quarta-feira, 22 de junho de 2011

As Primas

Por Alfredo Garcia

- Então??

-Não sei não... E se mãe descobre?? Já viu né...

-Descobre nada, seu burro! Indagorinha vi tia Isaura sair no rumo do mercado.

-Mas Glorinha...

-Mas, o quê?? Ih, porcaria, tá tremendo de medo, é? Vai ver, é gostoso... Vens?

- E tia Ponciana?

- Vixe! Essa tá ressonando faz é tempo... Dorme, muitas vezes, até cinco horas depois do almoço.

Foi. Melhor dizendo, foram. Os dois. Lá no fundo do quintalzão onde erguia-se o capinzal, alto do tanto de um homem taludo ou mais. Lembrava que às vezes viera por aqueles cantos a brincar com uns moleques. Glorinha, facirosa e tentadora, propusera agora novo brincar.

Ainda caminhando, olhou para trás e viu a casa azulada, erguida no alto, entre aquele verdejar de mangueiras, goiabeiras e abricozeiros. Glorinha afogueada, puxava-o pela mão.

Encaminhavam-se para uma clareira em meio ao capinzal. Ao chegarem notou o velho colchã, com algumas molas expostas, espichado no chão batido.

Glorinha levantou a saia. Piscou o olho e sorriu para ele.

-Não vai tirar as calças? Tira!

-???

-Ih! Deixa de ser bobo! Vestido assim ninguém faz nada não, pamonha! Vem ou não? Ora, tira...

-Não vem ningém por estes lados, não? Olhe que...

-Tira!

Tirou, que remédio? Acanhado, ficou sem saber, assim despido, onde colocar as mãos. Nu; a palavra agredia-o. E se mãe descobre??

Glorinha tirara a saia, melhor contando, tirara a roupa. Isso porque o pano que ficara a encobrir os peitos era um nada assim de tecido. Glorinha despudorada... As primas é que diziam: “Glorinha é um demônio...”

-Vai ficar aí olhando, é? Ih! Molenga! Isso aí não levanta não?

-Quê??

-Esse troço aí (apontado para o meio das pernas dele)... Ah! Vem, se achega pra bem perto de mim.

Glorinha era mais alta um tanto do que ele, quiçá uns dois palmos. Diferiam na idade, também. Não sabia porque cargas d’água matutava naquilo. O corpo dele era cálido, os peitos rosados, ponteagudos. Deu um apertão nele, sufocando-o. Disse algo parecido com “é gostoso...” no ouvido dele.

Enroscaram-se. Súbito, sentiu-se tomada por uma comichão no baixo ventre, a estrovenga ardia. Tomou-o um febrão dos diábos e um frio gostoso, destamanho, percorreu-o. Ah! Glorinha...

-Num fala não... Vem, fica por cima. Faz o que eu digo, sim?

As carnes dela eram quentes, macias. O febrão tomava-o todo. Ela balbuciava, sussurrando, palavras ininteligíveis. Sentiu cócegas: ela mordera o seu lóbulo. Beijava-o sem parar; beijava não, chupava-o. Muitas das vezes ele pensava que aquilo não era direito, não estava certo. Ela calava-o logo.

O diacho era que ela apossara-o com aquele febrão nas entranhas e, diabos! era gostoso aquele ir-e-vir, dava uma moleza... Glorinha despudorada!

De repente ela contraiu-se, murmurou algo entredentes. O líquido quente molhou-o, a estrovenga murchara. Glorinha fechou os olhos, extasiada os lábios ficaram entreabertos.

Deitou de lado, confuso com os acontecimentos. Ela parecia cochilar. Ouviu um ruído e voltou-se, rápido, para onde estavam amontoaadas as roupas no chão. Olhou e ficou pasmo: a sua frente estavam as primas Joíra e Arlinda, pondo-lhe olhos gulosos. Pudico, colocou as mãos no sexo. Detrás de si ouviu a voz rouquenha de Glorinha:

-Olha que elas contam...

Nem bem articulou resposta e as primas já despiam-se. E se mãe descobre??

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por emitir sua opinião.