É
a segunda vez que a deputada federal Dalva Figueiredo (PT) participa do Fórum
Permanente para Questões Indígenas da Organização das Nações Unidas – ONU. O
evento, que acontece em Nova Iorque, iniciou ontem e encerra dia 18. Na
abertura, a vice-secretária geral da ONU, Asha-Rose Migiro, afirmou que os
povos indígenas seguem sofrendo pela falta de respeito com seus direitos.
Este
ano, o encontro que reúne cerca de dois mil indígenas de diversos povos,
parlamentares, gestores e pesquisados dos Estados Membros, tem como tema
especial “A doutrina do descobrimento: sua repercussão no tempo e os direitos
dos povos indígenas em receber reparação por conquistas do passado”. A escolha
do tema consta nos artigos 28 e 37 da Declaração das Nações Unidas dos Direitos
dos Povos Indígenas.
O
Fórum avaliará ainda como as constituições nacionais contemplam os direitos
expressos na Declaração da ONU. “A ideia aqui é fazermos um amplo debate sobre
as leis em cada país e se os direitos indígenas são reconhecidos e
respeitados”, explica Dalva Figueiredo.
Haverá
também um painel com exposição de boas práticas executadas em diversas partes
do mundo e informações sobre os impactos das mudanças climáticas em terras
indígenas. “Como se vê, o Fórum possibilita uma ampla discussão sobre assuntos
correlatos ao tema principal. É sem dúvida, ótima oportunidade de aprendizado e
troca de experiências”, disse a parlamentar.
Dalva é vice-presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Povos
Indígenas da Câmara, e em seu pronunciamento, levará à ONU os debates do
Legislativo brasileiro, como a Proposta de Emenda Constitucional - PEC
215/2000, que pretende incluir, dentre as competências exclusivas do Congresso
Nacional, a demarcação das terras tradicionalmente ocupadas pelos índios e
quilombolas.
“Terras
indígenas representam muito mais que um instrumento de subsistência, elas
expressam a territorialidade destas populações. Por isso a demarcação de terras
indígenas não deve contemplar apenas uma realidade física, mas os diferentes
usos que os povos fazem, pois a terra representa ao mesmo tempo um sistema
natural e sócio-cultural”, avalia.
A proposta já passou pela Comissão de Constituição e Justiça – CCJ
da Câmara e aguarda a criação de comissão especial para sua análise. “Além da
PEC 215, abordarei nos meus discursos o Projeto de Lei 1610/96, que trata a
exploração e o aproveitamento de recursos minerais em terras indígenas”, disse
a deputada. (Fonte: ASCOM/
dep. Dalva Figueiredo)
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