quarta-feira, 19 de maio de 2010

Balé de Luz deu um baile!

Por Vânia Beatriz

juliele_vania Juliele e Vânia Beatriz (Foto: Fernando Canto)

O show Balé de Luz, da cantora amapaense Juliele, no sábado (8/05) na Choperia da Lagoa em Macapá cumpriu o que prometeu: marcar uma nova fase na carreira da cantora.

“Balé de Luz é uma referência a tudo aquilo que é banhado pela claridade, que movimenta e intensifica a vida e os cantares dessa diva em aprimoração constante.” Disse a produtora Sônia Canto, no texto de divulgação.

O show foi isso e um pouco mais. Para a volta aos palcos amapaenses, depois de dois anos do lançamento do primeiro CD, a artista se cercou de muita gente boa, seja na produção do show, que teve a direção musical do Maestro Manoel Cordeiro e a direção artística de Túlio Feliciano; sejam os músicos da banda de base que a acompanha: Manoel Cordeiro (Violão/Violão aço/Bandolim), Alan Gomes (Contrabaixo), Fabinho (Guitarra), Bibi ( Metais: soprano/tenor/flauta), Jefrei (Teclado) , Paulinho Queiroga (Bateria ) , Valério de Lucca e Mestre Nena (Percussão); sejam os produtores executivos Carlos Lobato e Sônia Canto.

Juliele apresentou repertório eclético, músicas conhecidas na voz de grandes artistas brasileiros, como Chico Buarque de Holanda, Roberto Carlos, e Wanderleia, dentre outros; intercaladas com músicas de também grandes compositores e cantores da região amazônica, como Fernando Canto, Joãosinho Gomes, Nivito Guedes, Nilson Chaves, Enrico di Micceli, Osmar Junior e Zé Miguel.

A abertura do show foi com a música “Pela cauda de um Cometa” (Fernando Canto e Nivito Guedes), uma referência na sensibilização para as questões ambientais. Uma seqüência de “sucessos inesquecíveis” , todos com uma nova roupagem, na interpretação da cantora de voz suave e aveludada, que quando do lançamento de seu primeiro CD, foi comparada a estrelas da música brasileira como a baiana Gal Costa, Jane Duboc e Fafá de Belém, estas nortistas como Juliele.

Assim se ouviu e se cantou junto as músicas: Miudeza (Nilson Chaves / Celso Viáfora); Eu já nem sei (Roberto Correa e Sylvio Son, gravada por Wanderléa); Quase fui lhe procurar (Getúlio Cortes – gravada por Roberto Carlos); Amor perfeito (Michael Sulivan/Paulo Massadas); Meu Disfarce (Chico Roque/Carlos Colla – gravada por Fafá de Belém); Cabide ( Ana Carolina) e Todas as Línguas (Nilson Chaves e Carlos Corrêa), esta faz parte do primeiro CD da cantora.

Enquanto a banda tocava a instrumental Olhando dos Andes (Manoel Cordeiro), Juliele vestiu-se de vermelho e voltou ao palco. Já era quase domingo Dia das Mães, surpreendeu e emocionou cantando uma música que aprendeu a cantar com a mãe: “meu coração , não sei porque , bate feliz quando te vê... “ (Carinhoso – Pixinguinha).

Alguns dos princípios básicos do balé foram percebidos na posição cênica de Juliele: a disciplina, a leveza e harmonia das bailarinas clássicas. No palco, a menina de jeito tímido, que se iniciou na música cantando em reuniões familiares, traçou os passos de seu balé solo, não de sapatilhas, mas de pés descalços, fazendo se agigantar a diva que canta e baila, do fado (Tanto Mar – Chico Buarque) ao marabaixo[1] (Pra onde tu vais rapaz – domínio público).

Desenvolta e generosa, soltou a voz, repartindo com o público os presentes ganhos, duas composiçóes inéditas Balé de Luz (de Fernando Canto e Manoel Cordeiro) e Sem fim ( de Evaldo Gouveia). As surpresas não pararam por aí , quando se iniciaram os acordes de Pérola Azulada (Joãozinho Gomes e Zé Miguel) outra elegia ao planeta Terra , pensei estar havendo engano, não lembrava nada a introdução que eu conhecia, uma “...inédita versão country inteligentemente conduzida” definiu Raul Mareco . E tivemos ainda, Pedra de mistério (Enrico di Micelli e Osmar Jr.), Meu endereço (Fernando Canto e Zé Miguel).

O show durou cerca de uma hora e meia, mas foi tão envolvente, que não percebi o tempo passar e ainda nos deixou com gosto de quero mais.

Foi bonita a festa, pá , Fiquei contente...” Juliele e o público, também. Não foi à toa que ela escolheu a música “É hoje” (Didi e Maestrinho) para o bis: “.. diga espelho meu, se há na avenida alguém mais feliz que eu ...”. Assim estavam todos os que assistiram ao espetáculo, muito mais feliz!


[1] Música típica do Amapá

Um comentário:

Obrigado por emitir sua opinião.