COLUNA CANTO DA AMAZÔNIA

Publicada no jornal “A Gazeta” de sexta-feira, 02/07/2010

REFORMA DA LEI DE DIREITOS AUTORAIS

A jornalista Ana Paula Sousa, da Folha de São Paulo, informou que o texto da reforma da Lei de Direitos Autorais, que entrou em vigor no dia 16 passado, para consulta pública, traz uma série de novidades. Uma delas é a inversão da lógica de que hoje não se pode comprar um CD e copiá-lo para o seu iPod, mas uma gravadora pode pagar uma rádio para tocar a música de certo artista por centenas de vezes. O texto prevê a legalização da cópia privada e criminalização do “jabá”, que é o nome popular da execução paga por gravadoras.

O texto também prevê a criação de um instituto, ligado ao governo, destinado a regular e supervisionar o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição – ECAD, que segundo o ministro da Cultura Juca Ferreira “é um sistema obscuro, sem nenhuma transparência”.

Segundo a informação o ministro disse que a criminalização do “jabá” inclui-se no cerco ao sistema de arrecadação, “por ser um sistema perverso que cerceia a diversidade cultural e que se caracteriza como concorrência desleal”.

QUINTETO LATINO-AMERICANO

O Projeto Sonora Brasil do SESC, que já trouxe inúmeros instrumentistas para tocarem no Estado, vai voltar na semana que vem.

Quem vem agora é o Quarteto Latino Americano de Sopros da Paraíba para se apresentar no dia 04 (segunda-feira) e 05 de julho, respectivamente, às 19h00 no Centro Múltiplo Uso da Prefeitura de Mazagão e às 20h00 no auditório na Escola SESC. A entrada será franqueada ao público.

PONTOS DE CULTURA

Desde 2003, 2.552 Pontos de Cultura – pontos de leitura e pontinhos – foram apoiados pelo Governo Federal. São espaços para gravar músicas e vídeos, divulgar obras e disseminar informações e conhecimentos.

Cada Ponto de Cultura tem R$ 180 mil para realizar atividades por dois anos. Em vez de o Estado levar ações culturais prontas para as comunidades, são elas que definem suas próprias ações culturais. Nos últimos seis anos o investimento nos Pontos de Cultura foi de R$ 469 milhões. Em 2010 serão R$ 127 milhões.

O IPEA informou que os PCs alcançam direta e indiretamente 8,4 milhões de pessoas em todo o Brasil.

SÃO BATUQUES & FLORAÇÃO

Desde os tempos do “Raízes Aéreas”, quando cantavam com Naldo Maranhão, não vejo um show produzido para trazer à tona as belas composições musicais de Beto Oscar e Helder Brandão, músicos de excelente formação acadêmica, que vêm valorizando os ritmos amapaenses integralmente.

Será hoje este encontro. A dupla apresentará o show “São Batuques”, onde cantarão 17 músicas, entre as quais a antológica “Floração”, no bar-teatro Carinhoso, a partir das 22h30, com a participação dos cantores Osmar Júnior e Zé Miguel. A produção é de Sônia Canto Produções.

DONA CHIQUINHA

Sábado passado a comunidade do Quilombo do Curiaú amanheceu em festa comemorando os 90 anos de Francisca Ramos dos Santos, conhecida como Dona Chiquinha do Bolão, que por muitos anos morou no bairro do Laguinho com a família e depois retornou às origens.

Chiquinha é neta do Capitão Pedro Lazarino, pecuarista e político local do início do século XX, hoje nome de rua em Macapá. É detentora de uma memória fabulosa e conhece “ladrões” de Marabaixo como poucos. Sua mãe, conhecida por Benedita Chembemba também teve longa vida, passando dos cem anos.

Na ocasião fui lhe dar um abraço e provar da famosa maniçoba feita pelo seu filho Pedro Bolão, que fabrica tambores e realiza oficinas de percussão. Havia muita gente por lá inclusive amigos e parentes da mesma idade sua, como Dona Zefa do Quincas (mãe do Pedro Ramos, do Neck e do Bomba D’Água) e o irmão Arinho. Que ela continue cantando Marabaixo por muitos anos.

“AMARELOS”

Durante a tabulação dos dados do Censo de 1980, a direção do IBGE em Macapá ficou “encucada” com a descrição do recenseador, que havia colocado no item cor e raça um grande número de pessoas amarelas.

Preocupados com a quantidade de possíveis japoneses clandestinos no interior do Amapá, os coordenadores da pesquisa foram até o local constatar os dados, acompanhados de policiais e até de gente ligada ao gabinete do Governador.

Descobriram que em vez de marcar negro, branco, pardo, indígena ou outro, que os questionários pediam, o recenseador aplicava logo um “amarelo” nos indivíduos que via nitidamente dessa cor, sem saber que estavam todos com malária, lá em Calçoene, no Garimpo do Lourenço.

ZUNIDOR

 

Muito linda a festa de lançamento do enredo dos Estilizados em homenagem ao bar do Abreu, no próprio. Rolou todo o tipo de samba, com Nivito, Alcinão, Ângelo do Cavaco, Dom Eládio, Carol e os bambas da bateria da Escola. Ronaldo e Roberval discursaram emocionados.

É hoje a pedreira que a seleção brasileira vai enfrentar na África do Sul. Daqui a pouquinho. Vamos lá Brasil!

Enchentes e tragédias marcam o nordeste brasileiro neste período. Podemos ser solidários.

Xamã da Pedreira, cadê você e seu cambono?

Quem perdeu, perdeu, o show de Paulinho Bastos no projeto Botequim do SESC Centro. Paulinho tocou e cantou com Macunaíma, a filha Paola e a mãe Oneide Bastos.

Encontrei o economista Walmar Jucá, no Bar do Abreu, depois de anos sem vê-lo. Walmar, que também escreve crônicas, trabalha em Recife e está fazendo Direito por lá.

O multimídia Aroldo Pedrosa acaba de ser contemplado com 100 mil reais pelo Edital do MinC. Seu projeto é editar a revista Vanguarda Cultural por um ano.

Inderê! Volto zunindo na sexta.