Quando Alexandre voltou a si estava deitado no meio
da Rua Cândido Mendes, de braços estendidos como Jesus Cristo na cruz,
gritando: Fodam-se seus filhos da puta. Então começou a chover. O chofer do
táxi não estava vendo muito bem e pagou um susto ao vislumbrar aquele vulto
erguer-se do asfalto quase em cima do carro. Parou para averiguar do que se
tratava. Alexandre entrou no táxi. Moacir Canto veio correndo da calçada, onde
estivera vomitando e entrou no carro.
- Bar Caboclo – Alexandre disse ao
motorista.
A chuva engrossava. Da mesa onde
estavam podiam ver a chuva estalar na calçada. Bebiam em silêncio a meiota, em
pequenos goles de apreciadores de bebida.
- Vamos voltar à casa das meninas?
Alexandre sugeriu. Moacir Canto levantou incontinente.
- Desta vez quem vai comer a velha
sou eu – disse
- Está bem- Alexandre concordou,
chamando o garçom e pagando a meiota.
(Por Ray Cunha In Trópico Úmido)
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