sábado, 27 de agosto de 2011

SOBRE DROGAS, DROGADOS E CRIMINOSOS


Reproduzo aqui parte da entrevista com o psiquiatra inglês Anthony Daniels sobre o que ele pensa em relação a viciados em drogas e criminosos na Inglaterra, publicada na revista VEJA, de 17.08.2011

ELES TÊM CULPA, SIM.
O psiquiatra e escritor inglês diz que as teorias sociológicas e psicológicas para explicar o crime e o vício em drogas produzem cidadãos que não assumem suas responsabilidades.

O senhor é a favor de prender consumidores de drogas?
A maneira como vemos o vício de drogas é errada. Tratamos os viciados como vítimas, incapazes de ser responsabilizados por suas escolhas. Isso é falso. Eles não são vítimas do seu próprio comportamento, não existe droga tão viciante a ponto de ser impossível livrar-se dela. Os drogados usam entorpecentes por uma decisão pessoal. Isso não significa que eu não me solidarize com essas pessoas. O estado mental que as drogas induzem é muito atraente para elas, em comparação com a sua realidade. Mas, quando cometessem algum crime, ainda que pequeno, sob efeito de drogas ou para comprá-las, os viciados deveriam ser forçados a entrar em uma clínica de reabilitação. Se não aceitassem o tratamento, deveriam ser mandados para prisão. Isso lhes daria motivação para levar a sério o processo de reabilitação, pois o maior problema com o vício é que as pessoas não encontram razões para parar. O medo da prisão pode ser uma delas. A outra é a certeza de ter uma vida melhor livre das drogas.

A prisão pode ser eficiente mesmo com a facilidade de conseguir drogas atrás das grades?
Sim, porque o indivíduo não estará na rua, violando a lei. A prisão não é uma instituição terapêutica. Sua função principal é prevenir crimes que um condenado poderia cometer se estivesse solto. Há também evidências de que, quanto mais tempo uma pessoa fica na cadeia menor a probabilidade de voltar à bandidagem depois de ser liberada. 

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