Em 1980 o IBGE contratou mais de uma centena de funcionários temporários para realizarem o Censo. Entre os que foram selecionados estava o Zé Ramos.
Destacado para atuar no garimpo de Lourenço, aplicou o questionário com muita eficiência. Mas para a surpresa de seus superiores, no item cor e raça (pois assim era usado naquela época e não se pedia a declaração de cor dos entrevistados) apareceu uma população de cerca de 80% de amarelos. Com medo de uma invasão de imigrantes ilegais, mais que depressa uma comissão composta por policiais federais, delegados do antigo Território Federal do Amapá e por funcionários do órgão, se dirigiu para o garimpo a fim de investigar a existência dessa comunidade japonesa (ou de orientais) no interior do Amapá. Nada, porém, foi apurado. De volta à Macapá colocaram o Zé Ramos na berlinda
Então ele confessou que preenchera o questionário depois de observar que a população local era quase toda de cor amarela. O nosso recenseador não imaginava que em Lourenço grassava uma epidemia quase permanente de malária.
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