A
ideia é esclarecer pessoas que vêem na futura emissora da UNIFAP um instrumento
para a divulgação de suas ideologias políticas e/ou religiosas e que fingem não
acreditar que a Universidade Brasileira é laica, assim como é o Estado, bem
descrito em artigo Constitucional. Por outro lado, também existem artistas que
a têm como veículo de suas criações musicais, e que acham que uma rádio
universitária só deve tocar músicas produzidas no Amapá ou por amapaenses,
mostrando um nativismo exacerbado, para não dizer xenofóbico. Não compreendem
que o termo universidade é o mesmo que totalidade; que vem de Universo,
portanto amplo e irrestrito, qualidade de universal.
Um
dos objetivos das rádios universitárias públicas é ser laboratório para
complementar a formação dos estudantes de comunicação e de cursos afins.
As
rádios universitárias federais são determinadas a permitir e a garantir o
debate de ideias heterogêneas dos mais diferentes segmentos sociais, num
processo dialético e irrestrito, aquele que prima pelo conhecimento e pelas
verdades dos paradigmas científicos ou de sistemas filosóficos vigentes, e
sempre em choque, em evolução.
O
sistema de radiodifusão brasileira categoriza as rádios universitárias, quer
sejam públicas ou privadas, como educativas, porque as universidades têm
competência para serviço de radiodifusão, embora a legislação não determine que
papel as emissoras devam cumprir em relação as suas programações. Por isso os
especialistas dizem que cada uma faz a formatação de sua programação que entende
ser a melhor.
A
Rádio Universitária da UNIFAP tem como consignatária a Empresa Brasileira de
Comunicação S/A – EBC. Por ser pública, e ligada a uma IFES, não podemos
reproduzir o que as rádios comerciais fazem, mas sim produzir novos
conhecimentos e contribuir para a formação de novos profissionais de jornalismo
e para que a Universidade e a sociedade sofram mudanças para melhor.
Entretanto,
há experiências nacionais de que nenhuma rádio universitária se sustenta
enquanto proposta teórica e educacional ou somente científica-erudita-cultural
para transformar a realidade brasileira. Sua prática deverá ser conduzida para
cumprir um importante papel na formação de alunos, na divulgação do
conhecimento, na democratização da comunicação e da extensão universitária.
Por
ser uma Rádio Universitária pública tem perspectivas laboratoriais e públicas.
Por ser pública enseja que seu público são “Todos”, aqueles que estão ligados a
condição da cidadania, com sua igualdade de direitos e deveres.
Daí,
então, a pluralidade de sua programação e a diversidade cultural com que ela
deve chegar aos diferentes públicos.
Como
realidade, a Rádio Universitária da UNIFAP é um marco na comunicação do Estado
porque chega antes do curso de Comunicação da instituição e por pretender, após
sua liberação total pelos órgãos competentes de telecomunicações, pensar em
públicos diferentes, com a nobre missão de informar, educar, entreter e estar a
serviço do interesse público. Pensar, divulgar e enriquecer com isso a cultura
regional e as coisas por nós produzidas, no Amapá, na Amazônia e no Brasil.
Não
é meta, ainda, cobrir todo o território amapaense, até porque as rádios
universitárias têm média potência, mas no futuro queremos atingir variados
públicos, pois uma rádio universitária deve ser uma ferramenta contra o
monopólio da informação e a serviço da sociedade.
Estamos
em processo de instalação e por isso teremos um Regimento e um Conselho de
Administração que regulamentarão a sua programação, pois uma Rádio
Universitária que tem função social não pode ser direcionada para grupos
privilegiados de ouvintes ou clubes, mas essencialmente para a sociedade, para
Todos (Para melhor compreensão indico o texto de Sandra de Deus “Rádios
Universitárias Públicas: compromisso com a sociedade e com a informação”. Rev.
Em Questão, vol. 9, Porto Alegre, 2003).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por emitir sua opinião.