CISÃO AO RISO
Perdoa,
amor, minha cisão ao riso,
Há
uma guerra, um motim, um holocausto à vista,
Um
barulho (pasmem!) silente e inciso
Recomendando
um coração autista.
Andarei,
assim, em trote firme,
Como
corcel a empinar a crista,
É
batalha insana há quem afirme
E
o amor, guerreira, um pouco dista.
Estou
em guerra, em batalha dura,
Coração
de pedra e face austera
De
lirismo ausente, em ruptura,
Alma
em frangalhos.
(11.12.11)
AO MANO ISNARD
Vem,
cafajeste, dizer que partiste,
E
que irás com uma calça de linho
E
uma gravata italiana doada pelo
Preto
Jamil, a quem direcionaste um insulto afro.
Vende-me
um livro imaginário
Por
um preço vil, pois lerei tua poesia
Numa
madrugada vagabunda.
Tua
morte, como a de Manoel Maria,
Veio
por uma espiral telefônica,
Deixando-me
morto numa quinta vulgar.
Como
pediste, tomei uma cerveja
E
lembrei teus poemas.
Chorei
atônito, e como é de praxe
Para
os comuns
Lembrei
tuas virtudes.
Como
já não podias fumar,
Baforei
em lembranças
Teu
português parnasiano.
Pensei
em vender teus livros,
E
convidar o Fernando Canto,
Para
lançá-los em sua perene itinerança
Ele
– sempre debochado –
Disse-me
que de um parecer
Fizeste
um poema.
Retruquei
em gozação,
Lembrando
tua origem manauara,
Que
um parecer só poderia ter vindo,
De um “pareceiro” pernóstico (mais risos)
Quando
partiste, deixaste o “Boto Ximango”
Desolado,
O
Osvaldo sofreu, como sofrem os poetas,
Preocupados
com a fata de crítica.
Ó
mano Isnard,
Os
teus passos cadenciados e lindeiros,
Ainda
ressoam em minha mente.
Quando
- Delegado – vigiavas (perdoe-me Cordeiro Gomes),
A
minha falta de estática como teu servil escrivão.
Mano
Isnard,
Reservarei
para ti uma madrugada,
Colherei
flores,
Respingarei
uma birita nos transeuntes
E
emprestarei do Osvaldo
O
chapéu de boto,
Tua
metáfora inescondível.
Até um dia, Mano Velho!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por emitir sua opinião.