quinta-feira, 12 de abril de 2012

Zunidor - MARABAIXO

O Domingo da Páscoa, primeiro marabaixo do ciclo anual, foi marcado por uma bonita festa na casa de um dos festeiros do Laguinho, na casa da Dona Biló, a única filha do Mestre Julião ainda viva. O que me impressionou foi a presença de crianças e jovens participando da dança e cantando os novos e velhos “ladrões”. Aparecerem convidados de comunidades mais distantes como Casa Grande e Ilha Redonda. Por incrível que pareça havia gente dançando o marabaixo do jeito que dançavam antigamente, com simulações da “Carioca”, uma representação gestual muito parecida com a capoeira da Bahia, que os negros dançavam na frente da igreja de São José. Por outro lado não dá para engolir que a aceleração do ritmo seja uma evolução. Parece-me mais uma deformação, embora haja quem afirme que isso esteja no bojo do mesmo processo que ocorreu com os sambas de enredo do carnaval: uma necessidade imperiosa para a dança. Vejo que o ritmo vem perdendo muito a cadência, apesar de saber que há vários deles, sendo que o mais rápido é o dobrado, dançado, sobretudo na Procissão da Murta, quando os dançarinos entrelaçam os braços e gritam, dançando nas ruas do Laguinho. Parece-me um gesto ancestral africano. É bem bonito de se ver. O ciclo recomeça daqui a uns 45 dias na casa da Dona Biló, na casa do Pavão (Laguinho) e no bairro de Santa Rita (Favela). 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por emitir sua opinião.