segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

José Araguarino na Folha de São Paulo

Por ESTÊVÃO BERTONI, DE SÃO PAULO

Às margens do rio Araguari, num pedaço de terra então pertencente ao Pará, nasceu Araguarino, filho de fazendeiros. No documento, portanto, constava que ele, José Araguarino de Mont'Alverne, era paraense legítimo.

Ainda menino, ele foi para Belém, onde estudou e serviu ao Exército. Quando tinha 20 e poucos anos, o governo decretou que o local de seu nascimento tinha se tornado Território Federal do Amapá.

Com a Constituição de 1988, o Amapá virou Estado. Araguarino, que adorava sua terra, fez questão de que os papéis registrassem que ele era amapaense legítimo.

Um detalhe do Pará, porém, nunca saiu de sua vida: o Remo, clube de futebol de Belém pelo qual era doente. Tinha relógio, caneca e medalha do time. Os jogos ele acompanhava pelo radinho e quando a equipe ia até Macapá, ele visitava os atletas.

No Amapá, Araguarino foi delegado, chefe de gabinete da Secretaria da Justiça e Segurança Pública e substituiu o secretário algumas vezes.

Também mexeu com política: ajudou a fundar o PTB em Macapá e foi dono do jornal "Folha do Povo", empastelado durante a ditadura. Em 1964, ano do golpe, foi preso, mas solto logo depois.

Criou uma loja maçônica e era membro da Associação Amapaense de Escritores.

Gostava de escrever, colaborou com jornais e, para cada um dos filhos, fez um diário, que eles ainda guardam.

No domingo, Araguarino morreu aos 90 anos, de problemas pulmonares, no Amapá. Deixa viúva, três filhos, dez netos e seis bisnetos. Sobre seu caixão, a família pôs a bandeira do Remo.

disponível em http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/867723-jose-montalverne-1920-2011---amapaense-fanatico-pelo-remo.shtml

sábado, 29 de janeiro de 2011

COLUNA CANTO DA AMAZÔNIA

Publicada no jornal Tribuna Amapaense de 29.01.11

ALTERNATIVAS

Com a decisão da LIESA em não promover os desfiles das escolas de samba, devido à falta de recursos financeiros e de tempo, as agremiações estão buscando saídas criativas nas suas comunidades para a realização de eventos carnavalescos.

Os Boêmios do Laguinho e os Piratas Estilizados deverão fazer, em data a ser marcada ainda, O “Chopp Estilizados” na área em frente à Escola Estadual Azevedo Costa. No dia 12 de fevereiro ocorrerá novamente o “Guarafolia”, onde os Boêmios fazem um arrastão pela orla do Perpétuo Socorro, e na zona norte vai haver o “Aiô Folia”, com a participação da Escola de Samba “Jardim felicidade”. Muita água ainda vai rolar neste carnaval. Com ou sem apoio do Governo o povo do samba comparece. E não esquece.

CAVACO REELEITO

A conexão CPLP – Comunidade dos Países da Língua Portuguesa, informa que o presidente de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, foi reeleito com 2,23 milhões de votos. Abstiveram-se de votar 53,3% dos eleitores, fato interpretado como protesto ante o descrédito na classe política portuguesa.

A reeleição de Cavaco Silva abre numerosas questões, apesar das vozes que interpretam o veredicto das urnas a vejam como uma vitória da estabilidade.

NÚCLEO DE PRODUÇÃO DIGITAL

Reuniram-se no sábado passado no auditório do MIS, no Teatro das Bacabeiras, o senador Randolfe Rodrigues e o secretário de Cultura Zé Miguel com produtores audiovisuais independentes, objetivando implantar o Núcleo de Produção Digital – NPD – no Amapá.

Mas o objetivo principal foi o de buscar apoio para que os produtores independentes possam produzir e aprovar projetos, de acordo com o “Olhar Brasil”, da Secretaria de Audiovisual do MinC. Os dois se comprometeram em implantar o NPD no Estado o mais rápido possível.

GABEIRA NA SERRA DO NAVIO

A Revista ICOMI Notícias nº 23, de novembro de 1965, destaca matéria na página 10 sobre a visita de jornalistas cariocas ao Amapá. São eles, Romir Ribeiro, de “O Jornal”, Fernando Gabeira, do “Jornal do Brasil” e José Montenegro, do “Correio da Manhã”, que de volta ao Rio deram suas opiniões sobre o que haviam visto com os próprios olhos de jornalistas experimentados.

Romir Ribeiro falou por todos e classificou o projeto da companhia como “o milagre do manganês”, e se admirou com os índices a respeito da vida humana, ao dizer que “estamos no lugar do planeta onde menos se morre”. Cinco anos depois, Gabeira sequestrou o embaixador americano e negociou o seu exílio e dos camaradas na França em troca da vida do “gringo”. E por aqui a violência só aumenta.

CHEGADINHOS

Depois de inúmeras desavenças nas competições carnavalescas as escolas de samba Maracatu da Favela e Piratas da Batucada estão, segundo dizem, como “unha e carne”. Foram as únicas que votaram pela manutenção do desfile deste ano, na esperança de...

Engraçado é que essa relação de amor e ódio já fez mudar na marra o resultado do desfile, tipo o enredo de apelo popular como o “Sai pra lá Pirata!”, quando o Maracatu se sagrou campeão. Por outro lado elas contribuíram para que não houvesse o carnaval de 2005. E o carnaval amapaense evoluiu?

OSWALDO BRATKE

Pouca gente sabe que foi o arquiteto paulista Oswaldo Bratke que resolveu o problema da habitação para as vilas de Serra do Navio e Amazonas. Ele estudou as condições locais, planejou e executou uma casa arejada e elegante, que se tornou o protótipo da casa ecológica da Amazônia.

Apesar de serem vilas segregacionistas, com níveis distintos de status, impostas pelos valores do capitalismo americano, realmente eram lugares agradáveis de viver. Naquele clima saudável passei alguns carnavais inesquecíveis.

ZUNIDOR

Ontem foi a terceira vez que o grupo de atores dirigido por Thomé Azevedo apresentou a leitura dramática da peça “A Mulher do Fundo do Rio”, deste autor, no teatro do ponto de cultura.

Sabedor que o carnaval é um evento gerador de emprego, o governador Camilo disse no rádio que ficou triste com a decisão da LIESA, mas não pode interferir. Falou que não pode disponibilizar mais do que 1,5 milhão porque o Estado está cheio de dívidas e precisa se recuperar. Disse também que gosta de carnaval, que a sua escola do coração é a Boêmios do Laguinho. E que “o povo amapaense precisa de alegria, pelo amor de Deus!”

Perguntinha: - Pra que serve o sambódromo, se não tem carnaval nem samba?

Grupo Pilão, acompanhado por excelentes músicos da banda base, dirigida pelo maestro Miquéias, tocou no SESC Centro no Projeto “Jornada Cultural”, da AMCAP, na quinta. Só Sucesso.

Juliele, Patrícia e Oneide Bastos, Manoel Sobral e Evaldo Gouveia se apresentaram ontem na Chopperia da Lagoa como show “Leve, Livre e Solto”. Não vi, mas gostei.

Deve ter ocorrido algo muito feio para que o Evaldo Gouveia nunca fale do seu finado parceiro Jair Amorim, que era um compositor de mão cheia.

Parabéns pelos cinquentinha do meu amigo Jorge Herberth, comemorado em um sítio nos arredores de Belém.

Inderê! Volto zunindo no sábado.

O Peixe

Fernando Canto

tucunaréAlguém falou assim aleatoriamente que todas as injustiças do mundo estavam naquele peixe exposto à venda municipal. Por segurança o dono da barraca ordenou a sua ajudante que o descamasse com rapidez. Ela apanhou a faca com precisão e habilidade e todos olharam atônitos para as escamas brilhosas, voantes na contraluz matinal depois da chuva. Uma a uma as escamas descreviam elipses na expulsão da pele do peixe que carregava as injustiças do mundo. Uma a uma. Pareciam mesmo descrever uma mensagem em código.

Como os antigos áugures, intérpretes do desconhecido, a mulher foi abrindo peixe, tirando-lhe as guelras e todas as entranhas, sempre falando baixinho. Cortou-lhe as barbatanas com gestos precisos, em mesmo tempo em que seu rosto franzia e a boca balbuciava uma espécie de oração que todos os assistentes puderam perceber. Especulou-se na hora que ela teria tido uma revelação ao observar o ventre do animal. Mais calma tirou-lhe a pele, cortou a espinha dorsal e a cabeça e o filetou todo para depois enfiá-lo em um saco plástico e entregá-lo na mão do patrão. Ela disse: - Pronto patrão. Agora ele é um peixe justo.

Os fregueses foram embora naquela manhã esquisita sem nada levar, mas ninguém, ninguém deixou de perceber que são os peixes que engolem as culpas das paixões dos homens no planeta Fome. (Publicado no livro Equino-Cio – Textuário no Meio do Mundo, Paka-Tatu. Belém, 2004)

VIAJANDO COM AS BORBOLETAS AMARELAS

Barão de Melgaço 002 Borboletas Ademar Ayres do Amaral

Meu filho, nas férias de julho, foi quem primeiro me mostrou aquele trânsito sem igual de borboletas amarelas, ainda quando estávamos aproveitando as delícias de Alter do Chão. Depois, da janela do apartamento onde ficamos, em plena área urbana de Santarém, continuamos vendo centenas, milhares delas atravessando ruas ou desviando por cima de prédios, sempre no sentido de Sul pra Norte. O fenômeno prosseguiu na viagem para Juruti. Elas vinham em voos sinuosos como se fossem bater na janelinha da lancha Tapajós e, como se movidas por puro instinto biológico, faziam verdadeiras acrobacias de circo antes de desviar e sumir no rumo de um destino incerto – não, talvez, pra elas.

Em Juruti, tirando soneca numa rede de largueza infinita que nunca desatava da confortável varanda da casa onde fiquei novamente elas vieram enfeitar minha vida, enquanto eu sofria com o sacrifício supremo de curar uma ressaca de pirapitinga. Passavam com o mesmo voar gracioso e sem se perturbar com o sol abrasador que fazia lá fora, onde “a terra parecia subir pelos homens, bichos e árvores com o calor, como escreveu o mestre Dalcídio Jurandir, nas páginas poéticas do romance Marajó. Obra prima tão carregada de poesia como aquela procissão interminável de borboletas que eu apreciava da minha rede.

Mas, a saga das borboletas amarelas me conduziram a outro livro genial, Mad Maria, do amazonense Marcio Souza. Nele, o autor nos descreve uma velha fotografia, na qual o poeta Mário de Andrade aparece sorrindo, em puro encantamento com as borboletas amarelas. A foto é do dia 11 de julho de 1927. Terá sido coincidência também ser num mês de julho? O poeta, dona Olívia Penteado e outros paulistas, moços e moças, todos intelectuais agregados pelo impacto da célebre Semana de Arte Moderna de 22, foram conhecer e viajar de Porto Velho a Guajara-Mirim pela estrada de ferro Madeira – Mamoré, a famosa ferrovia do diabo. Eis como a célebre imagem é descrita na pena mágica de Marcio Souza:

A fotografia foi tirada em Porto Velho, exatamente às doze horas e trinta minutos. Por isto, as sombras se confundem com os objetos e o poeta está sentado de banda sobre o trilho. Ao meio-dia o trilho de metal devia estar bastante quente, pegando fogo mesmo. Mas o poeta sorri porque duas borboletas amarelas entraram no campo da fotografia e volteiam em torno dele”.

Dia seguinte, viajando no rumo do Paraná da Dona Rosa, no barco do meu irmão Pescada, continuamos na boa companhia das borboletas amarelas.

-Isso nunca acaba?

-O quê?

-Essas borboletas.

-Todo julho é assim, elas sempre aparecem, basta o rio vazar

- Será que elas atravessam o Amazonas em todo o estirão ?

- Num sei, mas daqui até bem acima de Manaus eu já vi – confirmou o Pescada, firme no leme.

-Sei da presença delas em Porto Velho, tem um registro datado de 1927 – eu falei, lembrando a famosa foto do poeta Mario de Andrade.

De onde vem essa onda migratória e para aonde vão tantas borboletas? Nos Estados Unidos acontece algo parecido, motivo de muito estudo científico: a migração das borboletas monarcas. Dizem que elas migram para fugir do frio e se acasalar no calor. Se for isso, não deixa de ter certa lógica. Nossas borboletas amarelas surgem do Sul como se estivessem fugindo do frio e viajam uma imensidão, na busca do verão do Norte. Senhores biólogos desta Amazônia, taí assunto para uma boa tese de mestrado.

Sempre acompanhados dessa horda de borboletas, viajamos depois para Óbidos. Nosso primeiro drama, na chegada, foi encontrar um lugarzinho onde o barco do Pescada pudesse atracar e estar protegido. Demos sorte de ter vaga ao lado da balsa de um amigo, onde sempre há algum tripulante tomando conta, para vigiar contra outra horda, esta noturna, que perambula pelos arredores do porto de Óbidos: a dos gatunos. Só o pobre do Pescada já teve o barco assaltado umas três vezes por esses “amigos do alheio”. Na última visita eles levaram linhas, redes de pesca e de dormir, ferramentas do barco, peças da máquina, facões, botijão de gás, fogão, coisas que meu irmão amealhou com muito sacrifício na sua vida de ribeirinho. Tudo foi parar nas mãos dos ratos que infestam aquela área. Mas o dia começou várias vezes bem: o barco atracado em lugar seguro, um outro amigo esperando na sua caminhonete cabine dupla para nos agasalhar numa das confortáveis suítes da casa dele, e um Pálio, novinho em folha, que ele cedeu para que eu me deslocasse com meu filho enquanto estivéssemos em Óbidos. Não bastasse tudo isso, uma das borboletas amarelas deu vários volteios e pousou no balaustro do barco, bem pertinho de nós e ficou ali alguns minutos, abanando as asas graciosas, como a nos desejar uma boa estada na cidade mais bonita do Brasil.

NENHUM GALO OUSA ANUNCIAR

Fernando Canto

galo Os galos não mais tecem a manhã. Nem sozinhos nem cantando em uníssono, apanhando o grito de um e o lançando a outro.

Pode parecer estranha esta desconstrução que faço na poesia de João Cabral de Melo Neto. Porém, nenhum canto de galo se ouve mais perto da minha casa. A cidade deve ter crescido e engolido o resto de poesia rural num tempo de expansão e de medo. O medo o afugentou e o descreditou das alvoradas louras, das manhãs de fogo flutuante no céu equatorial, onde reinava absoluto antes dos carros acordarem.

Era cedo. Perto de clarear já se ouviam os trinados dos caraxués e sabiás vindos da direção do aeroporto, talvez fugindo do barulho dos jatos viajores. Nenhum galo cantava. Uma revoada de bicos-de-lacre fez a primeira sombra, ainda tênue na manhã. Nenhum galo ousou cantar. Bem-te-vis escreviam suas notas musicais “nos fios tensos da pauta de metal”; suís azuis e pipiras devoravam o mamoeiro do vizinho, todavia o canto do galo ficou no vazio.

Confesso que era grande a expectativa do seu canto. Os ouvidos aguçados nada compreendiam. Relógios e celulares lhe substituíram na função, e os quintais - seu reino e território - cimentados, não mais permitem que cisque avidamente o chão em busca de alimento.

Onde está o galo com suas qualidades de curar as psicoses, de acordar aqueles que querem deter o crescimento, fingindo que o tempo não passa; que denuncia a mentira e anuncia a luz?

O galo é o símbolo solar, representa a altivez, a coragem e a vigilância e foi nomeado pelos antigos como o “organizador do caos”. Sua imagem se identificou com a de Cristo, denunciador da mentira e condutor da luz que penetra as trevas do mundo. Mas antes Dele a imagem do galo era tão popular que foi cunhada em moedas gregas (século 6 a.C.).

Entre os gregos e depois entre os latinos o galo branco foi consagrado primeiro a Zeus-Júpiter, depois a Apolo, deus solar. Por essa razão Pitágoras proibiu seus discípulos de comerem o animal. Chamado também de “profeta do dia”, ao anunciar o advento certo da luz do sol mesmo em meio à noite mais espessa, foi associado ao culto de Hermes-Mercúrio, o deus do comércio, pois todo o sucesso comercial depende da vigilância e também porque os antigos caldeus acreditavam que o galo recebia, desde a aurora, do planeta mercúrio, um influxo divino. Daí os alquimistas tomarem o animal como símbolo do calor natural, ligado a Mercúrio. Foi consagrado a Esculápio, o deus da medicina, filho de Apolo, por seu suposto poder sobre influências malignas. É emblema da coragem militar, por sua altivez, lealdade e fecundidade. Suas entranhas serviam para a prática da alecryomancia, um modo de adivinhação que se revela na perscrutação de suas carnes. É encontrado em esculturas e desenhos de campanários de igrejas e catedrais porque é um dos símbolos plenos de Jesus como esposo místico e fecundo da Igreja, pai e chefe dos fiéis, seu guia e defensor.

O galo está presente em todas as culturas humanas e nas religiões como um animal simbólico. É rixento e polígamo e tem parentesco direto com os jacus, mutuns e jacutingas. É o galo o anunciador da idéia da vitória e da ressurreição, pois o dia renasce depois da morte simbolizada pela noite que estende sobre o planeta seu manto de silêncio e sombra.

Em meu bairro os galos foram parar nas panelas e substituídos pelos cães que ladram e uivam em noites de lua. O medo das pessoas falou mais alto que o canto anunciador das boas novas. O medo agora é quem rasga com suas esporas o ventre da noite para se esconder nas sombras incrustadas no dia. O galo não canta mais. Não grita com outros galos tecendo a manhã. Mesmo assim o sol nasce e se revela no vasto terreiro que é este mundo com seus cantos diferentes.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Reencontrando um amigo velho de guerra

waldemar marinho Salve, Fernando:

Estudei com você no Colégio Barão do Rio Branco. Naquele tempo, ainda moleque, você já exercitava suas habilidades para as artes criando desenhos, histórias em quadrinhos que traziam alguma espécie de humor para fazer os colegas rirem. Numa ocasião você montou uma seqüência desses desenhos onde aparecia o meu pai, José Varela Dias, que era motorista da ambulância do pronto-socorro do Hospital Geral de Macapá. A ambulância atropelava uma galinha e no quadrinho seguinte só aparecia a mão do paciente que estava sendo socorrido surrupiando a galinha num movimento ágil para dentro da cabine numa alusão criativa ao velho bordão de “se o doente quer canja, canja pro doente.” Mesmo que seja de uma galinha atropelada pela ambulância. Demos muita risada desse desenho, nós e toda a molecada de nossa velha turma no Barão.

Uma molecada irreverente que juntava algumas sílabas do seu nome completo – Fernando Pimentel Canto e o chamava de FERPICA só para escandalizar nossa severa professora.

Seguramente deve fazer uns 35 anos que a gente não se encontra. Da última vez que nos vimos de relance, você estava super-feliz, todo hippie, com uma mochila nas costas, acabado de desembarcar de um ônibus no terminal rodoviário de Belém, cansado, empoeirado, mas gritando feliz para mim: “ganhei um concurso de música popular em Belo Horizonte!” – você se lembra desse prêmio? Eram meados dos anos 70, eu trabalhava como Técnico em Contabilidade na extinta Telepará, onde passei 9 anos, depois fui ser auditor no Banco Central do Brasil, e vivo há onze anos em São Paulo, sendo que pretendo me aposentar no final de 2011.

Hoje eu estava procurando dados sobre a fundação da cidade de Macapá e, levado pelo Google, acabei entrando no seu Blog. Fiquei muito feliz com tudo o que encontrei lá e com a resultado de sua dedicação em divulgar e preservar a cultura amapaense, seja ela de que natureza for. Aquela foto dos Mocambos em que você aparece quase moleque, junto com o Aldomário, que foi colega da minha Irmã Áurea Lúcia, no Colégio Amapaense e depois ficou famoso porque passou num concurso do Banco do Brasil, num dos primeiros lugares, sendo que fez a prova depois de uma noite de farra, me fez viajar no tempo e dar muita risada.

Infelizmente já não tenho mais próximo de mim, meu tio Osmar Nery Marinho, que foi fotógrafo, mas começou a vida naquela remota Macapá da década de 40, como músico, recrutado em Chaves, no Arquipélago do Marajó, pelo saudoso mestre Oscar, o que ensejou que meu tio levasse de Chaves para Macapá toda a família Nery Marinho, inclusive seu irmão, o poeta, escritor e redator Arthur Nery Marinho, a professora Aspásia Stela Marinho Alves e a minha mãe Áurea Marinho Dias, que, como árvores frondosas espalharam os que fazem a nossa descendência por toda Macapá.

Tio Osmar morreu há alguns anos e o tio Arthur o seguiu um pouco tempo depois. E assim acabei perdendo dois arquivos preciosos da história da saga dessa família. Mas, hoje, ao te reencontrar e perceber esse verdadeiro trabalho de resgate da história dos que fizeram a cidade de Macapá em seu Blog reacendi a esperança de recuperá-la. Depois que eu me aposentar certamente vou te procurar para a gente tentar fazer esse trabalho junto.

Grande abraço.

Imensa alegria em reencontrar um companheiro velho de guerra.

Waldemar Marinho

Amapaense, 56 anos, Auditor do Banco Central do Brasil, na praça de São Paulo.

p.s. – na foto ilustrativa deste email, feita no começo de janeiro de 2011, estou na Varanda do Bar Astor, boteco paulistano inaugurado há pouco tempo em Ipanema, Rio de Janeiro. Influenciado pelo meu guru Vinícius de Moraes, diria que sou dublê de poeta, boêmio e diplomata, daí a caneta na mão. Mas não tive a sua ousadia vitoriosa para as letras e ainda não publiquei nenhum livro. Até a vista, companheiro!!!

É BIG! É BIG! Jorge Herberth

jorge herberth Parabéns ao meu amigo Sereco que aniversaria hoje. Está soprando 50 velas. Haja fôlego!

Nota de agradecimento / Convite

ara_ JOSÉ ARAGUARINO DE MONT’ALVERNE (02.11.1920 – 23.01.2011)

Os familiares de JOSÉ ARAGUARINO DE MONT’ALVERNE, ainda imersos na profunda dor causada por seu falecimento ocorrido no dia 23 de janeiro, vêm de público agradecer a todas as pessoas que, indistintamente, os confortaram diante desta perda irreparável.

Informam ainda, que a missa de sétimo dia será celebrada na Catedral de São José, na Rua General Rondon no dia 29 de janeiro, às 19 horas.

Agradecem antecipadamente a todos os que comparecerem a este ato de fé cristã.

Maria Helena Mont’Alverne, filhos, netos, bisnetos, genros e noras.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

COLUNA CANTO DA AMAZÔNIA

MAZAGÃO 241 ANOS

Imagem 053 Mais de 6.000 visitantes são esperados para as comemorações da festa 241 anos de fundação de Mazagão Velho, amanhã 23 de janeiro. Depois de mais de 60 anos sem ser comemorada na vila original (fora transferida para a sede do município), voltou a ocorrer com o apelo do inesquecível Biló Nunes e o arrojo da Banda Placa, em 1998.

A vitória do Placa, que faz shows sem nenhuma despesa para a comunidade local nesses 13 anos ininterruptos, foi consolidada com a decisão do prefeito Marmitão em voltar com a festa para Mazagão Velho, depois da prospecção arqueológica das ruínas da igreja e da descoberta das ossadas dos colonizadores marroquinos ainda no seu primeiro mandato.

SOLSTÍCIO

enchentes_no_rio_de_janeiro_petropolis_thumb Sempre depois do último solstício do ano as coisas parecem entrar em transição. Por se afastar tanto da Terra é comemorado e celebrado há tempos por todos aqueles que amam e entendem esta dádiva da Mãe-Natureza, que busca na revelação da vida a obra do Criador. Ocorre ainda como a renovação das grandes forças que regem o planeta e que lembra a perfeição cósmica criada pelo Grande Arquiteto. Que Ele ajude nossos irmãozinhos do sudeste, nesta grande tragédia brasileira.

CARNAVAL VIOLENTO

Do jeito que as coisas vão parece que vamos ter um carnaval violento este ano. No sábado passado, por ocasião do lançamento do projeto do carnaval 2011, o pessoal dos Boêmios foi hostilizado na sede do Trem, onde o evento ocorreu.

Durante a apresentação do samba-enredo do Piratão, desligaram a luz, uma sabotagem meio boba dos descontentes com a situação atual pela qual passa a entidade. No domingo chegaram a queimar a camisa do Vicente Cruz que joga bola toda quarta-feira na Conceição, em uma manifestação de protesto meio primitiva. O que é isso, minha gente? Vamos sambar na paz.

BIG BROTHER NO DESFILE

A Liga das Escolas de samba reuniu com representantes da segurança pública do Estado e do Município. Discutiram estratégia para garantir a segurança dos brincantes e das pessoas que vão assistir aos desfiles de 04 a 08 de março.

A famosa “apuração” que sempre traz confusão será realizada no dia 09 dentro da sede da LIESA e retransmitida por rádio, e telão no sambódromo. Os “confuzeiros” profissionais vão ser monitorados pelas diversas polícias e por câmeras de segurança instaladas pelo PRODAP durante todos os eventos.

CARROÇA

ronaldo e liete O Ronaldo Abreu já avisou que este ano o Bloco “Carroça do Abreu” sairá de novo atrás da “Banda”.

Também informa que o espaço do bar está aberto para as manifestações carnavalescas de quem quiser. Mas é na segunda-feira gorda que ocorre o tradicional show de alegria do Bloco “Os Minhocas”, da Associação dos Músicos e Compositores do Amapá-AMCAP. É músico que não acaba mais.

LADAINHA

dona luiza São Sebastião é venerado em diversas comunidades do interior do Estado e mesmo na capital. A Família Lamarão, do bairro Central, por exemplo, realiza todos os anos, no dia 20, a ladainha do santo, numa tradição atávica que remonta há quase cem anos, herdada dos habitantes das ilhas do Pará.

Em Macapá continuou a ocorrer quando da vinda do seu Sebastião Lamarão, pioneiro do Território, que aqui chegou em 1943. Depois da sua morte vem sendo realizada sob o comando de dona Luzia Lamarão, matriarca da família, que recentemente comemorou 92 anos.

ZUNIDOR

Professora Elda, coordenadora do projeto de Educação à Distância da UNIFAP, vai ampliá-lo, produzindo em vídeo o próprio material didático para professores e alunos.

Elton Tavares informa que o professor Alexandre Brito continua na direção do MIS.

Um grupo econômico vai fazer da antiga sede do Trem um espaço de samba e pagode da melhor qualidade. Uma boa para os “velhinhos” que adoram dançar.

O pessoal do Bloco Kubalança fará todo domingo na Rua São José, no Morro do Sapo, um pagode promocional para sair bem no carnaval. O enredo vai falar sobre os 25 anos do Bloco mais irreverente do Planeta.

mulher do fundo Quinta-feira aconteceu mais uma leitura dramática da peça “A Mulher do Fundo do Rio”, no teatro do Ponto de Cultura “Estaleiro”.

 

jorginho Betola, Mexicano e rapaziada são um excelente grupo de samba.Falar nisso está de parabéns o sambista Jorginho do Cavaco pelo seu CD. Jorginho que é Boêmios pra valer, sem querer foi parar lá na Praça da Conceição, no domingo à noite, com uma camisa promocional de sua escola. Uns despreparados violentos quiseram lhe “moquear” de paulada. Foi salvo pelo Manoel Torres que é seu amigo.

Bi Trindade se prepara para junto com Manoel Bispo para o show de lançamento do segundo CD da dupla. Os convidados são Juliele, Nivito, Zé Miguel e Patrícia Bastos.

Marcelo Dias compõe comigo a música-tema de um dos mais antigos Blocos da cidade: o Pererê, que vem trazendo sua magia no tempo dos desfiles da Avenida FAB.

Meu amigo Bob Sapo lutou (e ganhou) no ringue de luta livre no Rio de janeiro. Enquanto isso Samuel Exandro desistiu da carreira de lutador. Vai trabalhar para a deputada Sandra Hoana, nossa eterna miss Amapá.

Recomeçaram as atividades etílico-esportivas na TV do estádio virtual Orlando Abreu.

Inderê! Volto zunindo no sábado.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Faleceu José Araguarino de Mont’Alverne

bodas de ouro_araguarino_helena (2) Faleceu hoje (23) o escritor e decano da Maçonaria do Amapá, José Araguarino de Mont’Alverne. Seu corpo está sendo velado na Loja Maçônica Acácia do Norte, na Avenida Raimundo Alvares da Costa, entre as ruas General Rondon e Tiradentes. Seu corpo será sepultado amanhã (24), às 16:00h no Cemitério Nossa Senhora da Conceição, no centro de Macapá.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Belém, meu amor

Por Ray Cunha

belem (1) Nem os ratos - que se dedicaram a te assaltar, a te depredar, a te estuprar, que te morderam os seios - conspurcaram tua beleza, nem reduziram tua eternidade, Belém. Parabéns, querida, pelos teus 395 anos, que completaste em 12 de janeiro deste 2011.

Conforme a Breve história da Amazônia, de Márcio Souza (Agir, Rio de Janeiro, 2001, 239 páginas), naquela data, em 1616, os portugueses, comandados por Francisco Caldeira Castelo Branco, desembarcaram numa enseada na foz do rio Guamá e começaram a construir uma fortaleza, a que chamaram Forte do Presépio, e à cidade que foi surgindo em torno do forte chamaram de Santa Maria de Belém.

Os tupinambás, que lá moravam, não deram descanso aos invasores. Mas, além de armas de fogo, “os portugueses eram superiores em proselitismo religioso e em doenças letais” – como diz Márcio Souza. E em 1626, assumiu o governo do forte Bento Maciel Parente. Se os colonizadores portugueses eram brutais, pareciam gentis diante da loucura de Bento Maciel Parente, que mandava amarrar os membros dos índios em cavalos ou em canoas até que fossem rasgados, vivos. Pelo menos 2 milhões de índios foram assassinados na Amazônia, escravizados em nome de Jesus Cristo, atingidos por letais doenças europeias, degolados, esquartejados ou fuzilados.

No começo do século XX, a exportação de borracha tornou Belém e Manaus, sua vizinha nas distâncias amazônicas, as cidades mais ricas do país. Em 1910, os ingleses começaram a plantar seringueiras no sudeste asiático, causando a débâcle da borracha na Amazônia. Aí começou o declínio de Belém. Hoje, Belém é uma cidade sucateada, inchada, violenta, infestada de bandoleiros e ratazanas, com suas ruas emporcalhadas de esgoto minando do meio-fio, cidadela corrompida por alcaides parasitários, e, nos últimos quatro anos (2007-2010), também por um governo letal como câncer metastático.

Contudo, Belém é bela como mangueiras em dezembro, carregadas de mangas, doces como seios, como mulher na rede, mulher amada. É assim que Belém vive no meu coração. Quando chegamos a Belém, ao amanhecer, pela baía do Guajará, nós, que a amamos, vemo-la se despir, aos poucos, da névoa, até emergir, nua. Se chegamos de avião e é noite as luzes na península, como miríade na noite que desaba sobre a baía, anunciam-se como ovnis, até pousarmos no bolsão de sol noturno de Val-de-Cães. À tarde, o céu sangra de tão azul.

Já não controlo meu coração. Faço desjejum no Ver-O-Peso, café recém-coado, com tapioquinha amanteigada, e depois vou apreciar os peixes enfileirados nos balcões de mármore do mercado - os pirarucus são, talvez, os mais bonitos, os filhotes são enormes e os meros, imensos, há sempre piramutaba, pescada, tucunaré, curimatã, tamuatá, gurijuba, mapará, camarão e toda sorte de frutos do mar. Almoço no Ver-O-Peso, dourada com pirão de açaí, ou filhote no Restaurante Remada, ou dourada com vinagrete e farofa na Vila Sorriso, ou pirarucu ao molho de castanha-do-pará no Mangal das Garças. À tarde, vagabundeio, tomo tacacá na banca do Colégio Nazaré e sorvete de tapioca na Cairu, e, à noite, janto caldeirada de filhote no Remada e bebo Cerpinha no banheiro do hotel, enquanto me arrumo para o encontro com a madrugada. Assim, os dias se sucedem com cheiro de maresia, mulheres caminhando, merengue, bebedeiras, o rio.

Belém é a catedral da Virgem, rosas para a madrugada, lembranças guardadas numa prece, como as mulheres mais bonitas do mundo, que exalam perfume das virgens ruivas, espargem um rastro de devaneio, que só podemos sentir com o coração. Ungido pelos deuses, entrei neste santuário e dele estou grávido para sempre. Belém, como as mulheres muito bonitas, inesgotáveis de tão intensas, desencadeia, na minha memória, um cataclismo de rosas colombianas, o Concerto Para Piano e Orquestra, em Ré Menor, de Mozart, jasmineiros chorando em noite tórrida, o céu de julho, na Amazônia, que sangra um jorro de giz azul nas tardes de risos.

Ouço o riso das mulheres mais bonitas do mundo, trotando nos calçadões, sentadas, tomando tacacá naquele momento em que a noite cai lentamente, se acamando, até as luzes da noite tremeluzirem como composição de Debussy, e sentirmos sabor de leite da mulher amada, lábios de pétalas de rosas vermelhas, esmigalhadas, Chanel Número Cinco, Dom Perignon e maresia. Acomodado numa cadeira de palinha, na Estação das Docas, observo o rio e a tarde. Um iate parte. Talvez vá para Macapá, ou para Trinidad e Tobago. Talvez vá para Caiena. Ou para Mosqueiro. Ou Salinas. De qualquer forma, haverá de ir para um lugar lindo, pois a tarde é povoada de mulheres em vestidos de seda. Vindo de algum lugar, remoto, penso ouvir merengue. Concentro-me numa prece. O mundo gira. Sinto a mesma vertigem de missa na catedral. Tenho certeza, então, de que estou em Belém.

Caminho nas tuas ruas rumo aos segredos que só eu conheço, como ouvir o anoitecer na Estação das Docas, ver passar as mulheres mais bonitas do mundo enquanto tomo tacacá defronte ao Colégio Nazaré, ouvir o rio. O mundo nos quebra, mas tudo o que amamos permanece intacto no relicário do coração: o mundo a girar ao perfume de gim inglês no Cosa Nostra; a alegria das mulheres no Kalamazoo, ao som de merengue e da madrugada; uma declaração de amor desesperado.

Imagem disponível em: www.herculano-coisasdobrasil.blogspot.com

COLUNA CANTO DA AMAZÔNIA

Publicada no jornal Tribuna Amapaense de 15.01.11

BANDA PLACA

carlitão alvaro gomes

  Carlitão, Álvaro e a Banda Placa realizam novo projeto: estão gravando o depoimento de músicos antigos de Macapá, em vídeo, com o objetivo de registrarem a história da música local.

Segundo eles há uma lacuna muito grande nessa história e muita gente se achando o pai da música amapaense. Há, inclusive pessoas que dizem que a música daqui tem um marco de antes e depois de uma tal personalidade “minhoca” que se acha boa demais. Mas Nonato Leal, Lolito, Humberto Moreira e outras expressões (cerca de 60 músicos, compositores e intérpretes) já confirmaram que vão participar.

RANDOLFE

randolfe O pessoal da UNIFAP achou muito estranho a entrevista do senador Randolfe no canal Amazon Sat sobre seu diagnóstico pessoal da instituição, que hoje é menor que a de Roraima. Ele diz que ela precisa crescer e que vai envidar esforços para isso.

De acordo com alguns professores, quando o ele era ativista político do DCE foi contra a expansão do primeiro REUNI, que impediu o aumento do número de cursos e contratação de professores.

SÃO SEBASTIÃO

igreja da pedreira (1) Desde terça-feira a comunidade de Abacate da Pedreira vem realizando novenas praticadas por nove famílias, em homenagem a São Sebastião. A festa termina no dia 22. Na programação consta corrida de cavalos, argolinhas, derrubação do mastro e bailes.

Já no Curiaú de Dentro, o santo é homenageado com tudo o que tem direito, inclusive com um Batuque, que terá o apoio musical do grupo folclórico Raízes do Bolão, no dia 21, à noite. O festeiro é o oficial PM Carlinho, filho da Dona Sulica com o Tio Duca. Quem nunca viu deve ir até lá.

CAMPANHA PRESIDENCIAL

Está em andamento em Portugal o período oficial da campanha para as eleições presidenciais. Começou no domingo, duas semanas antes da votação que será dia 23, depois de várias semanas de pré-campanha com ações de rua, debates televisivos e outras iniciativas. Os candidatos são: Cavaco Silva (atual presidente), Manuel Alegre, Fernando Nobre, José Manuel Coelho, Francisco Lopes e Defensor Moura. O atual primeiro-ministro é José Sócrates (Fonte: www.brasilportugal.org.br/pr).

PRODAP E A BANDA LARGA

alipio jr Alípio júnior, atual diretor-presidente do Prodap encontrou o órgão com dezenas de computadores sem funcionar. Mas tem um dinossauro por lá que é mantido a todo custo há mais de 13 anos.

Alípio informou que já reuniu com equipe de diversos órgãos estaduais e federais para resolver de uma vez a questão da banda larga no Estado. Pode ser que venha pelas ilhas do Pará (com antenas de 50 em 50 Km) ou mesmo pela Guiana Francesa. Os guianeses têm disponibilidade de 800 GB que podem vir por cabo, pelo oceano, a partir do Oiapoque.

ONÇA DO CURIAÚ

História contada no Quilombo do Curiaú. Há uns três anos uma onça foi morta na vila do Curiaú por andar comendo o gado dos pecuaristas locais. O pessoal do MP soube do fato, apareceu por lá e um promotor falou ao suposto matador do felino: - Você sabia que pode pegar até dez anos de cadeia por ter matado um animal silvestre em extinção? Aí o negão perguntou: - Doutor, se o meu filho fosse lá no curral mijar e a onça comesse ele, quantos anos o senhor ia dar pra ela?

ZUNIDOR

tom dc O artista plástico Tom D.C. prepara um jornal na comunidade em que atua como diretor da Associação de Moradores (Alvorada/Lagoa dos Índios). Também envia mostra digitalizada de seus trabalhos. É um dos artistas mais ecléticos que conheço.

adelson preto Adelson Preto, líder do grupo musical Afro Brasil diz que é grande a expectativa do primeiro CD que vem brevemente.

Foi muito legal a festa de aniversário da Tina, do Grupo Teatral Marco Zero. Parabéns.

Bloco Pererê, do centro da cidade, vai trazer como enredo “A Magia da Avenida FAB na Memória dos Amapaenses”. Foi por lá que ocorreram os grandes carnavais, passeatas de protesto e desfiles escolares.

Há grandes possibilidades de impressão de textos meus, usados em diversos vestibulares de universidades locais, serem traduzidos para o Braille. Uma empresa nacional de telecomunicações, que faz trabalhos sociais com cegos está interessada em fazer a edição e distribuição em todo o Brasil.

Rui Guilherme Muito bom o livro de contos e crônicas, ainda inédito, do escritor e juiz Rui Guilherme. O título é “O Epicurista”.

Ganhei autografado o livro “Leite Derramado”, de Chico Buarque. Obrigado, CL.

dekko O pintor Dekko está empenhado na reativação da AMAPLAST, que a partir da semana vem vai congregar os profissionais das artes visuais do Estado com projetos da pesada. Dekko vai ser o presidente da entidade.

Boriska, o índigo-boy russo, grande vidente da atualidade prevê grandes mudanças para a humanidade entre 2009 e 2013.

Inderê! Volto zunindo no sábado.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

COLUNA CANTO DA AMAZÔNIA

Publicada no jornal Tribuna amapaense de 08.01.11

PATINHO FEIO

marcos_terena-1024x724Marcos Terena foi o único índio a estar presente na posse do novo ministro da Justiça, José Eduardo. Havia muito agente da Polícia Federal, 50 da Força Especial e mais policiais que controlavam a entrada dos convidados.

Terena conta em seu blog (www.marcosteren.blogspot.com ) que em nenhum momento o ministro citou os povos indígenas, mas falou que a FUNAI é o “patinho feio” da administração federal.

IMAGEM & SOM

01thomé_Quem vai dirigir o Museu da Imagem e do Som, que ainda funciona timidamente no Teatro das Bacabeiras, é o produtor cinematográfico Thomé Azevedo.

Thomé vai substituir o professor de cinema Alexandre Brito, que apesar das carências do órgão fez um ótimo trabalho por lá. Por enquanto o novo diretor está atuando como diretor de teatro e como frila em produção de vídeo.

BANCO DE DADOS

A professora Norma Iracema está organizando o arquivo de pós-graduação do Mestrado Integrado em Desenvolvimento Regional – MINTEG, da UNIFAP.

Sua equipe vai fazer um banco de dados com as dissertações deixadas pelos alunos, que serão colocadas na biblioteca Central para consulta e empréstimo dos interessados em pesquisa.

ALCY

alcy_araujo  No dia 07 de janeiro de 1924 nascia em Peixe-Boi, no Pará, o poeta Alcy Araújo, intelectual que deu grande contribuição às artes amapaenses, desde que veio para cá, ainda jovem quando exerceu diversos cargos importantes no Governo do Território. Alcy foi um dos mentores da transformação do Amapá em Estado. Lançou dois livros de poesia: “Autogeografia” (1965) e “Poemas do Homem do Cais” (1983),uma releitura do primeiro. Em 1997 sua família publicou post-mortem o seu “Jardim Clonal”.

O poeta iniciou movimentos, publicou revistas literárias e informativas, foi jornalista profissional, descobridor de talentos e incentivador desmedido da cultura em todos os segmentos. Deixou vários livros inéditos que eu não sei por que ninguém publica. Faria 87 anos.

BOEING

 cena da festa_ Os Boêmios do Laguinho fizeram, no dia 02, uma bonita festa para lançar o samba enredo deste ano e para comemorar com a sua comunidade os 57 anos de fundação.

A Nação Negra do Boeing (como a escola é carinhosamente chamada) compareceu em peso para assistir os shows de samba, o intérprete Macunaíma e a famosa bateria Pororoca, comandada pelo Mestre Bababá. Presidente Vicente Cruz era só sorriso.

ZUNIDOR

Aroldo Pedrosa. Amapa. Artes Integradas O compositor e poeta Aroldo Pedrosa foi escolhido para dirigir o Teatro das Bacabeiras. Boa sorte!

Vão até o dia 21 de janeiro as inscrições para o programa de pós-graduação em Botânica da Universidade Estadual de Santa Cruz. Inf: www.uesc.br/cursos/pos_graduacao .

pilão Grupo Pilão estreia dia 28 no Projeto Jornada Cultural com o show “Encantaria”, no palco do Mercado Central. Em fevereiro toca na Praça Cívica de Santana.

Saiu o Plano de Manejo da APA do rio Curiaú. O livro da SEMA traz a contextualização da unidade, fala sobre a socioeconomia, legislação e planejamento da área. Pena que a edição é de apenas cem exemplares.

jhenrique É bom lembrar que no dia 10.02.2002, o prefeito João Henrique criou a Guarda Municipal de Macapá, através da Lei 1163/2002-PMM.

zé miguel Muito sucesso ao “sumano” Zé Miguel, renomado artista que assumiu a Secretaria Estadual de Cultura. Inderê! Volto zunindo no sábado.