Publicada no jornal Tribuna Amapaense de 05.02.11
ANIVERSÁRIO
Macapá completa mais um aninho. 253 anos marcam a sua elevação de lugar a vila, ocorrida no pelourinho da Praça São Sebastião (hoje Veiga Cabral) no dia 04 de fevereiro de 1758, com o discurso do fundador Mendonça Furtado.
Um dia e tanto, registrado pelo historiador português Antonio Baena como cheio de prazeres, com muita comida e bebida, danças e concertos de psaltérios, rabecas e violas, executados pelos músicos que acompanhavam a comitiva do Governador da Província do Grão Pará e Maranhão. Hoje as festas em regozijo à data se repetem na Veiga Cabral, não mais com esses arcaicos instrumentos coloniais, mas com guitarras eletrônicas e vez por outra com um tímido rufar da caixa de marabaixo, lembrando a presença do negro na construção da velha cidade.
NOVA DIRETORIA DA AMCAP
O músico e arranjador, maestro Miquéias Reis, tomou posse da Associação de Músicos e Compositores do Amapá – AMCAP para o biênio 2011/2012 prometendo muita “transparência”, muito trabalho e muita luta pela categoria.
Quem sai é o cantor/compositor Cleverson Baía, que representa os músicos no Conselho Estadual de Cultura e vai cuidar da sua carreira como cantor. Pretende lançar brevemente, na segunda quinzena de março, seu CD “Arte e Ira”, com 12 faixas, das quais regravou dois clássicos da MPA – “Assim como Raul” (Fernando Canto e Osmar Júnior) e “Planeta Amapari” (Joãozinho Gomes e Val Milhomem).
ADEUS À MARJÔ
Após longa batalha perdida para um câncer, nossa querida Marjô descansou para sempre. O corpo da saudosa ex-presidente da Liga das Escolas de Samba foi velado na quadra da Paróquia Jesus de Nazaré, do jeito que ela pedira ao seu amigo padre Paulo Roberto: com a saudação das baterias das escolas de samba da cidade.
Lembro de Marjô na Guiana Francesa, levando o nosso carnaval para ser apresentado em evento internacional em Kourou. Ela tinha um grande prestígio junto às autoridades daquele Distrito e também em Caiena, onde por muitas vezes participou de eventos culturais. Falava fluentemente o francês e servia de intérprete para a galera que a acompanhava.
ADEUS À MARJÔ 2
O dublê de carnavalesco e radialista Heraldo Almeida me disse que “Marjô era uma guerreira. Corajosa e determinada. Peitava todo mundo, fosse quem fosse, e dizia: vamos fazer, vamos fazer. E fazia”.
Heraldo não economizou adjetivos para elogiá-la. Falou que ela era muito verdadeira e que podia até se prejudicar pelos seus atos, mas que ela falava, falava. Tudo em nome da entidade que presidiava e do carnaval amapaense. E não levava desaforo pra casa. Requiescat in pace!
BONEQUINHA DE PANO
Será no domingo, dia 06, às 19h00, em frente à Casa do Artesão, a apresentação da peça infanto-juvenil “Bonequinha de Pano”, de Ziraldo. A atividade faz parte do projeto “Jornada Cultural”.
O trabalho tem a direção do encenador Cláudio Silva, do Grupo “Ói Nóiz Aqui Traveiz” e vai ser protagonizado pela atriz Sabrina Zahara, que faz papel duplo. Muito amor e emoção marcam a peça, que tem na direção musical Cleverson Baía, os adereços e figurinos a cargo de Bruno Neves e a cenografia do artista plástico Josaphat. Imperdível, leve seus filhos e prestigie nossos artistas.
IEMANJÁ
Não recebi nenhum e-mail ou telefonema informando se haverá uma programação oficial do aniversário da cidade. Mas lembro que até recentemente a Prefeitura prestigiava os grupos afro-religiosos que iam para a frente do rio Amazonas na noite do dia 02 de fevereiro reverenciar Iemanjá, a Rainha do Mar.
Era uma festa bonita e cheia de rituais, comandada pela saudosa Mãe Dulce Moreira e coadjuvada por ilustres babalorixás como pai Salvino e Geléia. Ali iam os umbandistas, os praticantes do Candomblé e muitos turistas para assistir os rituais e as danças. Dona Dulce dava banho de cheiro em todas as autoridades presentes e em todos os que pediam a proteção da entidade reverenciada. Depois, em um pequeno barco, soltavam as oferendas sobre as ondas do rio-mar, debaixo de tiros de foguetes.
ZUNIDOR
A banda musical “Belos Tempos”, formada por mais de uma dezena de músicos, como Aldo e Claudete Moreira, Tyson, Alcinão e Bolachinha, vão tocar na sede campestre do Trem Desportivo Clube, hoje, comemorando o aniversário de Macapá. Pretendem resgatar a tradição dos velhos carnavais de salão
O cantor Amadeu Cavalcante continua como Tesoureiro da entidade, pela quarta vez consecutiva. Bebeto é o vice e também quer transparência na gestão. Nada de “salto alto”.
Cristina Moreira, uma das herdeiras do arcabouço musical de sua mãe Dona Dulce, vai gravar um CD com músicas de Umbanda e Tambor de Mina. Saravá!
UNIFAP ficou de luto na segunda-feira passada. Perdeu a Professora Sandra.
“A história do mundo não é senão o progresso da consciência da liberdade” (Hegel).
Inderê! Volto zunindo no sábado.
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