UM POUCO DE HISTÓRIA
Por Rosângela Ramos
O Curiaú é um pequeno povoado pertencente ao município de Macapá, cuja população é constituída de negros remanescentes de escravos que formaram um quilombo, em meados do século XVIII.
É constituído de duas comunidades: Curiaú de Dentro e Curiaú de Fora – formadas por várias famílias ligadas entre si por laços de sangue e afinidade. Suas principais atividades são a prática de agricultura de subsistência e o extrativismo vegetal e animal.
Segundo a tradição oral da Comunidade, repassada por várias gerações, Curiaú tem origem nos termos CRIA (de criar) e MÚ (de gado), evoluindo para CRIA Ú e, posteriormente, CURIAÚ, traduzindo-se num lugar propício para criação de animais.
Devido à sua natureza exuberante e características culturais muito fortes, hoje Curiaú é uma Área de Proteção Ambiental do Amapá e intitulada como Área de Remanescentes Quilombolas, pela Fundação Palmares.
Com o olhar manso, mas desconfiado, os moradores do Curiaú lutam para preservar, além da beleza natural da região, a memória dos antigos escravos. Foram eles os formadores dos pequenos núcleos familiares que originaram a Vila do Curiaú – antigo quilombo. Festeira, essa comunidade encontra na comemoração de datas religiosas uma maneira de preservar a herança de seus antepassados.
UM POUCO DE RELIGIOSIDADE
“Ladainha que rezamos
Senhor Santo Antônio
Oferecemos...”
Esculpidas pelo sincretismo religioso, as festas em louvor aos seus santos traduzem a religiosidade da comunidade.
Um dos santos devotado e festejado pelos moradores, há pelo menos cinco décadas, é Santo Antônio e, em homenagem a Ele, é realizada uma grande festividade, no mês de junho.
Surgida por iniciativa de famílias moradoras de Curiaú, a festa realiza-se com rezas, mescladas pelo jeito de sentir a fé e traduzidas no modo muito próprio de falar do morador do Curiaú, que são as Ladainhas. Trechos da reza, comandada pelo Mestre e acompanhada pelos fiéis, são executados em latim, com nítida influência da cultura local.
NO RITMO DO BATUQUE
Areia
Areia, areia...”
No entoar de versos maravilhosos e que traduzem as histórias diárias das pessoas, a comunidade reúne-se para cantar e bailar, ao som de tambores e pandeiros cobertos de couro de animais, feitos por mãos de artesãos que sabem o inestimável valor de seus objetos.
Contagiante, o ritmo do Batuque, festa tradicional da comunidade, envolve a todos.
O rodopiar das saias das mulheres e o cortejo dos homens em volta dos instrumentos, fazem dessa dança uma profusão de sentimentos e euforia inimagináveis.
A REALIZAÇÃO DA FESTA
De 07 a 10/06 de 2010
19:00 h: Ladainhas
20:00 h: Lanches
Dia 11/06 de 2010
12:00 h: Almoço para o público em geral
17:00 h: Missa
19:00 h: Jantar
Batuque
Dia 12/06 de 2010
06:00 h: Batuque (Aurora)
09:00 h: Festa dançante
12:00 h: Almoço para todos os presentes.
19:00 h: Jantar
Baile
Dia 13/06 de 2010
06:00 h: Alvorada festiva (queima de fogos)
12:00 h: Almoço
Domingueira dançante
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