domingo, 28 de fevereiro de 2010

CONTRABANDO DAS ÁGUAS DO AMAZONAS

    Com tanta onda que se faz agora sobre os navios estrangeiros que supostamente entram no rio Amazonas para embarcar água, peço licença para mostrar abaixo uma música que fiz sobre o assunto em 2003, há sete anos, portanto.
  No texto poético tento dizer da angústia que quem vai arrebatado. Não é só a pequena fauna fluvial, minérios, microorganismos que vão. Somem, sobretudo, nossos seres míticos, nossas raízes mais puras. Então o encanto se quebra, fica apenas a saudade trocada por presentes, que quem recebe cala a boca e acena com a mão do adeus para sempre.
   Infelizmente a denúncia não pôde chegar a tempo porque a música ainda não foi gravada.

ROUBO DAS ÁGUAS

Letra e música de Fernando Canto

O que vem lá, hem?
O que vem lá, hem?
Sob as colinas
Que dormem em silêncio
Nasce a cobiça dos homens desertos
Nas águas que jorram
Do fundo da fonte
E o aceno da mão deixa ir (bis)

O que vem lá, hem?
O que vai lá, hem?
São almas que partem
Tragadas da terra
Por seres armados
De sede e de ranço
São almas sofridas
Embarcadas à força
Que o aceno da mão deixa ir (bis)

O que vem lá, hem?
O que vai lá, hem?
O que vai lá, o que vai lá?

Mata, mata minha sede
Que vontade de cantar
O anel que tu me deste
Está na mão para acenar
O que vem lá, hem?
O que vem lá?

Foto: Sonia Canto

A RUA E A BICICLETA

Publicado no jornal “A Gazeta” de domingo, 28/10/2009

orla_bicicleta Naquela rua a garotada andava livre e desatenta com suas bicicletas descascadas. Não havia a noção do perigo e a responsabilidade passava longe de todos. A gente circulava e voava contra o vento, descendo a ladeira e se exibindo para uma platéia quase inexistente.

A rua São José soltava piçarras em seu dorso naqueles dias de verão. Até um carro mal dirigido podia derrapar e ir direto para o bueiro que ficava no fundo da ladeira e conduzia as águas da maré para o antigo lago do Poço do Mato. Ali muita gente também caiu no período das chuvas, quando tentava se livrar dos profundos sulcos produzidos pelas águas pluviais no meio da rua. Um primo meu estreou sua bicicleta nova após o Natal com uma queda que lhe deixou marcas indeléveis pelo corpo. Meu pai desviou de um cachorro e caiu com sua merckswiss de dois varões no igarapé em frente à casa do seu Mobelino Lobato. O saudoso Edir Peres encostava o peito no guidon, abria os braços e descia a ladeira a toda velocidade. Mas um dia teve que parar para colocar o gesso no braço quebrado. Subir até o topo, na esquina com a Nações Unidas, era um ato de esforço e de satisfação, dada a condição íngreme da área. Era proeza que poucos adolescentes podiam realizar. E adultos também.

A paisagem macapaense é inconcebível sem a bicicleta: famílias inteiras se servem dela para as mais diversas atividades. E ainda é comum observar na periferia o pai pedalando, com o bebê na cadeirinha, a mulher na garupa segurando o filho menor com uma das mãos e na outra um guarda-chuva colorido da zona franca. O uso da bicicleta tornou-se comum porque nossa cidade é plana na maior parte do seu território. E também porque tudo era relativamente perto. Mas por ser tão comum, e tendo um bom valor, era um sonho de consumo de muita gente e objeto de desejo dos amigos do alheio. Tanto que as delegacias ficavam cheias de “charangas” e “maricotas” à espera de seus donos com as respectivas notas fiscais, quando a polícia desbaratava uma quadrilha de desmonte. Houve um tempo em que elas eram obrigadas a ter placas com numeração oficial, faróis, freios, campainhas e a obedecer ao Código de Trânsito Brasileiro, sob pena de pagar multas.

Inesquecível para mim é a silhueta de uma bicicleta com um casal de namorados na contraluz do sol poente. Inolvidável os grossos pingos das chuvas de verão batendo violentamente no peito na volta famélica do colégio perto do meio-dia. Mas todo esse romantismo se desfaz como fumaça ao vento forte quando a voz boleriana do rádio informa mais uma morte de um ciclista no trânsito. Imprudência, desatenção, ousadia? Culpa de quem? Como cidadão, tenho que saber as respostas e tentar contribuir para que isso não passe mais a acontecer. Mas fica um gosto de limão e sal na boca que só pode ser removido com uma boa dose de brisa na Beira-Rio.

QUEM NÃO SE EXTINGUE SEMPRE RESPINGA

major_albino Olha só que apareceu no bar do Abreu: Albino Sousa, Jacaré para os amigos. Albino passou dois anos no Rio Grande do Sul exilado do sol equatorial. Por aqui foi Secretário de Estado da Administração, Chefe da Imprensa oficial e assessor do governador, entre outros cargos. É funcionário do Incra e morador do Laguinho. Na foto com Major, também do Incra.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

COLUNA CANTO DA AMAZÔNIA

Publicada no jornal “A Gazeta” de 26/02/10

SEBASTIÃO

zeca_montalverne É hoje a grande homenagem que o Centro de Cultura Pura Raiz faz ao violonista Sebastião Mont’Alverne. Quem convida é o produtor cultural Ceará da Cuíca, que vai preparar um belo espetáculo na Casa do Chorinho, ali na Avenida Piauí.

Zeca, como é chamado pelos amigos, esteve impossibilitado de tocar por alguns meses por conta de uma cirurgia na mão. No show deverão se apresentar com velhos parceiros que com ele fizeram uma trajetória pioneira na música amapaense.

O artista tocou com grandes músicos brasileiros como Sebastião tapajós e Paulo Porto Alegre, foi diretor da escola de Música Walkíria Lima e guitarrista do conjunto “Os Cometas”. O show promete ser bom.

DIVULGAÇÃO DO “TEIA CULTURAL”

tob_ A SECULT prepara para o início de março uma ampla campanha de divulgação do projeto “Teia Cultural”, aprovada na quarta-feira passada pelo Governo do Estado. Começará pelo rádio no dia primeiro de março e em seguida será veiculada em jornais, na televisão, out-door, faixas, cartazes, banners e folders.

Visa levar um grande público a participar das atividades do projeto, que se estende como uma teia em vários segmentos artísticos, aos municípios de Macapá e Santana, já que a experiência nos outros não foi satisfatória, segundo o Diretor de Cultura, Tob Maciel.

O projeto vinha sendo executado no Teatro das Bacabeiras e no Largo dos Inocentes, no centro da cidade, mesmo assim, devido o carnaval, com pouco afluxo de público. Finaliza até 30 de abril.

MESTRADOS

O resultado final dos mestrados em Ciências da Saúde e de Desenvolvimento regional Integrado da UNIFAP sairá no dia 10 de março. Os dois ainda prosseguem em suas etapas eliminatórias. Hoje está sendo realizada a prova de conhecimentos teóricos do Minteg e as entrevistas serão nos dias 08 e 09.

Dezenas de pessoas se inscreveram aos dois cursos, sendo que o Minteg realiza seu segundo processo seletivo este ano.

DIÁLOGO NO ABREU

Zonassulista dono da verdade: - A fantasia da escola de vocês eram todas iguais. Zonanortisa malandro argumentando: - Mas o enredo não trazia uma tribo de índios? Zonassulista meio atordoado: - Ah sim, agora entendi.

LANÇAMENTO

Amanhã às 19h00 a professora Benedita Celeste Moraes Pinto, da Universidade Federal do Pará, lança na Escola Estadual Guanabara o livro “Filhos da Mata – Práticas Tradicionais em Comunidades Quilombolas” (Ed. Açaí, Belém, 2009), resultado de dissertação de mestrado em História e uma cartilha didática sobre a história de um quilombo denominado Mola, localizado no interior do município de Cametá, do Pará.

Atualmente a autora realiza outros trabalhos de pesquisa em comunidades quilombolas do Maranhão e do Pará, sendo uma referência dos estudos da área. Ela foi orientadora no mestrado em História daquela IFES da historiadora Decleoma Lobato, que está coordenando o lançamento. A obra é imperdível para quem atua nessa linha de pesquisa.

CULTURA POPULAR

Josefa Lau, a dona Zefinha de Mazagão, acaba de ser contemplada pelo Ministério da Cultura com o prêmio Mestres da Cultura Popular. Vai receber R$10 mil e o reconhecimento do Governo Federal pelo projeto que realizará com jovens mazaganenses. A mestra vai trabalhar com eles o resgate e a reconstituição do folclore daquele histórico município, como os pássaros juninos e outras manifestações que andaram quase esquecidas por lá.

Dona Joaquina Jacarandá, um grupo de Pastorinhas e o Grupo Canto Quilombola, também de Mazagão Velho, foram contemplados pelo MinC e vão receber a mesma quantia.

Já se começa a respirar aliviado pelo interesse, mesmo tardio, demonstrado na recuperação da cultura pelos próprios munícipes.

TROTE

trote_medicina_unifap Com tantos exemplos nada salutares de trotes que vêm de algumas universidades do sul do Brasil, a UNIFAP fez a recepção dos calouros de Medicina com o plantio de árvores em vários lugares do campus Marco Zero.

Os professores Eri, Jane e outros orientaram a primeira turma do curso a plantarem oitizeiros, alvineiras e diversas espécies de mudas, próprias para o sombreamento.

Quando estudei na UFPA vi muito esse tipo de coisa. Hoje, quando volto por lá, descubro e aplaudo uma paisagem bonita, modificada simplesmente pela troca da violência por uma atitude carinhosa e positiva.

ZUNIDOR

Tob Maciel informa à coluna que vem aí a segunda edição do projeto Jornada Cultural, com emenda parlamentar do deputado Milhomen no valor de mais de R$1 milhão.

marco_zero_ O fenômeno do equinócio de outono ocorrerá dia 20 de março.

Comentário maldoso no Calçadão do Valdir: - A camisa dos botafogueses só cheira a “canfurina”.

despojos_carnaval Ainda restam umas três alegorias das escolas de samba na área do sambódromo. Secretária Gláucia Maders tem razão: só fazem poluir visualmente o monumento Marco Zero do Equador. Vai tudo para o lixo. Lá tem até dragão cuspindo fogo.

Observadores dizem que as eleições da UNIFAP serão super-disputadas entre os professores Adalberto e Tavares. Outros, porém, acham que falta uma terceira candidatura, para suprir a retirada de Ricardo Ângelo e Alberto Tostes.

Meu São José já começa a dar o ar de sua graça. Primeiro foi a boa estreia do Tricolor do Laguinho no campeonato nacional; segundo: a festa do padroeiro, no dia 19 de março.

Está chegando, finalmente, os “Adoradores do Sol”. Inderê. Volto zunindo na sexta.

ESTRADA DO TEMPO

fernando_família_leite Época: 1970. Local: Casa da Dona Clotilde, Rua General Rondon, Bairro do Laguinho. Macapá-AP.
Fotógrafo (desconhecido)
Personagens:
Em pé: Neusa (empregada da Dona Clotilde, com a a garrafa de Flip Guaraná), Simone Menezes (ainda Leite, no pátio), Dona Clotilde (mãe do Major), Major (Luiz Antonio Leite), Ivete e Ivonete (irmãs do Major), Fernando Canto (com Gisele no colo).

Sentados: Guilherme Canto (meu primo, que está em Santarém), Nicomedes Cordeiro, João (primo do Nico), Vicente Arly, Celso e Anauto (irmãos do Major) e Rob Menezes (irmão da Simone e da Gisele, filhas do Menezes com a professora Ivone Leite Menezes).

EXPRESSÕES VOCABULARES DO LAGUINHO E ADJACÊNCIAS

        
            As expressões abaixo foram coletadas para que o povo do Laguinho possa prestar mais atenção na sua cultura. Apesar de pequeno, o bairro é muito disperso nas suas coisas, que precisam se adensar mais. Um exemplo disso é a forma característica de falar. Muitas expressões já estão no esquecimento ou desusadas. Essas aí são algumas que ainda se usam no dia-a-dia.
            Quem se lembrar de mais algumas dessas expressões laguinenses é só mandar como comentário para o blog. Vamos fazer um inventário da cultura laguinense (a começar pelo nome: laguinense ou laguinhense?)?

§  Tá mais pro meio-dia pra tarde do que pra de manhã
§  Athaf!
§  Tá mais sujo que cordão de amarrar pato.
§  Ele é do tempo da calça “tucandeira”.
§  Tá mais sujo do que pau de galinheiro
§  Teu xiri!
§  Tá, jacaré!
§  Tá, “cheroso!”
§  A cadeforno pegou fogo.
§  Tu acha isso bonito!?
§  Tá remando pra beira.
§   Assim como pode ser pode não ser.
§   Tu é o belo velho.
§  Te cuida, Isaías!
§  Esse peidado do juízo.
§   Paga uma aí.
§   Triste, parece um cachorro pirento.
§   Comeu farinha e arrotou camarão
§   Só te dou-te na cara.
§   É o Boêmi!
§   É o Boêmo!
§   Lai vem essa mucura velha já pra cá.
§   Não, é cuia...!
§  Não sei se vou pro cinema ou se tomo um litro do açaí do grosso.
§   Seu féla...!
§   Ah, um açaí com jabá!
§   Pissica da curicaca, desta vez tu não escapas.
§   Eu te benzo com a folha do comigo-ninguém-pode, desta vez tu te...
§   Vigia o que tu tás fazendo. Vigia bem.
§   Ei, “otaro, teu peixe caiu.
§   Lai vem esse “otaro” já pra cá.
§   Sai daí, seu painel de controle.
§   Mai já?
§   Aí ele tomou-lhe uma talagada.
§   Dessas uma.
§    Aqueles teus irmãos miudinhos...
§   Ah, uma gelada...
§   Esses moleques jitinhos, diz-que.
§   Esse aí é mais liso que jiju.
§   Tás ficando bilé?
§   Vou ali e vorto já, quando eu vortá eu venho.
§   Esqueci a chaleira no fogareiro.
§   Quero te dar um cheiro no cangote.
§   Ô morena!
§   Vê uma meiota aí.
§   Só vou te dar na lata.
§   O cara trouxe o c pra p.
§   Ah, eu num vô. Não me convidaram...!
§   Me disseram que tu tava falando de mim.
§   Cadê a minha camisa. Égua, só dão pros outros.
§   Esses pessoal...!
§   Só vou depois da chuva.
§   Tá, tapioca logo.
§   Humm! Tá muito metido! Só porque comprou um carro novo, se acha o próprio.
§   Preto é um gato!
§   Tá roubando poooouco lá na prefeitura!
§   Logo quem, não?!
§   Tás pensando que eu não sei que tu andas brincando de camone com o filho do compadre Macaiá.
§   Passa pra dentro menino.
§   Lá vem meu xerimbabo chegando.
§   Olha rapaz, eu fumo desde os doze anos e eu nunca morri...! Como é que tu queres que eu pare de fumar.
§   Bacana é o gato que não toma banho, mas tá o tempo todo limpo.
§    Tu achas?!
§   Pavulage não. É pouco.
§   Hi, a bandeira dele agora é outra!
§   Isso é muito enxirido!

    PERGUNTINHA PREOCUPADA, ENTREOUVIDA NUMA SEXTA-FEIRA À NOITE NO CALÇADÃO DO VALDIR

    - Será que a chapinha ajuda pra aumentar a camada de ozônio, mana?

    terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

    A INDIGNAÇÃO DE CLÁUDIA CHELALA

    Sobre covardia e covardes...

    Posto no blog o e-mail da professora Cláudia Chelala, pessoa ética a quem muito admiro, que foi vítima uma série de falatórios envolvendo seu nome nesse imbróglio das escolas de samba. Como o espaço é democrático e Cláudia é minha amiga, nada mais natural apoiá-la nesse momento de falta de luzes e de consenso. (F.C)

    _claudia_ A covardia está relacionada ao ânimo traiçoeiro, pusilanimidade, deslealdade, sordidez. Quando alguém ou um grupo de pessoas se prevalece de uma situação ou circunstância favorável sobre quem não tem condições equivalentes de defesa.

    Sou macapaense, tenho 42 anos e nasci no Bairro da Favela, sou economista com mestrado realizado na Universidade de Brasília e doutorado na Universidade Federal do Pará. Sou professora da Unifap, contribuindo para a formação de centenas de jovens do meu Estado e aonde há quase quatro anos exerço a função de Pró-Reitora de Administração e Planejamento. Sou mãe de dois rapazes, esposa de um homem admirável, filha, irmã, tia, madrinha e amiga de um grande número de pessoas que a minha profissão me deu a oportunidade de conhecer.

    Jamais tive meu nome vinculado a nenhuma agremiação partidária neste Estado e tampouco a nenhuma escola de samba, bloco de carnaval e sequer jamais fui ver a banda passar... Fui convidada para ser jurada do Carnaval 2010 justamente pelas características de imparcialidade com a qual busco me conduzir ante aos temas: partidos políticos e escolas de samba. Contudo e, para minha sorte, tive meu nome impugnado por razões que desconheço.

    Para minha surpresa, por conta de uma série de confusões ocorridas na apuração do Carnaval 2010, estou sendo vítima de sórdidos ataques de pessoas (porque não posso chamá-los de Homens) tentando macular minha biografia no sentido de vincular minha imagem a uma série de eventos que não fazem parte da minha vida como fraudes, subornos, má-fé, etc. Esse cenário de bandidagem expõem nitidamente o caráter (ou melhor, a ausência dele) daqueles que assacam contra mim, uma vez que eu não estive no Sambódromo, não julguei ninguém, e não há como sustentar uma trama eivada de covardia.

    A história tem reservado aos covardes um espaço inversamente proporcional as suas ações.

    Nós cidadãos amapaenses gostaríamos de ver o mesmo empenho extravagante que alguns expõem durante os dias de folia, por exemplo, em Brasília, na luta pela incorporação no quadro de funcionários da União de parcela dos servidores municipais. Tal feito desoneraria a Folha de Pagamentos da Prefeitura Municipal de Macapá, possibilitando um aumento de salários aos valorosos servidores da PMM.

    De igual maneira queremos segurança pública de verdade, em um Estado que se torna cada dia mais violento, ante a um serviço extremamente precário e divorciado das demandas sociais. Aproveito para solicitar ao Ministério Público e a Ordem dos Advogados do Brasil que observem a conduta de autoridades policiais que podem estar utilizando os veículos de comunicação para acusar inocentes sem provas.

    Quanto à parcela da imprensa marrom, é bom que ela exista. Assim é possível separar o joio do trigo. Isso só realça os profissionais de comunicação que estão verdadeiramente prestando serviços a sociedade, daqueles que eu sequer vou me ocupar em tecer comentários, em função de sua absoluta ausência de vértebras.

    A mim só resta agradecer as inúmeras mensagens de solidariedade de meus alunos, ex-alunos e colegas da Unifap, e dizer que estou processando judicialmente a todos que desferiram leviandades contra meu nome e a história de honradez e dignidade que construo dia-a-dia em todos os espaços que ocupo no meu Estado, e que não deixarei arranhar com um esdrúxulo e melancólico enredo de covardia.

    Cláudia Chelala

    domingo, 21 de fevereiro de 2010

    O JUIZ E O JOGO POLÍTICO

    Publicado no jornal “A Gazeta” de domingo, 21/02/10

    grego Pensando nas eleições deste ano no Brasil, e especialmente no Amapá, resolvi falar um pouco da cultura grega clássica, dos homens e mulheres que viveram entre os séculos V e VI a.C. na cidade grega de Atenas, chamada por Platão de Sophia. Essa palavra grega significa um tipo especial de sabedoria que une a teoria à prática, pois eles eram pessoas que filosofavam e praticavam o que pensavam, de acordo com a jornalista Ana Beatriz Magno.

    Os gregos encenavam tragédias, discursavam sobre a educação e tinham escolas para onde mandavam os meninos e praticavam a democracia com convicção. Magno informa que a cada doze meses sorteavam um quinto dos 40 mil cidadãos de Atenas para ocupar os principais cargos públicos. O sorteio acontecia na Ágora, um misto de praça, mercado e assembleia. Os mandatos eram renovados anualmente e ninguém podia permanecer no mesmo cargo. Segundo a autora, se você era juiz num momento, no outro podia ser soldado. As decisões importantes eram tomadas em grandes assembleias, realizadas mensalmente com a participação de todos os cidadãos. Todos em termos, diz a autora, pois a mesma Grécia clássica e heroica excluía mulheres e escravizava estrangeiros. Só os machos, adultos e livres podiam ser considerados cidadãos. Mas, apesar dos preconceitos, não se pode apagar o valor de um dos períodos mais férteis da humanidade. Eles também inventaram todo um cotidiano de práticas e prazeres, tais como as padarias, teatros, termas e os jogos olímpicos, estes sempre em homenagem a Zeus, em Atenas. E nunca em tempos de guerra. Os atletas competiam nus e qualquer pessoa podia assistir - menos as mulheres casadas. As desobedientes pagavam com a vida, jogadas do alto de uma rocha. Conta-se que só uma mulher rebelde, chamada Calipatira, foi perdoada, pois corajosamente invadiu a arena para abraçar o filho vitorioso.

    Por ser o clima muito seco e quente no verão e frio e úmido no inverno, Aristóteles, que foi discípulo de Platão e mestre de Alexandre, o Grande, sugere em um dos seus mais eruditos textos, “Os Meteorológicos”, que a ascensão e a queda de grupos políticos e militares da Grécia eram determinadas pelas mudanças do clima.

    Mas embora saibamos que o determinismo geográfico é uma teoria etnocêntrica, sentimos no ar um clima variante e sempre cheio de factóides e verdades na Sophia amapaense. O mercúrio fica dilatando e retraindo em todos os termômetros políticos; partidos e candidatos dançam a valsa dessa oscilação; o povo anda ofegante, na expectativa das decisões.

    gov waldezÉ que vão começar as olimpíadas da política amapaense. Porém, quem apitará o primeiro jogo é o governador. Ele é o dono do apito e do cronômetro. Tudo depende de sua decisão, mas ainda não levantou o braço, apenas adverte os jogadores, dizendo que eles poderão ser penalizados se transgredirem as regras. A tensão é muito grande. Até as torcidas, na Ágora, reclamam, ainda que curiosamente não ofendam o árbitro. Os nossos atletas também estão nus, por enquanto despidos de suas vaidades. São gregos, troianos e bárbaros, ávidos para iniciar seus esforços. Mas não dá. O árbitro não apita, apenas olha o cronômetro.

    Mulheres, velhos e adolescentes levantam-se em “ola” na torcida. Parecem mais aborrecidos quando o locutor anuncia que haverá um “minuto de silêncio”. Então protestam. Ora, todos são cidadãos, não mais como na democracia grega.

    Finalmente parece que vai começar. Mas um relâmpago anuncia a trovoada, que vem seguida de um toró amazônico sem igual. O clima fica meio frio, a água alagou o campo. Todos vão embora junto com a luz, pois o sistema elétrico do local ficou danificado.

    No campo, entre a iluminação dos relâmpagos e raios, ficam os jogadores e o juiz, congelados, até o recomeço do jogo no dia seguinte. Mas só o juiz sabe que depois do jogo não poderá mais permanecer no mesmo cargo. Será um soldado ou um general nessa partida da cidadania.

    sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

    RÁDIO UNIVERSITÁRIA - UNIFAP

    Cenas da Inauguração

    HPIM5759   HPIM5749
    HPIM5748   HPIM5751
    HPIM5761   HPIM5773
    HPIM5815   HPIM5819

    COLUNA CANTO DA AMAZÔNIA

    CASTRO ALVES

    francisca_fav O radialista César Bernardo levou-me à casa da deputada Francisca Favacho, sua vizinha, para conversar sobre o seu projeto de mudança de nome da escola Castro Alves. A deputada estava preocupada com a repercussão negativ a dessa mudança e precisava tomar a decisão de ir ou não em frente. Parentes, amigos e correligionários comemoravam a festa de seu aniversário. Ela me explicou que a sua atitude foi em função de um abaixo-assinado de mais de mil assinaturas coletadas pelos interessados na mudança.

    Creio agora que a simpática parlamentar deverá rever o projeto, tendo em vista inaugurações de outras escolas, das quais uma pode ter o nome da professora Ivone, sem que para isso se tire a homenagem do povo amapaense a um dos maiores poetas da língua pátria. (Foto: www.correaneto.com.br)

    GÁS DE PIMENTA

    apuracao Antigamente a truculência da polícia estava em atacar o povo com cavalo e cassetetes. Hoje, mais moderna, ataca com spray de pimenta e nem quer saber das conseqüências. No episódio de quarta-feira de cinzas no sambódromo foi reeditada a mesma ação de uns cinco anos atrás, quando “pintaram com sabão” a pista da Ivaldo Veras e não deixaram as outras escolas desfilarem.

    Vi muita criança sair chorando, procurando água para lavar os olhos, porque o gás se espalhou pelo local. Ao comentar com o deputado Dalton Martins, que é médico, ele me falou que isso é muito perigoso para pessoas que têm alergia. Pode até matar.

    CARNAVAL E JULGAMENTO

    Ridículas as notas dos jurados do desfile das escolas de samba. Se pudessem, os “organizadores” deveriam colocar crianças para julgar com a pureza e sensibilidade próprias delas.

    Em último caso, já prevendo a corrupção, poderiam fazer como no caso de Al Capone que só foi condenado e preso quando o chefe dos “Intocáveis” sugeriu ao juiz que trocasse o júri do tribunal do lado, sob pena do mesmo ser categorizado também como corrupto, caso os advogados do mafioso conseguissem que ele escapasse ileso no julgamento.

    HORA DE REPENSAR

    No Sambódromo havia comentários de toda ordem sobre o tal resultado e o descaramento dos jurados. Uns querem que os jurados sejam importados do Rio, outros que o carnaval vá para a zona norte, que os blocos desfilem na Beira-Rio, etc.

    O mais importante, acho, é repensar o carnaval, pois o que acontece nos blocos é reflexo do que acontece nas escolas de samba. E o que acontece nelas é o reflexo de governos que vêm deixando suas mãos tentaculares em todas as instituições amapaenses, através do tráfico de influência e do abuso de poder.

    O gasto de milhões de reais como apoio ao carnaval demonstra o interesse dos poderes executivos em fomentar a cultura. Só que a cultura não pode ficar nas mãos de gente tão irresponsável.

    NOMES APROPRIADOS

    Comentaram também que está provado que quem ganha o carnaval no Amapá tem que ser bandido da pior espécie. A escola que usa o nome de piratão tem esse símbolo pirateado de uma garrafa de rum, cópia mesmo. Mas quem quiser ver o seu verdadeiro significado é só abrir o dicionário Aurélio.

    Nos blocos da LIBA, ganhou o famigerado “Mancha Negra”, um bandido perigoso dos quadrinhos de Walt Disney, arquiinimigo do Mickey Mouse.

    A BANDA

    banda_2010 Macapá já está pequena para o bloco de sujos “A Banda”. Quem se dispor a observar isso sem tirar a boca do copo vai ver que os “sujos” se dividem no trajeto por todas as praças. Mesmo cansados eles não desistem e se infiltram por todas as ruas e avenidas.

    No processo de repensar o carnaval, deve-se olhar A Banda com carinho para evitar burocracia e permitir a criatividade dos brincantes.

    ALA NO LIXO

    Uma ala inteira da escola Jardim Felicidade teve o azar de ver sua fantasia triturada por um caminhão de lixo.

    Deixaram uma caixa com as fantasias na calçada de um comércio do bairro, o gari pensou que era lixo e a arredou para a beira da rua. O caminhão coletor passou e triturou tudo. Sobraram gritos de desespero.

    ZUNIDOR

    boemios_10 Depois da revolução estética imposta pelos Boêmios do Laguinho, que primaram pela beleza plástica das fantasias e alegorias, falta agora fazer uma revolução moral para acabar de vez com as antigas e perniciosas práticas de dirigentes de certas escolas de samba. Não há quem não tenha se sentido envergonhado com o que houve na apuração. Muito justa e bem argumentada a proposta do presidente Vicente Cruz. Se ele aceitasse a abertura dos envelopes restante com certeza a AUSBL teria perdido ou poderia até ser rebaixada, tanto foi a “onda”.

    Hoje inaugura o prédio da Rádio Universitária FM, 96,9. Uma realidade da Universidade Federal do Amapá. Será às 17h00 no campus Marco Zero do Equador. Professor Tavares, reitor da IFES, presidirá a solenidade.

    Vice-governador Pedro Paulo, participante do bloco “Carroça do Abreu”, está firme na decisão de se candidatar. Diz que trabalha para isso.

    bombadagua Esses jurados de blocos não entendem nada mesmo de criatividade. Todo ano o Kubalança, o mais irreverente dos blocos, é penalizado nesse item. E todo mundo sabe que o bloco é o mais criativo da cidade.

    A Polícia Militar trabalhou direitinho no carnaval. Com ostentação e serenidade evitou muitos acontecimentos desagradáveis entre os foliões.

    juvenal_canto Aniversaria amanhã o meu irmão Juvenal Antonio Canto, companheiro de 35 anos do Grupo Pilão. Felicidades.

    Já está chegando o livro “Adoradores do Sol”.

    Inderê. Volto zunindo na sexta.

    quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

    EXPLOSÃO DE LAGUINENSE

    Da caixa de Comentários:

    É, mais uma vez, a mão grande dos verdadeiros piratas do carnaval, dáqueles que esperamos só o que sabem fazer: "engrupir e subtrair o povo amapaense". Mais uma vez, conseguiram acabar com a festa do carnaval. Boêmios do Laguinho, tem samba de raiz, no pé, é de berço, não precisa de braço de gancho, nem de papagaio de pirata pra fazer lavagem cerebral e repetir letra de samba enredo. Nascer no Laquinho significa SAMBA NA VEIA e isso é muito difícil de engolir.

    Saudações Laguinenses à todos os sambistas do Bairro do Samba de raiz, do pagode do Batuque, do Marabaixo e das Escolas de Samba e dos blocos.Parabéns pela reação "Zona Norte", merecemos respeito.

    A LIESA recebeu aproximadamante 2,3 milhões pra realizar o fiasco, os jurados foram tão incompetentes, que deram notas ridículas ao vencedor do melhor samba de enredo(que foi a UNIVERSIDADE BOÊMIOS) e notas DEZ(10) para o PIRATÃO no quesito enredo. Ora! ficou mais do que claro, havia uma tendência dos jurados em benfício daqueles que fizeram um carnaval cheio de falhas e faltas, O POVO VIU TUDO, melhor que o BBB, o PIRATÃO tanto no conjunto, quanto em alegorias e adereços, assim como em harmonia etc, FALHOU.

    Então, porque engolhir mais essa maracutaia. Os empresários do Piratão que me desculpem, mas na "mão grande" nunca mais. Se for necessário separar, temos a consciência de que será pelo respeito à cultura amapaense e seus honrados profissionais nativos do samba.

    "VIVA A ZONA NORTE". Abaixo a LIESA.

    Élcio Ferreira, nascido e criado no Laguinho.

    quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

    SÓ MESMO EM MACAPÁ

    Numa decisão inusitada os conselheiros Liga das Escolas de Samba de Macapá – LIESA resolveram anular o resultado da apuração do Deslile das Escolas de Samba do Grupo Especial do Carnaval 2010 e declarar todas as escolas campeãs do carnaval.

    A razão alegada foi uma nota extremamente baixa para o quesito Mestre Sala e Porta Bandeira da Universidade de Samba Boêmios do laguinho.

    Numa forte reação de indignação dos presentes no Sambódromo, que esperavam um resultado favorável à Boêmios do Laguinho, houve uma ação da Polícia Militar que aplicou gás de pimenta nos manifestantes, atingindo a muitas crianças que se encontravam no recinto.

    Muita briga, muita confusão para, ao final, impor este resultado estapafúrdio que empana o brilho com que as escolas se apresentaram na Ivaldo Veras.

    Já se fala, inclusive, em dividir o carnaval de Macapá em Zona Norte e Zona Sul.

    A população do Amapá está indignada com o desserviço que a LIESA impôs à cultura do Estado do Amapá cujo poder público investiu milhões de reais no fiasco que foi o carnaval 2010. Os verdadeiros brincantes do Carnaval do Amapá estão tristes e envergonhados.

    CONFUSÃO NA APURAÇÃO

    A apuração do Carnaval 2010 foi interrompida.

    domingo, 14 de fevereiro de 2010

    BOÊMIOS DO LAGUINHO

    É hora de enviar todas as energias positivas para os integrantes de minha escola, a Universidade de Samba Boêmios do Laguinho. Eu vou estar lá, na Diretoria, fazendo a minha parte, doando o meu coração. Que cada membro da Nação Negra tenha em mente que é hora de fazer valer a nossa tradição guerreira.

    Vamos trazer o título de Campeão do Carnaval de 2010.

    Aqui vão algumas fotos de Boêmios do Laguinho em ação.

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    CARNAVAL COM PIMENTA

    Publicado no jornal “A Gazeta” de domingo, 14/02/2010

    Durante o carnaval as polêmicas e confusões entre escolas de samba se acirram, os blocos se desesperam com o tempo exíguo para o dia dos seus desfiles e os olhos do “suprimo” Pennaforzinho parece que vão saltar das órbitas ao trabalhar na construção das bonecas da Banda, como o faz todos os anos. A preocupação é geral, afinal ao meio disso está uma salutar disputa que congrega milhares de brincantes, comunidades e profissionais de diversas áreas e artes, todos esperando fazer um espetáculo ousado e bonito, em nome de um enredo operístico e bem brasileiro pela passarela do samba.

    O rádio é o maior veículo de divulgação dessa atividade. Nessa ocasião se multiplicam os programas específicos e bem formatados. Mas junto deles muitas rádios abrem programas feitos por carnavalescos “pavulagens”, por radialistas “de araques” e por agentes emissores de opiniões esdrúxulas e sem fundamento. Tudo em nome da paixão pelas suas agremiações, que nem sempre correspondem ao que eles falam ou se aproximam de suas verdades históricas. Há, inclusive, ofensas pessoais e coletivas que podem ser resolvidas pacificamente depois do resultado final, ou às tapas dentro do período momesco, e dentro ou fora dos estúdios das rádios. Eu mesmo já vi muita coisa acontecer quando me dispunha a desfilar por escolas em que fiz inúmeros sambas-enredos. Vi muita gente se babar de alegria porque estava sendo homenageada, assim como choro e ranger de dentes porque um carro alegórico se desmantelou na avenida. Vi confusões e disputas físicas realizadas por provocadores profissionais que após o resultado se dirigiam à comunidade rival para ridicularizar os brincantes. Vi amores perdidos em plena avenida, durante a excitação sensual das passistas e destaques e, por fim, vi escolas inteiras sendo arrastadas e engolidas pelo cronômetro, sob pena de perder pontos – a inflexibilidade do tempo. Mas devo dizer, sim, que vi o Rei Momo chorar quando sua escola preferida passou na passarela, feia e desmotivada, como um bando de flagelados se retirando de uma seca implacável. Ela foi rebaixada. Foi triste. Mas voltou radiante sob o canto da Nação amada.

    O carnaval é uma instituição empolgante. Quem gosta do samba raramente se afasta. O Rogério, da Universidade de Samba Boêmios do Laguinho, é um exemplo disso. Perdeu as duas pernas no acidente em que morreu o vice-presidente Nilson, nosso amigo conhecido por “Bode”, porém não se afastou e desfilou no ano seguinte em cadeira de rodas e os últimos metros da pista com próteses.

    Faltam poucas horas para o desfile da Universidade. Será uma disputa diferente porque todos os anos mudam o regulamento, talvez numa tentativa de acertar que sempre causa confusão e polêmica. Mas as polêmicas são necessárias. Desde que não sejam chinfrins valorizam o carnaval.

    Há algumas horas outras escolas passaram na Ivaldo Veras, também contagiando seus públicos fiéis com seus sambas de empolgação e seus carros alegóricos. Elas são, agora, o orgulho dos seus lugares, dos seus bairros, e das famílias dos que fazem o carnaval. Êita, alegria danada! Só quem faz o carnaval é quem sabe da sua motivação e da valorização interior de cada brincante que veste uma fantasia. A transformação se mede pela energia de cada um deles na avenida.

    Com polêmica, com pimenta ou não, o importante é brincar e disputar com a certeza de vencer, pois todo o esforço para isso merece ser recompensado. Évoé, Momo! Que vença a Nação Negra com seu maravilhoso enredo “Índio que te quero lindo”, afinal “sou Laguinho, sou raiz/ Sou Boêmios, sou feliz”. Vamos lá, Laguinho.

    sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

    TESOURA PRA CIMA E TAMBORES NO CHÃO

    boemios A Universidade de Samba Boêmios do Laguinho está prontinha para sua apresentação de gala na Ivaldo Veras.

    Tambores à espera,

    tesouras pro ar,

    tudo pronto pra ganhar.

    KUBALANÇA

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    Este é o abadá do Bloco Kubalança que desde 1986 leva pra avenida as histórias pitorescas dos personagens do Bairro do Laguinho.

    Você pode adquirir o abadá ali no Morro do Sapo, na base do Kubalança, na confluência da Avenida Nações Unidas com a Rua José Serafim, ou pode ligar para a Odete – 8128-2262.

    COLUNA CANTO DA AMAZÔNIA

    Publicada no Jornal “A Gazeta” de sexta-feira 12/02/10

    NEGA BILUCA

    nega_biluca Figura conhecida do bairro do Laguinho, principalmente do marabaixo e do samba, Antonia Márcia, a “Nega”, agora se especializa em vender comida nos ensaios da Universidade de Samba.

    Seus quitutes são super-procurados pelos sambistas, principalmente no final dos ensaios, quando já estão “brocados”, e cansados. “Nega Biluca” já preparou a fantasia e vai desfilar nos Boêmios, onde seu irmão Macunaíma é o principal intérprete.

    CALOUROS

    A Universidade Federal do Amapá realizou a Semana do Calouro 2010 com o objetivo de mostrar aos novos alunos a estrutura física, pedagógica e acadêmica da instituição, informando, de início, que o conhecimento é dinâmico e que não há mais espaço para a passividade.

    Com direito a palestras, apresentação de curtas-metragens pelo pessoal do “Univercinema” e a aula magna proferida pelo reitor, os calouros foram incentivados a serem construtores e transformadores de sua aprendizagem, para criarem e recriarem o conhecimento, juntamente com seus professores, para que possam resolver os problemas atuais do planeta.

    ECONOMIA DO CARNAVAL

    É incrível como o carnaval afeta a vida de todo mundo. Em todos os lugares há festa, compra de fantasias, adereços e penduricalhos que servirão para dar aquela diferença individual nos desfiles de blocos, escolas ou nos blocos de “sujos”, mesmo.

    Ninguém pára. Brincantes tiram sarro pelo rádio, fazem promessas para todos os santos, deixam trabalhos em encruzilhadas... É a economia do carnaval num processo dinâmico e envolvente, de uma energia cada vez mais renovada.

    CIDADÃO MACAPAENSE

    alacid_canto Muito bonita festa de entrega de títulos honoríficos que a Câmara de Vereadores preparou no dia do aniversário da cidade. Mais de duzentos cidadãos e cidadãs foram homenageados pela edilidade em função do destaque que tiveram nos seus diversos ramos de atividades.

    Na ocasião representei o meu ilustre primo Alacid Canto a quem foi outorgado, pelo vereador Charly Jones, o título de Cidadão de Macapá, dado os relevantes serviços prestados a sociedade macapaense. Alacid não pôde comparecer porque teve que viajar na véspera, em razão de assuntos particulares.

    COLAÇÃO DE GRAU

    isadora_eduardo A coluna parabeniza as psicólogas Cristina Homobono Ayres da Silva e Carla Isadora Barbosa Canto que colaram grau em bonita festa de formatura no Teatro das Bacabeiras, dia 09. As duas fazem parte da primeira turma de psicólogos do Estado de Amapá, curso do IMMES.

    cristina_pedro O curso de Psicologia era o sonho de muitos jovens da década de 70. Na realidade era uma profissão de elite que “fazia a cabeça” de uma juventude quase sem destino e imersa na escuridão, causada pelos tempos sombrios da ditadura militar que assolava o Brasil.

    (Foto1: Carla Isadora e seu pai Eduardo Canto. Foto 2: Cristina Homobono e seu esposo Pedro Ayres.

    MINHOCAS

    batam_alvaro O Bloco “Os Minhocas”, organizado pela Associação dos Músicos e Compositores do Amapá – AMCAP - realizou sua festa na quarta-feira no Bar do Abreu, com a participação de dezenas de filiados, e sob o comando do cantor Batam e do guitarrista Álvaro Gomes, músicos experimentados em bailes de carnaval.

    Muitos dos diretores da entidade são puxadores de samba da Maracatu da Favela, escola traz um belo samba-enredo cantado na hora por Cléverson Baía e Aldo. Logo em seguida, numa saudável disputa, Jorginho do Cavaco e Lino interpretaram o “Índio que te quero lindo” dos Boêmios do Laguinho, o samba campeão do concurso da Liga das escolas de samba.

    AURELIANO NECK

    neck Organizado pela Liga dos Blocos do Amapá, sob a coordenação do magrinho presidente Pereirinha, foi realizado com grande sucesso de público, o festival de músicas-temas dos blocos da capital, em frente ao Bar do Abreu.

    Merece destaque a participação de Aureliano Neck, compositor do “Pica-Pau Boleiro”, bloco campeão do festival. Neck, que faz parte da corte do carnaval como “Cidadão Samba”, aparece como compositor de qualidade. No festival Neck cantou junto com o Humberto Moreira.

    ZUNIDOR

    ju_feet (6) Foi ontem a inauguração da loja Doctor Feet, nova franquia em Macapá da conceituada loja paulista. Quem assina a direção é a advogada e cantora Juliele Marques. O Shopping Macapá ficou pequeno para receber os convidados.

    O Mestre-Sala Chocolate, dos Boêmios do Laguinho vive grande expectativa diante do desfile das escolas de samba. Segundo Cláudio Rogério, diretor da escola, o moleque vai fazer bonito na avenida.

    dep_joelbanha Deputado Joel Banha passa 24 horas por dia pensando em política. Diz que qualquer mexida no tabuleiro só pode ser dada depois que o governador Waldez Góes decidir se fica no governo ou se sai para concorrer ao Senado da República.

    O cantor Batam, continua ótimo. O cara é eclético mesmo.

    Nossas condolências ao amigo Bonfim Salgado pelo falecimento de sua mãe, dona Antônia.

    castroalves-150x150 Mais um projeto político para tentar acabar com a memória amapaense tramita na Assembleia Legislativa: a tradicional escola estadual Castro Alves é objeto de mudança de nome. A deputada Francisca Favacho, autora do projeto, quer trocar o nome para Maria Ivone, inclusive justificando que o poeta Castro Alves nada teve a ver com a história do Amapá, segundo ouvi no rádio. Ora deixem o Castro Alves em paz. É hora da estudantada se reunir e protestar contra mais uma “desapamalidade”, a exemplo dos estudantes do Colégio Amapaense que fizeram um barulhão quando um deputado ousou fazer a mesma coisa.

    Vamos brincar um carnaval sem excessos.

    boemios_ Que vença a melhor escola de samba, aliás, que a Universidade de Samba Boêmios do Laguinho seja a campeã.

    Vem aí os “Adoradores do Sol”. Inderê! Voto zunindo na sexta.