segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

CIDADE ‘BRASILIANA’ DE TODOS OS ‘NAMES’

Estrangeirismos dominam nomes de edifícios novos em São Paulo, mas língua portuguesa vem ganhando mais espaço no mercado
SÃO PAULO - São Paulo pode parecer ainda mais cosmopolita se reconhecida apenas pelos nomes de seus edifícios. De palavras em português a nomes em catalão e invencionices linguísticas, incorporadoras, vendedoras e agências de publicidade e marketing exercitam a criatividade para nomear os empreendimentos da cidade. Às vezes, acertam em cheio e seduzem o consumidor. Outras tentativas mais parecem traduzir a confusão do mundo atual, cada vez mais globalizado.
Francês, inglês e pinceladas de uma das figuras mais célebres da arte impressionista foram, por exemplo, a inspiração para o batismo do condomínio Chateau Monet Residence Garden, lançamento da incorporadora Eztec na região do Tremembé, zona norte.
Estrangeirismos como esse dominaram mais de 60% das nomeações dos novos imóveis entre janeiro e novembro do ano passado, com destaque para a língua inglesa.
O uso excessivo acontece porque outros idiomas ainda são sinônimo de status para muitos consumidores, na opinião do diretor executivo da incorporadora You, Inc, Eduardo Muszkat: "É tradição usar palavras estrangeiras. Brasileiro gosta de tudo o que é de fora", diz.
Segundo ele, nomes pomposos atraem principalmente a nova classe média - orientação que a construtora Riformato parece ter adotado no lançamento do Itaquera Prime, no hoje evidenciado bairro da zona leste.
Para os mais ricos, no entanto, uma denominação extravagante como a do lançamento Amistá Special Resort, da construtora Mac, nem sempre tem ampla aceitação, na avaliação do professor de branding Júlio Moreira, da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). "Se você quer falar com o público AAA, ele pode achar até engraçado. Essas pessoas preferem palavras tradicionais. É como dar um nome em inglês a um filho." (Fonte: Estadão) 

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