Depois de receber uma bolada do PDV do Governo
Federal, onde trabalhou por quase 20 anos, Zé Ramos não sabia nem como nem onde
investir o dinheiro. Mas queria ser comerciante. Como também era boêmio
inveterado, frequentador de inúmeros botecos, bares e lupanares, alguém lhe
falou que um cabaré estava à venda no subúrbio da cidade. A ideia de comprar um
estabelecimento comercial já pronto despertou-lhe a cobiça e o sentimento de
poder, pois comandaria pessoas e ainda aproveitaria os produtos da casa. Ou
seja, uniria o útil e lucrativo negocio ao agradável hábito do bem bom.
Visando o lucro, Zé Ramos investiu toda
a sua fortuna na compra do tal lupanar. Porém, despreparado (Naquele tempo não
existiam programas de empreendedorismo a pequenas empresas assessorados pelo
Sebrae), nosso heroi foi levando o negocio com a barriga. Era mais cliente do
que dono.
Quatro meses depois o único garçom
roubou o caixa e fugiu; dois empregados, encarregados da limpeza e da cozinha,
e um segurança o colocaram na justiça do trabalho e as cinco trabalhadoras
sexuais da casa apareceram grávidas o acusando de ser o pai das crianças, pois
ele às vezes, quando estava doidão, expulsava os clientes e fechava o
estabelecimento, para seu usufruto pessoal.
Acabou vendendo o negocio por uma
ninharia para um cearense, dono de um minibox que lhe fornecia mercadoria no
fiado. Quase não dava para pagar as indenizações dos empregados e as outras
despesas que ficaram da sua gestão.
Mesmo assim, Zé Ramos é um cara feliz
da vida. Viveu a sua experiência de empresário como um xeique árabe. E diz,
sempre rindo, com o maior orgulho: - Já fui dono de puteiro. Não ganhei, mas
também não perdi.
Esse é o Zé Ramos com suas histórias.
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