quinta-feira, 10 de junho de 2010

FESTA DE SANTO ANTÔNIO NO CURIAÚ

UM POUCO DE HISTÓRIA

Por Rosângela Ramos

Curiaú_jpeg O Curiaú é um pequeno povoado pertencente ao município de Macapá, cuja população é constituída de negros remanescentes de escravos que formaram um quilombo, em meados do século  XVIII.

É constituído de duas comunidades: Curiaú de Dentro e Curiaú de Fora – formadas por várias famílias ligadas entre si por laços de sangue e afinidade. Suas principais atividades são a prática de agricultura de subsistência e o extrativismo vegetal e animal.

Imagem 1184Segundo a tradição oral da Comunidade, repassada por várias gerações,  Curiaú tem origem nos termos CRIA (de criar) e MÚ (de gado), evoluindo para CRIA Ú e, posteriormente, CURIAÚ, traduzindo-se num lugar propício para criação de animais.

Devido à sua natureza exuberante e características culturais muito fortes, hoje Curiaú é uma Área de Proteção Ambiental do Amapá e intitulada como Área de Remanescentes Quilombolas, pela Fundação Palmares.

Imagens- 175Com o olhar manso, mas desconfiado, os moradores do Curiaú lutam para preservar, além da beleza natural da região, a memória dos antigos escravos.  Foram eles os formadores dos pequenos núcleos familiares que originaram a Vila do Curiaú – antigo quilombo. Festeira, essa  comunidade encontra na comemoração de datas religiosas uma maneira de preservar a herança de seus  antepassados.

UM POUCO DE RELIGIOSIDADE

“Ladainha que rezamos

Senhor Santo Antônio

Oferecemos...”

Esculpidas pelo sincretismo religioso, as festas em louvor aos seus santos traduzem a  religiosidade da  comunidade. 

Um dos santos devotado e festejado pelos moradores, há pelo menos cinco décadas, é Santo Antônio e, em homenagem a Ele, é realizada uma grande festividade, no mês de junho.

Surgida por iniciativa de famílias moradoras de Curiaú, a festa realiza-se com rezas, mescladas pelo jeito de sentir a fé e traduzidas no modo muito próprio de falar do morador do Curiaú, que são as Ladainhas. Trechos da reza, comandada pelo Mestre e acompanhada pelos fiéis, são executados em  latim, com nítida influência da cultura local.

NO RITMO DO BATUQUE

batuque_menor “No mar tem areia,

      Areia

     Areia, areia...”

No entoar de versos maravilhosos e que traduzem as histórias diárias das pessoas, a comunidade reúne-se para cantar e bailar, ao som de tambores e pandeiros cobertos de couro de animais, feitos por mãos de artesãos que sabem o inestimável valor de seus objetos.

Contagiante, o ritmo do Batuque, festa tradicional da comunidade, envolve a todos.

O rodopiar das saias das mulheres e o cortejo dos homens em volta dos instrumentos, fazem dessa dança uma profusão de sentimentos e euforia inimagináveis.

A REALIZAÇÃO DA FESTA

De 07 a 10/06 de 2010

       19:00 h: Ladainhas

       20:00 h: Lanches

Dia 11/06 de 2010

       12:00 h: Almoço para o público em geral

       17:00 h: Missa

       19:00 h: Jantar

                     Batuque 

Dia 12/06 de 2010

       06:00 h: Batuque (Aurora)

       09:00 h: Festa dançante

       12:00 h: Almoço para todos os presentes.

       19:00 h: Jantar

                     Baile

Dia 13/06 de 2010

       06:00 h: Alvorada festiva (queima de fogos)

       12:00 h: Almoço

                     Domingueira dançante

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