sábado, 17 de outubro de 2009

TIROTEIO? AINDA BEM QUE NÃO HOUVE

Especial para o jornal "BAR DO ABREU", de 16/10/09

Há quem afirme que nunca aconteceu um tiroteio no Bar do Abreu, principalmente se esse afirmador for o próprio dono. Ele diz que já tentaram fazer de seu bar um antro de bandidos, mas que esses não sobreviveram para contar histórias que certamente seriam mentirosas.

Apesar das contradições, repito, há quem afirme que em uma bela tarde de domingo, durante um jogo importante do campeonato nacional uns caras esquisitos chegaram por aqui e Pôu! Começaram a se atirar sabe lá por quais motivos. As más línguas dizem que era nego se jogando embaixo das mesas, somente pelo gesto instintivo, já que elas não oferecem proteção alguma mesmo sendo feitas de ferro. Uns se trancaram no banheiro GLT e outros foram parar na cozinha e chegaram a se melar na moela. Diz-que o Paulinho Piloto ficou embaixo do balcão até as coisas se acalmarem, pois o dito odeia violência, diz-que. Diz-que! Como diria bem enfatizado o velho Biluca lá do Laguinho.

Pois bem, aproveitando o mote para um festival (que nunca houve) de músicas com a temática do bar, resolvi fazer uma letra sobre esse tal tiroteio de ficção, segundo o Ronaldo, mas de verdade, segundo umas testemunhas oculares, que agora usam óculos para ver melhor. Então chamei meu parceiro Nivito, que fez um belo samba de breque, pra ninguém botar defeito, como dizem os que repetem lugares-comuns. Verdade ou não, a música está aí. É só pedir para o Nivito tocar, já que o Ronaldo não pensa em gravar um CD com músicas do bar. Ainda.


TIROTEIO NO ABREU

Fernando Canto e Nivito

Um tira mirou seu 38 / Pra acertar um "otaro" no balcão

Só que a bala resvalou num esteio torto / Foi ao teto e três vezes foi ao chão

Fez a curva, varou a porta da terra / E acabou-se com os diabos no Japão

Foi num dia bem cheiroso, mês de maio / Do ano aziago de 2.000

Que uns malucos manés se agrediram / Disputando a herança dos avós

Tinha gente afirmando coisa besta / Como a morte que é certa e nunca dói

As pessoas correram para o lado / Procurando abrigo e segurança

Gente fina gritava apavorada / Com uma história pesada na balança

Uns fregueses olhavam pela fresta / Com medo da morte e da vingança

Esse papo de briga não convence / Ninguém quer por aqui mais um defunto

Os fregueses não querem essa algazarra / Um tapinha na cara quando muito

Senão vira um lugar organizado / Com a paz da cidade dos pés juntos

Vão-se à porra seus caras descuidados / Que é verdade esse som de bangue-bangue

Muito tira tem cara de bandido / Ou parece ser líder de uma gangue

Mas aqui neste bar vocês se cuidem / Pra que a gente não veja correr sangue

É preciso, amigo, ter coragem / Pra enfrentar o mau tempo sendo ateu

Pois uma bala que rompe pela sala / Provoca o sorriso do Abreu

E depois neste bar tem mais polícia / Que dinheiro em cofre de judeu

Um comentário:

  1. Muito legal e letra. Na época em que funcionou no bairro do Trem, tinha uns malacos que adoravam brigar no Bar do Abreu. Mas nunca ouvi falar em tiroteio.

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