DISCURSO DE AGRADECIMENTO DO PROFESSOR ANTONIO
MUNHOZ LOPES POR OCASIÃO DA EXPOSIÇÃO DE SEU ACERVO NA INAUGURAÇÃO DO ANO
MUNHOZ LOPES DA EDUCAÇÃO DO AMAPÁ, INSTITUÍDO PELO GOVERNO DO ESTADO, ATRAVÉS DA
PORTARIA Nº 834/2012.
Antes
de agradecer a generosidade do Governo, através da Secretaria de Educação,
gostaria de lembrar que ainda estamos na Semana de Museus, e lembro de uma
reportagem de Hélio Pennafort, publicada há muito tempo no extinto jornal A Província
do Pará, com o título de “Antônio Munhoz, um viciado em museus”, citando uns
cento e poucos que conhecia na Europa, deixando de lado os do Brasil, dos
Estados Unidos, da África e do Oriente. E até hoje quando alguém me pergunta
como teria nascido este fascínio que tenho por museus, acredito que foi na
infância, quando meu pai me levava aos domingos para passear no Museu Goeldi,
de Belém.
Lembro
também que o primeiro grande museu de arte que visitei, foi em julho de 1959,
em São Paulo, o MASP, criado por Assis Chateaubriand. E o primeiro grande museu
internacional foi em julho de 1964,
a Galeria Nacional de Arte, de Washington, onde vi pela
primeira vez, uma obra de Leonardo da Vinci. A partir daí, conheço alguns dos
mais importantes do mundo, como os considerados quatro maiores e melhores. Amo
o Louvre, de Paris; o Prado, de Madri, o Metropolitan, de Nova York e o
Hermitage, de São Petersburgo, na Rússia. Incluiria muitos outros, como a Velha
Pinacoteca de Munique, onde a presença de artistas da área alemã é
particularmente significativa, mas também com ricas coleções de arte holandesa,
flamenga, italiana e lembro-me das Pietà, de Fra Angélico e Botticelli; a
Anunciação de Antonello de Messina e a Crucificação, de Tintoretto.
O
Museu Thisson-Bornemiza, hoje em Madri possui uma das grandes coleções que eu
conheço, com obras notáveis dos espanhóis, sobretudo as telas de Zurbarán é um
belo retrato de Fernando VII, de Goya. O Hermitage, de São Petersburgo, já
citado, não só é um dos quatro maiores do mundo, como está situado numa série
de palácios setecentistas, entre eles, o Palácio de Inverno, residência dos
czares até a revolução de 1917, merecendo uma referência especial o núcleo de
arte francesa dos séculos 19 e 20, e que inclui, entre outras, a mais
importante coleção de obras de Matisse. A Galeria degli Uffizi, em Florença,
remonta a Francisco I, dos Médicis, na segunda metade do século 16. A galeria é, sobretudo,
rica em obras-primas italianas, sobressaindo-se duas obras de Botticelli: O
Nascimento de Vênus e A Primavera.
Também
não esqueço a Galeria Nacional de Arte Moderna de Roma, muitas de suas obras
adquiridas nas Bienais da Veneza. É um museu que mostra o século 20, começando
com obras de Modigliani, Giácomo Balla e Severini, com a pintura metafísica de
Di Chirico e Carrà, além das obras de Morandi e Sirini.
Outra
maravilha é a Galeria da Academia da Veneza, fundada em 1807, sendo um dos seus
quadros mais famosos a Tempestade, de Giorgione.
Dentre
outros tantos museus do mundo, inesquecível é o Guggenhein, de Nova York, começando
pelo seu prédio, projeto de Frank Lloyd Wright. O Museu d’Orsay, uma antiga estação de Paris, abriga a partir
de 1986 obras de escultura, pintura, artes aplicadas, artes gráficas e
fotografias, tendo nisto uma grande exposição de Gaspard-Felix Tournachon, que
se tornou famoso com o nome de Nadar, na fotografia.
São mais de 300 museus do mundo, que eu conheço,
sendo um dos últimos, de arquitetura revolucionária o Guggenheim de Bilbao, na
Espanha; e como não temos um museu de arte, uma pinacoteca, temos de valorizar
os pouquíssimos que temos, como o Museu Histórico Joaquim Caetano da Silva e o
Museu Sacaca. Há anos o Conselho de Cultura, teve uma Galeria de Arte, com o
nome de Vicente de Sousa, e cuja inauguração foi no dia 23 de agosto de 1996,
em uma exposição de Manoel Bispo.
Realizei os primeiros salões de arte do Amapá,
tendo sido o primeiro em setembro de 1963, no Salão Nobre da antiga Escola
Industrial. E, no mesmo ano, em outubro, apresentei em nome do governo, o então
jovem Fulvio Giuliano, ao I Salão de Artes Plásticas da Amazônia, em Belém,
recebendo Menção Honrosa, com o quadro “Arraial de Nazaré, em Macapá”. O 2º Salão,
foi no térreo do Colégio Amapaense em 15 de Outubro de 1966. O 3º foi em 13 de
Setembro de 1967, tendo sido até hoje o único que contou com a presença de um
governador, na época o general Ivanhoé Gonçalves Martins. E, por último, antes
de eu voltar para a Itália, realizei uma retrospectiva da obra de Fulvio
Giuliano, de repercussão internacional, sendo citado no livro “La Belezza Salverà
ilMondo”, publicado em Milão.
E em nome desse passado artístico, agradeço
esta festa, no término desta exposição que o SESC-Amapá me homenageia, não só
pelos meus 80 anos, mas também pelos 10 de inauguração desta galeria que tem o
meu nome.
Quero, pois, agradecer as duas comemorações, a
do SESC e a do Governo, onde trabalhei 47 anos em salas de aula, e que segundo
diz Correa Neto, fui mestre das grandes personalidades do Amapá de hoje, o que
não deixa de ser verdade.
Muito obrigado.
Macapá, 18 de maio de 2012.
ANTONIO MUNHOZ LOPES
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