quarta-feira, 12 de junho de 2013

FORTIFICAÇÕES CLASSIFICAÇÃO DE ELVAS COMO PATRIMÓNIO MUNDIAL DISPARA TURISMO

A classificação das fortificações de Elvas como Património da Humanidade, pela UNESCO, provocou um aumento vertiginoso do setor do turismo, passando a cidade a acolher turistas de todo o mundo, quando antes era dominada pelos visitantes espanhóis.

O presidente da Câmara de Elvas, Rondão de Almeida, revelou à agência Lusa que, após a classificação pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), a 30 de junho de 2012, o turismo aumentou em 320% na cidade, que passou a ser procurada por visitantes de vários países do mundo.

"Houve um aumento de 320% em relação ao número de turistas entrados na nossa cidade. E só estes números é que nos dizem que valeu a pena este esforço de dar a conhecer ao mundo o excelente património que temos", congratulou-se o presidente do município de Elvas, cidade raiana que este ano recebe as comemorações do Dia de Portugal.

Para o autarca, "valeu a pena" o "grande investimento" que o município tem vindo a realizar na recuperação do património e na sua reutilização, bem como as "largas centenas de milhares de euros" investidas em ações de promoção em estações de televisão da Europa e no Brasil.

"Um balanço extremamente positivo para nós, para a nossa restauração e para a nossa hotelaria", considerou.

No entanto, o autarca prometeu, no futuro, ainda "mais trabalho" em prol da proteção de todo o património histórico e da sua divulgação, pois, frisou, "esta corrida ainda não chegou à meta".

Um dos problemas que a autarquia espera resolver a curto prazo, disse, está relacionado com o Forte da Graça, monumento pertencente ao Ministério da Defesa e que foi também classificado pela UNESCO, mas que se encontra degradado.

Rondão de Almeida tem reivindicado, ao longo dos últimos anos, uma tomada de posição por parte do Estado sobre este processo, defendendo a passagem da propriedade para o município.

Agora, revelou, as duas entidades encontram-se em "negociações" relativamente ao Forte da Graça.

À margem deste problema, a classificação como Património da Humanidade foi bem recebida pelos comerciantes, que consideram a distinção como a "luz ao fundo do túnel" para superar os problemas financeiros com que se deparam no dia-a-dia.

"A crise está implantada a nível nacional e, quando recebemos há um ano a classificação, foi uma 'luz ao fundo do túnel'. Elvas necessitava disso", afiançou à Lusa o presidente da Associação Comercial de Elvas, Nelson Pestana.

O futuro de Elvas, defendeu, "passa pelo Património Mundial, passa pelo turismo e é aí que nós devemos criar pilares que sustentem toda essa economia ligada ao turismo, à restauração, à hotelaria e o próprio comércio tradicional".

No entanto, na opinião do responsável, Elvas tem de fazer um "trabalho de casa muito grande", nomeadamente na formação profissional dos trabalhadores da área turística para que aprendam a "saber receber e falar" com os turistas estrangeiros.

"Só passou um ano e o trabalho de casa ainda não está feito, ainda não temos bases sólidas que sustentem esse tipo de comércio dos turistas que nos visitam por sermos Património Mundial", disse.

É nesta área, continuou, que é preciso ir "lutando, a pouco e pouco", e "arranjar formas de dinamizar os negócios e outros produtos enquadrados nesse novo mercado".

A classificação das fortificações abaluartadas de Elvas como Património da Humanidade, na categoria de bens culturais, ocorreu na 36.ª sessão do Comité do Património Mundial da UNESCO.

O conjunto de fortificações de Elvas, cuja fundação remonta ao reinado de D. Sancho II, é o maior do mundo na tipologia de fortificações abaluartadas terrestres, possuindo um perímetro de oito a dez quilómetros e uma área de 300 hectares.

Fonte: Noticias ao minuto

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