Saiu em DVD o documentário “Só dez por cento é mentira – a desbiografia oficial de Manoel de Barros”, filme que faturou o prêmio de Melhor Documentário no Festival de Paulínia 2009. Segundo o jornalista Severino Francisco, do Correio Brasiliense, Manoel nunca permitiu que gravassem uma conversa sua. No entanto, ele surpreendeu o diretor Pedro Cézar e concedeu um precioso depoimento para o documentário. Atualmente Manoel de Barros, aos 95 anos, é o poeta que mais vende livros no Brasil. Ele diz que: “A função da poesia não é informar: é encantar”. Severino diz que a poesia de Manoel é Feliz. Ele mistura os sons, os perfumes e as cores do Pantanal como se fosse um Rimbaud caboclo: “hoje eu desenho o cheiro das árvores”, dizo poeta. Confira alguns trachos falados pelo poeta no documentário.
“Ontem choveu no futuro”
“Poesia é voar fora da asa”
“O tempo só anda de ida
A gente nasce cresce amadurece
envelhece e morre.
Pra não morrer tem que
amarrar o tempo no poste.
Eis a ciência da poesia:
amarrar o tempo no poste”
“Poderoso não é aquele
que descobre o outro.
Poderoso para mim é aquele que descobre
as insignificâncias: do mundo e as nossas.
Por essa pequena sentença
me chamaram de imbecil.
Fiquei emocionado e chorei
Sou fraco para elogios”
“Poesia é a palavra que
Tem gorjeio dentro”
“Só quem inventa é dono”
“O olho vê.
A lembrança revê.
E o poeta transvê o mundo”
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