tudo. Deviam pelo menos ficar para aprender a ter compromisso com um segmento importante e formador de opinião. A polêmica se estendeu nas ondas do rádio e parece que vai continuar.

NOSSACASA

jonas_banhos O produtor cultural independente Jonas Banhos é outro que anda descontente com o que a Prefeitura vem fazendo com a sua biblioteca popular do projeto “NossaCasa de Cultura e Cidadania”. Jonas até escreveu um poema denominado “Pobre Macapá. Bar pode, biblioteca não pode”. Ele empresta livros e revistas na parada de ônibus da Ernestino Borges.

LUIZ JORGE

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Luiz Jorge e eu em Macapá, por volta de 1982.

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Luiz Jorge e Pedro Ramos. A imagem está deteriorada mas a amizade continua firme.

Impressionante a força poético-descritiva de Luiz Jorge Ferreira. Poeta, músico e compositor que se fez médico e foi morar em Belém, depois em São Paulo.

A releitura de suas obras me faz pensar, sobretudo, em um mar de lembranças que passam em ondas quando ando pela orla e vejo o “Amazonas mar-moreno” da sua obra. Autor de “Berro Verde”, “Tempos do Meu Tempo” ”Cão Vadio”, e de outros mais, Luiz Jorge também traz na sua discografia os álbuns “Lua d’Água” e “Pássaro de Breu”.

Seu poema memorial “Macapaueira” traz a nitidez da vida da cidade antes do esquecimento.

MACAPAUEIRA

Luiz Jorge Ferreira

A rua da frente

(tinha que começar por alguma rua, embora

todas sejam ruas nuas e cruas,

coma sensação de serpentinas d’um carnaval

que houve)

ela vai dar à rua da casa, morada no comércio

e quebra no fim da entrada

ao começo da igreja

D’aí, as ruas são ruas

Que por sua frescura do tempo-espaço

Cruzam-se em frente ângulos

Que eu engulo como cantos

Pelos quatros cantos desentôo...

Uma delas em frente ao grupo escolar

Dentro dele um monte de espaços preenchidos

A praça do Barão, a palmeira centrada

Veste mais verde a sombra da chegada

(olhar as bancas de tacacá,

o cheiro que sobe das panelas de mingau)

dentro do grupo os cadernos escolares

apagados de saliva-borracha.

Parti. Cheguei. Suado

Banhado de Araxá.

Chocalhando as Arrais que por lá vivem

E muito,

Espreguiçam esta passagem, de paisagem do chão mar

(como dizem muitos, acho o Amazonas mar-moreno).

Quem é o Lago dos Índios, p’ra negar um beijo ao Sol

E ao córrego do aeroporto, a agourar a ponte de tábuas,

Só os passos do carvoeiro,

A última rua que eu veja lá

Tem o nome que desconhece

Sempre lhe dou o nome, por um novo velho,

Amigo velho novo, que morre nela,

Rua da casa do Pedro.

Rua da casa do Zé.

Como traças elas traçam, retângulos.

Pretos, negros, brancos, vermelho-pó.

Nem por isso há raças, e sim

Macapaenses, macapaueiros, macapaueiras!

Olha a farinha do Curiaú,

Na fumaça dom pirão

A espinha do tamuatá.

Peço que corra vinho de açaí nas tuas veias

Trem que vem, trem que passa.

Praça do Trem! Eu lá.

Praça do Hotel! Eu lá.

Matriz da Praça! Eu lá.

São Benedito, corra com esta trouxa

Que a velha moça

Te canta o hino

Te cose a calça

Remenda o fundo

Oiando o fundo Deus dará.

Aquelazinha passa p’ra dentro

Que as promessas de pais, podem te manchar o vestido novo.

Manganês, manga-inês.

Preciso conversar contigo Laguinho.

Mudaste de nome?

Tua tabatinga, teu barro, tua piçarra, tua molecada

Moldando o soldado do pé, mudaram?

O Poço do mato tem...

Camapu, mato tem

Cantiga de pai de santo, mato tem

Escoteiros e sacanas, mato tem

Marabaixo, batuque e o boi-bumbá, mato tem.

Duvido que haja mais tarol rompante

Que doravante, d’outros tempos saia

Surdina e ronco, por trás dos roucos

Movimentos de marcha.

Não tem mais Doca da Fortaleza

O cheiro do pitiú, sumiu

Como por encanto, no entanto os urubus jamais viraram

garças

Coro de onça, desgraça

Nem o som que o vento aciuma

Em cima das velas-guias

Te guia ao som do Pecó.

Macapauera.

Por que as noites são vestes negras como um tempo

E os pirilampos comensais da escuridão,

Voando estão.

Então as estrelas, berros de amor

Poeiras dos tempos,

Ajeitam tuas sobrancelhas?

São versos Macapá

De poetas mudos dos muitos que tens visto

Por mares nunca ou sempre navegados,

De bicicleta, de versos, de reversos,

Em tombadilhos sumidos.

Canoa de Afuá, canoa do Jari

Canoa do Bailique, vem destas bandas d’aqui

P’ras bandas de lá do peito, me levem

Chove com força, chuva!

Estas ruas que se curvam

Aporrinhastes a curva dos meus olhos

-estão de conversa

comigo há muitos anos-

De pé conversei com a s areias da Fazendinha

Amigadas com os mururés

Por lá, a Sofia Cobra-mulher

Boiúna, dos castelos papa-chibés

Das borralheiras no reino da tabatinga,

Me guarda pr’a deflorar.

Macapaueira...

A linha do papagaio, deste moleque tingido

Tá de nó com o Equador

Eu tou de nó com o amor

A esperança de nó com a felicidade

Perdeu o barco no porto-trapiche

Tomou sorvete de côco

E brinco com a mocidade, na “Banda”

Tangendo o boi de rabo teso.

“Teje preso”, Senhor pesca-dor

felícia deixe o sobrado

que o céu parece teu mato

larga o mormaço do corpo

que estas ruas que se cruzam,

molham mais que o suor

no mastro do Espírito-Santo

na festa do meio do ano.

Teje vivo, senhor chefe

O rio da noite secou

Traíra que veio n’água

O Zé Bugelo pescou

Cedendo comida ao Berto

Que a mãe-de-leite criou.

Macapaueira.

As ruas assim como são

Cruzam aqui e ali

A lua não forma sombras

Apesar de muitas bananeiras

Terem folhas novas, nos quintais.

E pede baixinho, num sussurro

(para que os tambores do marabaixo

não cresçam no repinique).

Ei, poeta.

Esconde meus vestidos de samambaia

Ponha esta noite morena, nesta saia e saia

Que a poeira sobe, a rua não vê.

Ela doida p’rá xixar

Tem vergonha desta rua, recruzada.

Eu sempre presente como ontem

Aponto adiante de lá, o lugar

Onde não cruzam ruas.

E a lua, nua

Faz a precisão.

Eu morto de sono, sonho que adormeço

Assim não meço as coxas da lua

O sexo da rua

Nem noto a presença de um vira-lata

Que foi de um vizinho

Agora é das pulgas, latindo.

A rua da frente tem razão

De se meter com o rio.

Da esquina d’ontem, a Av. Recordação

Ela sempre soube que as outras ruas mentem.

Que eu minto, e que lua, não tem muitos Macapás

P’ra ficar escolhendo um canto qualquer,

Com medo que se flagre a verdade

A lua é um poema de carne-e-osso.

Macapá, um gole de cachaça, uma posta de peixe, o

chuvisco no telhado

E a rede estirada no saguão.

ZUNIDOR

Nossa Senhora Dia primeiro a 13 de dezembro acontece a festa em homenagem a N.S. da Conceição no Curiaú, especialmente na famosa Casa do Gorgia.

Como diz o Heraldo Almeida: - Tá na hora de rever seu “coração maldito”. Está chegando o Natal, é hora de procurar ‘uma pessoa amiga pra abraçar’.

prego Nosso ilustre Manoel Torrinha, conhecido como “Prego” costuma dizer, numa pregação ideológica quase platônica (Platão não gostava de poetas!) que “o grande problema deste Amapá é que aqui tem demais poeta”. Vates do exército industrial de reserva uni-vos!

Secretário Maneca, depois do sucesso do Encontro dos Tambores, agora segue sua meta de realizar o projeto Amapáafro e se transferir com Seafro e tudo para o Centro de Cultura Negra, no Laguinho, que fica abandonado o ano inteiro.

Só meu São Jusa que quando não perde, empata.

Tá chegando o “Adoradores do Sol”.

Inderê! Volto zunindo na sexta.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

A CULTURA NA EDUCAÇÃO

Publicado no jornal “A Gazeta” de domingo, 22/11/2009

Quando dizia, e lá se vão mais de três décadas, que dançava marabaixo e batuque algumas pessoas sorriam zombeteiras, e diziam: “tu vais lá no meio dos pretos porque és estudante de sociologia”. E até hoje quando defendo a comunidade negra e a sua cultura, preciso de certo esforço para tentar mudar a cara conservadora e racista de muitas pessoas “esclarecidas”, que usam da ironia e da piada para expressar verdadeiramente o que pensam sobre etnia, educação e cultura.

Valorizo a cultura regional porque é dela que vivo. Defendo com garra a regionalização da nossa cultura porque fazendo isso creio multiplicar o seu fortalecimento contra as perniciosidades da globalização, além de estar cooperando para o direcionamento de uma educação formal com suas especificidades.

Sabe-se que a educação ainda é uma “carta de intenções” colada às constituições da maioria das nações, principalmente das nações pobres, nas quais os quadros administrativos são sempre repressivos e hostis. Nessas nações passam longe características da educação que entre outros pontos visam reconhecer e respeitar as diferenças no plano individual e combater os preconceitos, discriminações e os privilégios no plano social. Educar, dizem os educadores, é também levar cada cidadão à fé no seu próprio potencial como agente de transformação qualitativa da própria vida e do mundo onde está inserido. Mas em muitos lugares os alunos recebem “matéria” em vez de se enriquecerem com o conhecimento. A cultura é que enriquece a alma e nos faz crescer.

Educadores falam que a educação formal vive ainda nas amarras da herança positivista-funcionalista, pois a Escola nem sempre prepara o cidadão para a crítica. Na prática, dizem eles, ela introjeta uma concepção de mundo quase submissa, intimidada, que arrefece a sua identidade e historicidade. A Escola muitas vezes é moralista, autoritária, repressiva e opressiva. Cumpre seu papel de censor ao reprimir, punir e suprimir os sonhos e as buscas individuais e coletivas. Os professores se preocupam e se perguntam: ora, se a realidade formal é assim, como caracterizamos nossa prática didático-pedagógica se reafirmamos todo o tempo essa concepção de sociedade, de política? Pelo meu lado costumo dizer que cultura é tudo aquilo que gera emoção. Contudo pergunto: como gerar essa emoção, como sistematizar a cultura no contexto da educação formal? Penso que só quando a olharmos num processo de interação afetiva, agindo e interagindo na sociedade, pois como cidadãos temos que assumir, cada um de nós, essa missão transformadora, sendo espécies de co-autores de uma utopia mais que necessária

Mas os professores ainda se perguntam: como vou transformar tudo isso? Como vou avaliar um aluno somente sob o ponto de vista didático-pedagógico? É certo que outros processos virão para reparar essa temida prática de juízo de valor, nem sempre justa. Por isso é preciso fazer da educação um processo integrador das práticas culturais. Práticas essas que contemplem Políticas de Cultura, que estimulem a solidariedade e não vejam a cultura apenas como um bem de consumo. Políticas que incluam os excluídos, para que seja um processo de criação em todos os níveis a fim de promover os valores humanos e privilegiar o conceito de cidadania e de democracia.

Ainda bem que novas medidas interativas entre educação formal e cultura saíram recentemente do papel e deverão contemplar, no ensino fundamental, a história e a cultura daqueles que precisam fortalecer sua identidade. Penso que isso será bom para os educadores, para os produtores culturais, para os alunos e para a educação brasileira.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

RUMOS DA CULTURA MACAPAENSE

marcelo_dias Vereador e músico Marcelo Dias chamando todo mundo para a Audiência Pública “Rumos da Cultura Macapaense” que acontecerá nesta terça-feira 24/11 a partir das 09:00h na Câmara de Vereadores de Macapá.

ITINERÂNCIAS & ENCONTROADAS

show_jomasam

Show do meu amigo Jomassan, na UNA. Ao fundo o Maestro Manoel Cordeiro.

rogério_boêmios

Rogério, da Universidade de Samba Boêmios do Laguinho, muito bem acompanhado.

tica_lemos_maria_josé Tica Lemos e Maria José.

ronaldo_abreu_lieteRonaldo Abreu e Liete.

Pelé_maracatu

Pelé, da Escolade Samba Maracatu da Favela.

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Paulo Sidney.

nivito

Nivito Guedes, novo visual para o show da UNA.

leleo_a0_vento

Leleo, meu neto. Itinerando comigo pelo Igarapé das Mulheres.

bonfim_salgado

Jornalista Bonfim Salgado estreando novo celular. Respeite o tamanho!

O SALto mortal do peixE engAsgaDOR

peixe

Todos riam sem acreditar na história que eu contava. Aí, eu tirava logo da carteira um amarelo recorte de jornal e mostrava a eles que não era mentiroso. Ainda comentava que o jornal concorrente publicara àquele dia o fato, a foto e a desgraça de um cara muito azarado que morrera de má sorte entalado por um peixe.

O pescador infortunado Natan Coelho de Tal saiu com mais dois amigos numa pequena canoa no Furo do Maguari para pescar douradas e garantir o alimento da prole faminta e doente. Aproveitaram a lua cheia para tomar umas pingas enquanto os peixes brincavam com caruanas loirinhos ali no fundo do rio.

Natan Coelho de Tal, o primeiro a se embriagar, deitou-se na canoa ressonando seu cansaço de trabalhador e pai, bocejando a toda hora com a face para o luar, sem esperar a desdita que o rio ali lhe ofertava.

Foi então, bem de repente, que um peixe prateado pulou de dentro d’água e se alojou na garganta do pescador desgraçado. Ele acordou-se sofrendo, mas nenhum dos seus amigos entendeu o que se passava.

Só depois de muito tempo quando o sangue do infeliz fugia pelos buracos é que foram compreender o que havia acontecido. Então levaram Natan para um hospital da cidade, em vão, porque no caminho o pescador já era morto. Mortinho como o tal peixe que numa noite enluarada morreu por falta de ar.

Publicado no livro equinoCIO – Textuário do Meio do Mundo, Paka-Tatu, Belém-PA. 2004

mensAgens DA amaZÔNIA

De amor

Mensagem para a senhorita Ana Maria Moizinho na localidade de Carrapato do Piririm. “Ana Maria eu soube pelo Miguel Jesus que tu estás grávida. Eu estou muito feliz porque vou ser pai. Quero que saibas que te amo muito. Estou mandando um dinheiro pelo nosso futuro compadre e assim que puder vou aí. Prepara o açaí que o jabá eu levo quando for. Assina teu marido Cesário”.

Pedimos a quem ouvir esta mensagem favor transmiti-la ao destinatário.

De votos

Mensagem para os moradores do Furo do Jacarezinho e toda a região do Curral do Lemos. “Alô, Alô rapaziada preparem o torneio de futebol e o salão comunitário que eu já ordenei ao Arlindo para matar quatro bois da fazenda para a festa da minha vitória no sábado. Estou levando a cerveja gelada e os refrigerantes para as crianças. Quero todo mundo lá, mas sem confusão, senão não vai ter festa. Assina o Deputado Deocleciano Lemos”.

Pedimos a quem ouvir esta mensagem favor retransmiti-la aos destinatários.

De devotos

Atenção, atenção. Mensagem para a dona Raimunda Picanço no Siriubal do rio São Raimundo do Pirativa: “Informo que estarei chegando no próximo Domingo para a festa de São Raimundo. Esquente logo as caixas de Marabaixo para a gente dançar e tomar muita gengibirra. O Raimundinho vai comigo. Não esqueça de convidar a comunidade. Assina Antônio Juvenal Salgado”.

Pede-se a quem ouvir esta mensagem transmiti-la à destinatária.

De desgraça

Mensagem para o senhor Onésimo do Carmo na Currutela do Machico, no rio Cassiporé: “Compadre, lamento informar que sua esposa Zefinha faleceu no Hospital do Pronto Socorro depois que foi atropelada por um caminhão no bairro Jardim Felicidade. Seu filho Janary quebrou uma perna, mas passa bem. Venha urgente, mas se não puder vir logo, mande umas gramas de ouro para pagar o enterro e comprar remédio, porque o motorista atropelador fugiu e a polícia ainda não encontrou seu paradeiro. Assina seu primo e compadre João do Ouro”.

Pede-se a quem ouvir esta mensagem transmiti-la ao destinatário.

Publicado no livro equinoCIO – Textuário do Meio do Mundo, Paka-Tatu, Belém-PA. 2004

VInte e quaTro cARAS

24_caras

Vinte e quatro ladrões deidéisalheias, vinte e quatro Karaikos sem identidade, vinte e quatro alimárias, vinte e quatro fedegosos, vinte e quatro desativos, vinte e quatro legistijolos, vinte e quatro esbugalhados, vinte e quatro moscamortas, vinte e quatro sanguesugas, vinte e quatro harpias, vinte e quatro térmitas, vinte e quatro algoterríveis, vinte e quatro dãoecomis, vinte e quatro manganeses, vinte e quatro poluídos, vinte e quatro deolhonodinheiro, vinte e quatro aves de rapina, vinte e quatro cabrassafados, vinte e quatro esconjurados, vinte e quatro trajanotraidores, vinte e quatro povoenganadores, vinte e quatro zangarrilhos, vinte e quatro ligeiros, vinte e quatro enviados do Fute e uns três ou quatro separados do veneno.

Vinte e quatro pinguinsebosos, vinte e quatro festativos, vinte e quatro silvériosdosreis, vinte e quatro ferrabrases, vinte e quatro alucinados, vinte e quatro curupiras, vinte e quatro bestas do apocalipse, vinte e quatro pseudoretardados, vinte e quatro vampiros da floresta, vinte e quatro carcinomas metastásicos, vinte e quatro xixilados, vinte e quatro decadentes e uns dois ou três que ainda tem olhos.

Vinte e quatro bobovelhos, vinte e quatro morcegos hematófagos, vinte e quatro reiscaldeira, vinte e quatro bailesdemáscas, vinte e quatro ratosdeesgoto, vinte e quatro judas, vinte e quatro traíras, vinte e quatro solipsos, vinte e quatro surucucus, vinte e quatro lacraus, vinte e quatro pretensos nababos, vinte e quatro pantagruélicos, vinte e quatro onívoros, vinte e quatro lambe-sacos-e bigodes, vinte e quatro pantófagos, vinte e quatro pinóquios, vinte e quatro febres quartãs, vinte e quatro cleptomaníacos, vinte e quatro xerimbados, vinte e quatro blefadores, vinte e quatro assimdeolho, vinte e quatro oxiúros, vinte e quatro cabas-de-igreja, vinte e quatro nanicos anatematizados e um ou dois votovencidos

Publicado no livro equinoCIO – Textuário do Meio do Mundo, Paka-Tatu, Belém-PA. 2004

partIR/ficar/PARtIR

Viajo com nunca. Todos perguntam ou querem adivinhar minha origem e ainda especulam sobre meu modo de ser imprevisível. Por ser assim, e hábil em minha arte, recebo das mulheres e das crianças elogios que não sei se mereço, da mesma forma que percebo os olhares impiedosos dos medíocres.

Como eu mesmo, ninguém sabe meu destino porque ao partir fico e ao ficar parto.

Nunca revelo o segredo do partir nem o descanso imaginário do meio do caminho. Eu trago o grito desesperado das ariranhas no cio, o vôo agourento dos anuns e o desengonçado pouso do urubu-rei sobre a carniça. Meus defeitos estão à vista, não sou dado à perfeição porque ao ficar parto e ao partir fico.

Publicado no livro equinoCIO – Textuário do Meio do Mundo, Paka-Tatu, Belém-PA. 2004

sábado, 21 de novembro de 2009

A FILA

Publicado no Jornal do Dia em agosto de 2007

fila (1) Uma fileira de pessoas que chegam e se põem umas atrás das outras por ordem cronológica em algum lugar em que querem obter algum serviço ou coisa semelhante é uma fila. Seria, pelo seu valor consuetudinário, a coisa mais simples e democrática deste mundo. Cada qual no seu direito de ser atendido conforme a sua vez de chegada.

Mas no Brasil a fila nem sempre é uma coisa simples. É sempre objeto de leis organizativas em centenas de municípios. São famosas as filas inquietantes e desumanas, onde até já morreu gente como em hospitais, bancos, transportes, serviços de pagamentos de água e luz, e até nas infindáveis “filas do INSS”. Muitos problemas de tempo já foram solucionados por meio desses expedientes obrigatórios ou mesmo desburocratizantes que as próprias instituições que a utilizam no dia-a-dia o fazem para diminuir custos. Não pensem que é para ajudar os pobrezinhos dos clientes: grávidas, idosos, mulheres com crianças de colo e pessoas deficientes são beneficiadas mais por causa das leis humanizantes do que pela condescendência dos banqueiros, de seus afins e concessionários de serviços públicos.

Estar em uma fila é uma situação muitas vezes chata por causa da espera obrigatória. A pressa, o tempo que o trabalho impõe para um horário corrido e apertado condiciona a todos. Por isso muitas vezes se criam categorias especiais para atendimento, como o cliente especial dos bancos, que por ter mais dinheiro que os clientes normais, é atendido com presteza, rápido, e com um grande sorriso de satisfação. Enquanto os enfileirados suam, o “especial” se desvencilha do compromisso para ir em busca de mais ganhos, afinal o tempo é dinheiro.

E é nesse contexto que a gente mais observa as características dos que passam longo tempo em filas. A figura do cara-de-pau, por exemplo, aquele ser dissimulado que quer ter vantagem em tudo, é o conhecido “furão”, um peculiar malandro brasileiro. Ele chega e começa a conversar com um suposto amigo que lhe reservou lugar e fica lá até ser atendido. Ninguém fala nada, mas você fica indignado e pensa: – Deixa essa p. pra lá! É comum quando você já está perto de chegar ao guichê aparecer uns cinco ou seis dizendo que já estavam na fila, que marcaram o lugar. Você se assusta, mas não tem jeito. Brigar pra quê? Há aqueles que ao saberem que vão demorar começam a puxar papo e daqui a pouco se tornam íntimos nas suas conversas, mesmo sabendo que dificilmente tornarão a se encontrar. Existe a figura do organizador de fila, principalmente nas casas lotéricas, quando tem muita gente e chove, ou o sol da tarde bate forte. Há os reclamantes, que dizem que a fila não anda ou que alguém está fazendo apostas pelos outros e que vai, portanto, demorar mais. Não é difícil encontrar nos caixas eletrônicos aquela figura que deixou para fazer todos seus pagamentos naquele dia, justo na sua frente, quando você precisa urgentemente retirar dinheiro para pagar o táxi ou o gás que acabou pertinho do almoço. E os cambistas nas filas dos estádios e dos shows de artistas famosos? Esses, com o perdão do trocadilho, são impagáveis. Porém, pior mesmo são aqueles filistas. Filistas? Se a palavra não existe, passa agora a existir para nomear os portadores de celulares que ficam atrás da gente falando alto e fazendo da fila um escritório. Estes não alugam, eles filam (pedem) nossos ouvidos. Para finalizar lembro daquele que chega todo sorridente atrás da gente e faz a pergunta imbecil: - O senhor é o último?

Os portugueses chamam bicha para fila. E certa vez um amapaense foi a Portugal e, meio malandro, tentou furar a fila no supermercado, pois estava com pressa. Os portugueses se indignaram e gritaram em uníssono: - Olha a bicha, olha a bicha! E ele, assustado, perguntou: - Como é que vocês me descobriram aqui em Portugal, geeen-te do céu?

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

COLUNA CANTO DA AMAZÔNIA

Publicada no jornal A Gazeta de 20/11/2009

CENTRO DE ESTUDOS DA AMAZÔNIA

placa Foi inaugurado na segunda-feira passada o prédio do Centro de Estudos da Amazônia no campus da Unifap, um projeto financiado pela Finep através da Fundap, que será operacionalizado pelas unidades que compõem a RIPAP – Rede de Pesquisa do Estado do Amapá (Setec, Iepa, Ueap, Unifap e Embrapa).

Os representantes das instituições foram unânimes em afirmar que a esperada infra-estrutura para a pesquisa se consolida com iniciativas como essa, visto o crescimento do setor e o interesse dos estudantes universitários pela pesquisa científica.

Foto: Fernando Canto, com sombra :)

VIAGEM À ÁSIA

ac_fariasO secretário Antonio Carlos Farias em conversa informal revelou que sua viagem à Indonésia com a comitiva do Governo e Prefeitura foi muito proveitosa. Os empresários de lá acham que como vantagem comparativa o Amapá é o melhor lugar para investir na Amazônia. O poderoso grupo Salim, que produz alimentos a partir da imensa plantação de dendê naquele arquipélago asiático, também produz cimento e é um dos investidores interessados em se estabelecer no nosso Estado.

VIAGEM À ÁSIA 2

A comitiva esteve visitando as diversas ilhas daquele país, tendo inclusive ido a Bali, famosa pelos campeonatos populares de brigas de galo, tendo merecido um interessante estudo chamado “A Interpretação das Culturas”, de Cliford Geertz, O autor afirmas que as pessoas que as assistem se transformam em galos, assim meio parecido conosco quando viramos jogadores de futebol assistindo a uma partida.

AC Farias disse que Bali foi o lugar mais bonito que viu nessa viagem, principalmente pelas belezas do artesanato local, embora para chegar lá tenha passado por Dubai, considerada uma cidade fantástica pelas ousadias arquitetônicas. É uma cidade que não tem nada feio, mas é artificial, disse o secretário.

EXPOSIÇÃO DE FULVIO

pe_aldenor A Diocese de Macapá vai organizar uma exposição de pinturas do falecido padre Fúlvio Giuliani, prevista para junho de 2010, por ocasião do encerramento do Ano Sacerdotal e a festa do Sagrado Coração de Jesus.

O curador da exposição será o padre Aldenor Santos, que é mestre em Comunicação e doutor em Semiótica pala Universidade de Roma. Aldenor pretende expor em torno de 70 obras recuperadas do padre-pintor, entre as quais os seus primeiros quadros feitos em Macapá desde 1963, quando veio ainda jovem trabalhar como missionário leigo pelo Pontifício Instituto da Missões Estrangeiras - PIME.

Fúlvio morreu em 2007 e deixou inúmeras obras espalhadas pelos países que atuou como missionário, tendo se especializado em pintura bizantina. Um belo livro sobre sua vida e obra foi publicado recentemente na Itália, dando-lhe um lugar de honra na história da pintura daquele país.

INDUSTRIALIZAÇÃO DA AMAZÔNIA

claudia_chelala A professora Cláudia Chelala, pró-reitora de Administração e Planejamento da Universidade Federal do Amapá, vai defender sua tese de doutorado pelo Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da UFPA no próximo dia 04 de dezembro.

A tese de Cláudia se chama “A Industrialização da Amazônia Oriental – Pará e Amapá -1967-2007”. Seu orientador é o professor doutor Fábio Castro da Silva, do NAEA.

ORIGENS AMAPAENSES

Encontrei no códice 158 do Arquivo Público do Pará este documento datado de 25.01.1765., no qual o comandante da vila de Macapá, Nuno da Cunha de Atayde Varona, participa a Atayde Teive, governador do Pará, que fica “certo da louvável providência que V.Exa. deu em benefício da fortificação desta praça, aumentando-lhe o número de operários com 200 pretos vindos de Angola”.

ZUNIDOR

Ronaldo Abreu disse que não dá canhoto de ingresso no seu bar. A mulher de quem assiste ao jogo vai ter que acreditar que aqui só tem cara direito, arrematou.

reitor_jose_carlos O reitor José Carlos Tavares, anunciou a aprovação pelo MEC do curso de Ciências Biológicas para Oiapoque, com disponibilização de 18 milhões de reais para a implantação de infra-estrutura e Laboratórios. O curso funcionará dentro do projeto de integração Brasil-França, para 2010, através da UNIFAP.

O 29º Congresso da ANDES-ST será realizado em Belém, no campus da UFPA entre 26 e 31 de janeiro. O tema é “Contrarreforma Universitária, ataques à carreira e ao trabalho docente: desafios da ANDESA-ST na luta em desfesa da Universidade Pública”.

chiquinha      carliane 

Dona Chiquinha do Bolão não perde a programação da semana de Zumbi dos Palmares no CCN, no Laguinho. Sua neta Carlienne concorreu ao título de “A Mais Bela Negra”.

Ontem a loja maçônica Duque de Caxias completou 61 anos de fundação.

Hoje é dia da Consciência Negra.

A Diocese de Macapá acaba de receber o seu terceiro canal de televisão. É o da TV Aparecida. A TV Nazaré, localizada em Santana, é lincada ao sistema da Redevida, de Macapá.

Por que nunca o Grupo Pilão é convidado para a programação da Seafro? Será que tem panelinha aí, hem Jara?

Vem aí o “Adoradores do Sol”.

Inderê. Volto zunindo na Sexta.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

O ÚLTIMO VOO DO PAVÃO

Publicado no jornal A Gazeta, em maio de 2009

 pavao_marabaixo Mestre Pavão e sua tia Biló Ramos andando pelo Laguinho num dia de festa do Marabaixo.

Na segunda-feira, 11 de maio, o mestre Pavão bateu suas belas asas para nunca mais.

O homem do marabaixo partiu para encontrar-se com seus ancestrais, os mesmos que lhe ensinaram a tocar tão bem a caixa, o tambor que anunciava bons augúrios nas tardes do Laguinho. Com ele Pavão comunicava a seus pares, os agentes populares do sagrado, que a festa do Divino e da Santíssima Trindade já tinha início. E todo um ritual deveria ser obedecido, desde o Domingo da Aleluia, passando pelos preparativos da seleção dos mastros nas matas do Curiaú, até a sua derrubada e escolha dos próximos festeiros no Domingo do Senhor. Com ele se foi um arcabouço cultural de grande valia para a memória do nosso patrimônio imaterial. Foi-se também a sabedoria dos que fazem acontecer as manifestações mais legítimas do povo. E restou apenas o espanto dos que ficaram. Doente, não mais participava ativamente dos eventos do marabaixo como nos velhos tempos, mas sempre dava um jeito de ir em sua cadeira de rodas aos mais importantes, para ouvir o rufar das caixas e ver as saias da negras velhas rodarem sob o ritmo intenso oriundo de além-mar.

Pavão levava muito a sério o que fazia no marabaixo. Até brigava por ele. Seu amor pelo folclore certamente foi herdado do avô Julião Ramos, o grande líder negro, que na época da implantação do Território Federal do Amapá disseminou o ritmo e a dança para todo o Brasil. No domingo, véspera da sua morte, sua filha Ana perguntou-lhe se ia ao marabaixo do Dia das Mães na casa da Naíra – uma das festeiras deste ano no bairro do Laguinho. Ele disse que não ia porque estava indisposto, mas mandou todo o pessoal de sua casa para lá, pedindo que não deixassem a ”cultura morrer”. Mal sabiam todos de sua casa que a cultura do marabaixo, nele impregnada, estava morrendo um pouquinho com ele.

pavão_rostan_zip_net Justo que consideramos a memória como o deciframento do que somos à luz do que não somos mais, a morte é o abismo que tudo leva e engole inclusive o segredo da identidade, aquilo que nos pertence social e culturalmente. Posto isto, quantas conversas não foram abruptamente cortadas numa gravação para um trabalho de conclusão de curso dessas tantas faculdades da capital? Assim sendo, o que restou de seus depoimentos, desse depósito memorial tão importante para que se analise o marabaixo? Ora, sabe lá quantos pesquisadores egoístas guardam suas fitas encarunchadas e vídeos empoeirados que nunca vão se abrir para ninguém?

Mestre Pavão a todos respondia com a maior paciência, paciência esta que aprendeu a ter com a doença intratável que lhe fez perder uma perna. Mestre Pavão dava a todos o seu conhecimento vívido e vivido intensamente em setenta e dois anos de repetição ritualística que a sua memória avivava e exprimia no vai-e-vem dos olhos.

Aqui peço licença poética ao escritor moçambicano Mia Couto que escreveu o “Último Voo do Flamingo”, para parafraseá-lo, dizendo que o nosso pavão alçou seu último voo na tarde amena de maio. Um voo curto,é certo, porque pavões não voam quase nada, mas são aves do paraíso por excelência. Sua luxuriante plumagem em profusão de dourados, verdes e azuis à luz do sol reflete uma miríade de cores, onde o vermelho e o branco parecem estar presentes como se preparando para um desfile da Universidade de Samba Boêmios do Laguinho, a escola do coração do mestre. Convém lembrar aqui que o simbolismo do pavão carrega as qualidades de incorruptibilidade, imortalidade, beleza e glória, que por sua vez se baseia em outro aspecto além destes: a ave é predadora natural da serpente, e em certas partes do mundo, mesmo seu aspecto maravilhoso é creditado ao fato da ave transmutar espontaneamente os venenos que absorve do réptil. Este simbolismo de triunfo sobre a morte e capacidade de regeneração, liga ainda o animal ao elemento fogo.

Fogo, sim, do marabaixo quente, do “Caldeirão do Pavão” com seu caldo revitalizador do carnaval que tanto o mestre amava e por isso se enfeitava nos áureos tempos dos desfiles da FAB. Vai em paz, Pavão, tua plumagem tem cem olhos para vigiar o que deixaste entre nós.

Foto1: Acervo Fernando Canto

Foto2: Disponível em www.rostan.zip.net

HIP-HOP DAS ESFINGES

Publicado no Jornal do Dia, em março de 2006

hip_artigo Quanto mais vezes o território da segregação, a violência, a deficiência dos serviços públicos de transportes e a degradação ambiental, entre outros pontos significativos, são observados, os setores responsáveis pela cultura pouco ou nada incorporam da visão de guetos que surgem na periferia. Apesar de esforços de poucos, a democratização dos acessos aos bens culturais e a valorização da diversidade étnica regional é uma mentira que nem ao menos tem pernas curtas.

A cidade é o espelho da estrutura sócio-econômica do país e sua forma reflete as desigualdades causadas pelo desemprego, pela má distribuição de renda e pelos grandes paradoxos sociais e culturais que existem e que carecem de intervenções eficazes e mais abrangentes. A juventude sem escola, sem transporte ou emprego é conduzida à não-cidadania, e à invisibilidade social, cuja saída para a sobrevivência está na criminalidade, infelizmente uma lógica perversa que não pode ser desmontada sem uma utopia e o esforço solidário dos governos e da população.

O Ministro Gilberto Gil disse que “as cidades são esfinges que devoram antes e perguntam depois” ao referir-se à omissão do setor público, que promove o surgimento de um território informal onde o foco da violência se propaga rapidamente dos guetos e favelas para as grandes cidades e contamina o resto do país. No bojo desta questão Macapá não foge á regra. Mesmo levando em conta as dimensões da violência, sua proporcionalidade e freqüência criminal, ainda se pode oferecer à juventude serviços educacionais públicos de certa qualidade. Pode-se, sim, superar a exclusão através de projetos e medidas transformadoras em nível cultural que confere à criatividade dessa juventude valores potencializados. Acreditar nela é acreditar que tudo de ruim tem saída e que se pode produzir e dar dimensão econômica à cultura, sem o paternalismo exacerbado que sempre fez o favor de não construir nem estimular a contento a nossa produção. Aí então surge entre tantas outras atividades e projetos em todo o Brasil, a experiência bem sucedida dos movimentos afrorregae, timbalada e hip-hop, que Gil considera “expressões transdisciplinares, fruto da contaminação urbana”. O hip-hop é para o Ministro, “discurso, dança, poesia, música, design, moda e símbolo da cultura contemporânea em sua máxima potência”.

O movimento hip-hop (que quer dizer “mexer os quadris”) surgiu nos EUA na década de 70. Reunia negros e latinos e quatro ingredientes: um DJ que tocava bases ritmadas; um MC (Mestre de Cerimônias) cantando letras improvisadas; os breakdancings (dançarinos) e o grafite (pintura com spray). O rap, que os MCs cantam significa rhythm and poetry (ritmo e poesia). Surgiu dentro da cultura do hip-hop, mas hoje são quase sinônimos. Existem inúmeros nomes, gêneros e estilos (Fonte: Revista Estação Juventude, nº 2/2006)

hip_poka Em Macapá, um dos líderes do movimento é o dublê de jornalista e MC Poca que há alguns anos vem trabalhando com jovens em situação de vulnerabilidade social, juntamente com o MC Spike, que coordena 65 jovens no bairro Marabaixo III. Nos finais de semana ministram cursos de dança, grafite e palestras nas escolas sobre a questão racial e outros temas. Poca diz que o hip-hop significa um instrumento de transformação da juventude. Até mulheres fazem parte, como o grupo DRF (Dança de Rua Feminista), com cinco integrantes. Há programas de rádio específicos do movimento: o “Hip-hop na Veia”, aos sábados na Difusora e o “Quilombos e Periferias”, também aos sábados ao meio-dia na rádio Novo Tempo, 105,9 FM. O movimento promove eventos como o “Batalha Amapá”, um campeonato internacional de dança de rua muito conceituado e disputado por grupos dos países fronteiriços e de quase todo o Brasil. Na finalização do “Batalha Amapá” de abril/2006 está sendo esperado o GOG, de Brasília, considerado um dos melhores poetas do rap nacional. Há muitos grupos em Macapá que utilizam o folclore e transformam músicas locais em rap.

domingo, 15 de novembro de 2009

O MURO RACIAL

Publicado no jornal “A Gazeta” de domingo, 15/11/2009

muro_berlim Operário transporta uma das mil peças de dominó expostas na comemoração dos 20 anos da queda do muro de Berlim. (Foto: AP) disponível em www.g1.com.br

marabaixo_fortaleza

Dança do Marabaixo na Fortaleza de Sâo José de Macapá

Com o título “Muro da Pobreza”, em sua coluna de terça-feira, o jornalista Jara Dias comenta as comemorações dos vinte anos da queda do muro de Berlim, mas lamentando que ainda “falta derrubar o muro da tecnologia, o muro do meio ambiente e o muro racial”.

Sobre esse último, apesar dos avanços legais e das políticas de ações afirmativas, pouco se avista a possibilidade de o muro quebrar de vez. Na realidade trata-se de um muro de (in)consciência, pois todo o processo de transformação social que se pretende chegar em relação ao racismo e ao preconceito racial, do qual os afrodescendentes são as vitimais mais evidentes no Brasil, está em uma revolucionária mudança nos conceitos que os indivíduos usam. Mas por ser o conceito uma ideia sobre determinada coisa ou objeto, uma representação, uma avaliação, o preconceito, enquanto julgamento prévio e negativo se opera em nível ideológico por membros de grupos raciais de pertença. Ele inclui, segundo a pesquisadora Nilda Gomes, “a relação entre pessoas e grupos humanos. Inclui a concepção que o indivíduo tem de si mesmo e também dos outros” (Gomes:2005).

Ela cita Zilá Bernd, que por sua vez afirma que o “indivíduo preconceituoso é aquele que se fecha em determinada opinião, deixando de aceitar o outro lado dos fatos”. Este, de acordo com Zilá, têm “uma posição dogmática e sectária que impede aos indivíduos a necessária e permanente abertura ao conhecimento mais aprofundado da questão, o que poderia levá-los à reavaliação de suas posições”.

Talvez porque as pessoas lidem tão frequentemente com esses conceitos é que às vezes não percebem os seus significados. Enquanto categoria conceitual a discriminação racial, por exemplo, significa “distinguir”, “diferenciar”, “discernir”, daí que a discriminação pode ser considerada como a prática do racismo e a efetivação do preconceito. O racismo e o preconceito estão no âmbito das doutrinas e dos julgamentos, das concepções de mundo e das crenças, ao passo que a discriminação é a adoção de práticas que os efetivam ( Idem).

Aqui no Amapá, a Semana da Consciência Negra, a cada ano vem firmando seu propósito de conquistar espaços através de debates, palestras e ações voltadas para os afrodescendentes numa luta contínua e árdua. Não reconhecer isso é cair no rol dos pretensos “brancos”, inconformados com esses avanços. É, sim, a meu ver, um trabalho continuado que pode contribuir para que parte desse muro imoral do racismo e da intolerância se rompa. E que caia, assim num “efeito dominó”, como foi a representação simbólica das comemorações da queda do muro de Berlim.

A vasta programação contida no evento traz variedades de temas, mas todos voltados para a vertente da história e da identidade, o que é, diga-se bem, um campo minado e sujeito a sucessivas modificações e a outros olhares epistemológicos, pela própria subjetividade que as ciências humanas carregam em suas costas, e que a pós-modernidade se encarrega de interpretar.

Aprofundar-se no estudo dos problemas da negritude é condição básica para resolvê-los. Não sem antes não houver o propósito claro de buscar e fortalecer a identidade étnica, cultural, sexual e racial do povo afrodescendente daqui. A identidade sabe-se não é inata. Ela, além de ser um modo de relações sociais, indica traços culturais expressos através de práticas como as tradições populares, modo de se alimentar, linguagem e rituais, entre outras. Daí a importância desse conceito para o discurso contra o racismo.

Ainda que o muro do racismo para muitos pareça invisível, ele está presente no dia-a-dia. Está ativo no trabalho, no lazer e, principalmente na escola, onde em tese se poderia contê-lo, mas paradoxalmente é ali que ele começa. Ele é a negação da cidadania. Comecemos, pois, todos, a derrubar esse muro, por cima ou por baixo, mas desde que cada cidadão tenha consciência de que o que está fazendo é para um mundo melhor para a espécie humana.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

COLUNA CANTO DA AMAZÔNIA

Publicada no Jornal “A Gazeta” de sexta-feira, 13/11/2009

MANCADA

Uma pergunta dirigida ao jornalista Ricardo Noblat durante o Congresso de Comunicação da Seama deixou os participantes locais constrangidos. A pergunta feita por uma estudante de jornalismo foi mal formulada e sem o conhecimento da palavra usada. O pior, segundo disseram os que lá estavam, foi a emenda do soneto. Noblat disse por duas vezes que não havia entendido a pergunta. Então a futura repórter, na sua terceira intervenção, usou em alto e bom som a expressão “se assujeita”. Mas no geral, o Congresso foi visto como de ótima qualidade.

Agora resta esperar a participação dos estudantes universitários e futuros jornalistas amapaenses no Congresso Estadual de Comunicação, a ser realizado na semana que vem.

“AQUI É O MEU LUGAR”

volnei Por falar em jornalismo o Sindjor está firmando parceria com o Governo do Estado para executar o projeto “Aqui é o meu lugar”, que consiste na realização de sete oficinas de jornalismo comunitário. Quatro delas serão feitas em Macapá, duas em Santana e uma em Laranjal do Jari. No final de cada oficina será confeccionado um jornal.

O projeto é do presidente do Sindicato, jornalista Volney Oliveira e a ideia consiste em passar aos interessados o que é o jornalismo e descobrir novos talentos na área. Depois disso, diz Volney, é só incentivar as comunidades a fazer o seu próprio veículo de Comunicação.

O BANHO

rio_amazonas

Quebra-mar do Araxá. Foto: Fernando Cantobanheira

Banheira estilizada.

Com o rio Amazonas passando lá adiante, o vento, a maré enchendo no calor da tarde macapaense, vem logo a vontade de tomar banho e pegar um sol como os mergulhões da orla. De repente abro uma revista num bar do Araxá e vejo esse texto aí:

“A Idade Média (séculos V a XV) foi um dos piores momentos da história em relação à higiene pessoal. A Igreja varreu da Europa os hábitos pagãos, os banhos caíram em desuso. As pessoas passavam meses sem se lavar. Nas casas mais pobres a água de uma tina era usada para banhar uma família inteira.

Foi o Iluminismo (século XVIII) que reabilitou o banho. Os médicos relacionaram a ausência de higiene a doenças contagiosas e os banhos foram recomendados como medida de saúde preventiva. Mas apenas no século XX, o hábito entrou de vez em nossa rotina (Fonte: Revista Darcy/UnB/Set/Out/2009)”.

Bom, agora mesmo é que eu vou me molhar com as ondas que explodem no muro do quebra-mar. Ah uma gelada!

GALERIA DE ARTE

joão batista (1)

Professor João Batista.

Será no dia 23 de novembro, às 19h00, a abertura oficial da Galeria de Arte da Unifap, que conta com a colaboração dos alunos da turma de 2008 do curso de Artes Visuais, sob a orientação e coordenação do prof. dr. João Batista Gomes de Oliveira, no Bloco N do campus.

A inauguração constará de uma exposição do artista plástico Ronny Franklin, denominada “Olhares Identitários” que vai ficar até dia 27. Daí em diante a galeria vai realizar uma programação que contemplará todos os segmentos das Artes Visuais como a pintura, a escultura, o vídeo, a performance, etc.

LOBATO

lobato A coluna parabeniza o amigo Carlos Lobato pelo seu aniversário que será na segunda-feira, 16. Desejamos a ele toda a felicidade e votos de muito sucesso na sua vitoriosa carreira de jornalista e de formador de opinião, que é quase uma profissão.

O brilhante advogado e sociólogo, cap do programa matinal “Tribuna da Cidade” (101,9 FM) todos os dias, também é um ser humano despojado de vaidades mundanas. Já ajudou inúmeras pessoas e nem por isso sai falando sobre o que fez. Vida longa, meu amigo. Salut!

GINCANA CULTURAL

trevele_pilão A escola Estadual Davi Miranda dos Santos da Vila de São José do Porto do Céu realizará nos dias 02 e 03 de dezembro a sua IV Gincana, denominada “Projeto Identidade Cultural” que traz como tema a Poética Musical do Amapá, coordenado pelo professor Emanuel.

O Grupo Pilão, que será um dos focados no projeto, agradece o interesse dessa simpática escola pela cultura amapaense, pois é assim que se fortalece a nossa identidade e se valoriza a nossa memória musical.

ZUNIDOR

As inscrições para o Doutorado em Educação da UFU/UNIFAP estarão abertas entre os dias 16 e 20 de novembro. Acesse o site www.unifap.br 

Também vai abrir para 2010 o mestrado em Ciências da Saúde, que representa uma grande conquista da IFES do Amapá.

amcap_musicosreunidos (7) Bloco “Os Minhocas”, composto por músicos e compositores filiados à Amcap reuniu no sábado.

laercio aires O ex-vereador Laércio Ayres, que ensaia candidatura à Câmara Estadual com o possível apoio do Clube de Engenharia, diz convictamente que é contra a permanência do aeroporto dentro da cidade. A poluição sonora é prejudicial para quem mora em seu entorno.

caio_palheta

Caio Palheta, um dos aprovados na primeira fase do vestibular da UNIFAP para o curso de medicina. Parabéns.

paulinho_piloto

Paulinho TeuX afirma que “o casamento é igual a uma montanha russa: se o cara não enjoar, é adrenalina pura”.

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O Maestro entre os amigos Márcia e Rambolde Campos.

Domingo foi comemorado o aniversário do maestro Manoel Cordeiro na casa do médico Raimundo Palheta.

A Universidade Estadual de Ponta Grossa – PR oferece mestrado em Gestão de Território, até 25.11.09. Site: www.uepg.br/mestrageo/index.htm .

Bloco Pererê volta no carnaval de 2010. Desta vez trazendo como enredo as olimpíadas do Rio de Janeiro.

Neste domingo o “É big. É big!” é para Sônia Canto. Que Deus te conserve sempre legal, amorosa e com saúde.

Universidad Internacional de Andalucía, com sede em Santa Maria de la Rábida, Espanha, anuncia “A III Máster Latinoamericana e Evaluación de Políticas Públicas”. Site www.unia.es 

brena_fernandes Um barato a apresentação da talentosa cantora Brena Fernandes no projeto Botequim (Sesc Centro) na terça-feira passada. Bela voz.

Está chegando o “Adoradores do Sol”.

Inderê. Volto zunindo na Sexta.