quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Coluna Canto da Amazônia - CULTURA DE CONTINUIDADE OU RUPTURA?

Ana-de-Holanda Ana de Hollanda veta R$ 12 milhões em convênios e há quem veja ação política no caso

Por Jotabê Medeiros 

O cancelamento de 11 convênios, no valor total de R$ 12 milhões (assinados na gestão de Juca Ferreira no Ministério da Cultura) pela atual gestão de Ana de Hollanda está provocando um racha no setor. Artistas e produtores de convênios cancelados avaliam que a atual ministra optou por uma ação de ruptura radical com o governo anterior, em vez de fazer um governo de continuidade, como apregoou quando assumiu.

Na SPFW, cancelamentos atingiram estilistas

Por Renata Prezia/AE

Na semana passada, o Estado noticiou o caso da Rede de Revistas, grupo que reúne publicações de artes, que viu seu convênio abruptamente suspenso após ter sido selecionado e passado por várias instâncias de avaliação. Essa semana, outras duas instituições, o Instituto E (de design) e a Associação Brasileira de Estilistas (Abest), acusaram a descontinuidade de seus projetos.

O Instituto E tinha visto a aprovação, no ano passado, do projeto Design Sustentável para Equipamentos Culturais e Mobiliário Urbano, orçado em R$ 2.735.419,24 (incluindo as contrapartidas e os desembolsos). "O que o MinC alega são problemas processuais, dos quais caberia a ele mesmo a resolução, solicitando que sejam completadas as informações. Os problemas burocráticos, no caso do Instituto E, já tinham sido resolvidos. E o cancelamento foi de modo arbitrário e sem direito a resposta", afirmou nota do porta-voz do projeto.

Já o projeto cancelado dos estilistas envolveria o apoio de desfiles internacionais com os brasileiros Pedro Lourenço, Alexandre Herchcovitch e Carlos Miele e premiaria dois estilistas de destaque nas principais semanas de moda do ano passado. O apoio do Estado brasileiro à indústria de moda nacional tem sido incentivado desde a gestão Gilberto Gil, e a própria ministra Ana de Hollanda esteve na SP Fashion Week para ilustrar sua preocupação com o setor.

Na ultima Conferência Nacional de Cultura em 2010, moda, design e arquitetura passaram a ser reconhecidos como cultura pelo MinC e foram definidas estratégias para essas áreas. A nova Lei Rouanet, em trâmite no Congresso, prevê a inclusão do setor em um fundo setorial.

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