O
poeta Luiz Fernando Liveira lança hoje, às 19h00, no Restaurante Flora, localizado
no Igarapé da Fortaleza, município de Santana, o seu primeiro livro, “Caminhos
de Rio...”. A obra traz o Apoio cultural
da Secretaria de Cultura do Estado do Amapá, da Fundação Tancredo Neves, do Governo
do Estado do Pará e de outras empresas. Tem quase 400 páginas e é ilustrada por
diversos artistas. É apresentada por Nilson Chaves, Fernando César e Fernando Canto.
Será comercializada em diversas bancas de jornal e livrarias de Macapá e Santana.
A coluna deseja votos de sucesso ao autor.
MARINHEIRO-POETA
O marinheiro Luiz Fernando traz em seu navio-viajante o fado de ser
poeta.
Seu livro de poemas abarca, antes de tudo, uma paixão inebriada pela
Amazônia e pela sua geografia inconclusa de tantos lugares pelos quais aporta e
cultiva um “Jardim do Coração”, local que diz ser “Ideal para a flor do amor.”
E esse amor não existe apenas na feitura dos versos, mas também na
paixão que se espraia pela divulgação em seu site e agora por este trabalho da
região amazônica, ainda tão desconhecida da maioria dos brasileiros. Nesse processo
está contido o “Dever de proteger e declamar os encantos da Mãe-Hileia”, sendo
esse o seu talento.
Liveira é um exímio observador da natureza da região. Muito do que diz
nos seus textos advém de um olhar perscrutador que transfere para dentro de si,
através das “Inexternitudes”, termo criado por ele para explicar
metaforicamente seus sentimentos. Porém, é em função de suas inquietações que o
autor encara a realidade como se fosse um cipoal de difícil penetração – o mundo
a lhe provocar desafios, a sociedade a lhe instigar uma porfia, um duelo
constante para que possa realizar seus sonhos e seus projetos sociais pela
Amazônia.
Creio que sua preocupação serve de fulcro para tal aventura poética,
pois sua poesia tem uma relação direta com a deidade, e sua fé pulsa
constantemente ao meio dos versos.
Para um poeta-marinheiro como Liveira o jogo da angústia está em
chegar. Chegar aos mais recônditos lugares: cidades, vilas, paragens com seus
nomes de origem indígena ou não, e cheios de histórias características, onde
está sempre presente o sentimento amor por ele experimentado.
Além disso, ao sentido da observação cabe o olhar ao alto, lá onde
passam as constelações que guiavam os primeiros marinheiros exploradores. Além do
sentimento telúrico expresso com nitidez, percebe-se em seus versos o orgulho
patriótico e o respeito pelos ícones-criadores/retratadores da cultura regional
que ele tanto admira.
Ao poeta cabem muitos olhares, dons e dádivas que lhes permite prever e
crer. E neste trabalho o poeta não poderia esquecer-se de notar as mudanças que
encontra nos lugares por onde andou e de ser incisivo com seus questionamentos,
como em “Jari”, quando escreve: ”Caminhando teus curvos caminhos/ Vejo o
progresso vir, imponente,/ Transportando riquezas e espinhos,/ O progresso vale
a pena, realmente?”. Os poemas do marinheiro-poeta têm versos de um
poeta-marinheiro experimentado que cumpre sua missão de educar pela poesia.
Liveira dá aos seus leitores o bônus de se deleitarem com as viagens
feitas por ele, nesse trabalho que considero pedagógico e eivado de amor pelo
povo da Amazônia e seus encantos. (Fernando Canto)
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