Eliude Viana |
A GULA
Boca
café-com-leite
não pede pão
diz: Paixão!
Gulosa,
senta à mesa
de alma
e sorve todas
as doces resistências.
GRAFITEIRO
Perpetuas
desenhos
dos teus dedos
no mural de
carne que sou:
na quase
dor...
no quase
morte...
Perpetuas
cicatrizes.
RECADINHO
O sol me
segreda
que lá fora
tu misturas
teu perfume
ao vento
de outros
corpos.
CONTATO
A chave de
partida
do teu carro
está ligada
às acelerações
involuntárias
do meu peito.
ROCA DE SETEMBRO
Apertei
contra meu
rosto
a Flor na lua.
de canudinho
que me deste.
Das pétalas
plásticas
exalou
um forte aroma
de Rosa.
Elíude é realmente nossa grande voz poética, pois vive reclusa,discretamente, mas vive intensamente sua poeticidade, traduzindo em textos que surpreendem pela criatividade e imagens que ela talentosamente recria para comunicar o seu eu poético.
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