É preciso investimento para atingir metas do Plano Nacional de Educação
A falta
de professores é tão grande no Brasil que corremos o risco de sofrer um
“apagão” de profissionais, principalmente nas áreas de Química, Física,
Matemática e Biologia. O alerta foi dado pela Câmara de Educação Básica, em
relatório divulgado em 2007. De lá para cá, a situação piorou. O déficit atual
chega a quase 300 mil professores, de acordo com a professora Clélia Brandão,
integrante do Conselho Nacional de Educação, da Câmara de Educação Básica e
presidente da Comissão Bicameral de Formação de Professores.
Clélia Brandão, presidente da Comissão Bicameral de Formação de Professores (Foto: Divulgação) |
Para Clélia, é fundamental a atenção urgente para alguns pontos,
como infraestrutura das escolas, formação continuada dos professores, plano de
carreira e salários que contemplem as necessidades fora da sala de aula, já que
o docente precisa estudar, ler e aprender a lidar com as novas tecnologias.
“O Governo já tomou algumas iniciativas, como a criação do Plano Nacional de Formação de Professores. Isso é inédito no país, pois a União está assumindo a responsabilidade pela formação dos professores. Foi criada também a opção da segunda licenciatura, para contemplar professores que têm uma graduação, mas acabam dando aula em outra disciplina,o que é muito comum. Estamos lutando para que 10% do PIB (Produto Interno Bruto) seja destinado à educação. Se não conseguirmos isso, as metas do Plano Nacional de Educação não serão alcançadas”, ressalta Clélia.
O professor Mozart Neves Ramos, presidente-executivo da ONG Todos pela Educação, concorda com a opinião da professora Clélia. “Se não tornarmos a carreira de professor atrativa, o Brasil não vai longe. Em outros países, o salário dos docentes é mais atraente, existe plano de carreira, aqui não. Isso se reflete na sala de aula, na falta de professores em várias disciplinas, ou com gente dando aula sem formação adequada. O MEC (Ministério da Educação) tem feito um esforço para mudar o quadro, com a criação da Universidade Aberta e da Plataforma Freire (nessa última os professores podem se inscrever para complementar a formação), mas os resultados das políticas só poderão ser avaliados daqui a alguns anos”, explica.
Conheça a seguir as iniciativas de alguns estados na área de formação de professores:
“O Governo já tomou algumas iniciativas, como a criação do Plano Nacional de Formação de Professores. Isso é inédito no país, pois a União está assumindo a responsabilidade pela formação dos professores. Foi criada também a opção da segunda licenciatura, para contemplar professores que têm uma graduação, mas acabam dando aula em outra disciplina,o que é muito comum. Estamos lutando para que 10% do PIB (Produto Interno Bruto) seja destinado à educação. Se não conseguirmos isso, as metas do Plano Nacional de Educação não serão alcançadas”, ressalta Clélia.
O professor Mozart Neves Ramos, presidente-executivo da ONG Todos pela Educação, concorda com a opinião da professora Clélia. “Se não tornarmos a carreira de professor atrativa, o Brasil não vai longe. Em outros países, o salário dos docentes é mais atraente, existe plano de carreira, aqui não. Isso se reflete na sala de aula, na falta de professores em várias disciplinas, ou com gente dando aula sem formação adequada. O MEC (Ministério da Educação) tem feito um esforço para mudar o quadro, com a criação da Universidade Aberta e da Plataforma Freire (nessa última os professores podem se inscrever para complementar a formação), mas os resultados das políticas só poderão ser avaliados daqui a alguns anos”, explica.
Conheça a seguir as iniciativas de alguns estados na área de formação de professores:
Rio de Janeiro
Luiz Carlos Becker Junior, subsecretário de
Educação (Foto: Marcio Costa/SeeducRJ)
|
Em
dezembro de 2010 foi criada a Subsecretaria de Gestão de Pessoas da Secretaria
de Estado de Educação (Seeduc) do Rio de Janeiro. De acordo com subsecretário
Luiz Carlos Becker Junior, o objetivo da criação da subsecretaria foi
justamente o de cuidar de forma mais ampla da gestão e da formação dos
professores do estado. Atualmente existem 53 mil profissionais em sala de aula,
mas ainda faltam 2 mil para suprir a carência das escolas.
"A
universidade não está formando professores suficientes para dar aula em
disciplinas como filosofia, sociologia e física, por exemplo. Temos autorização
do governo para contratar profissionais temporários e professores sem
licenciatura nas disciplinas em que já estão dando aula. Estamos trabalhando
para ter carência zero de professores em 2012, pelo menos nas matérias básicas,
e reestruturando nosso plano de carreira. O Ensino Médio do Rio ficou em 26º
lugar no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) e precisamos
trabalhar muito para reverter esse quadro", explica o subsecretário.
Helena Bomeny, subsecretária da Secretaria Municipal de Educação (Foto: Operator) |
O
município do Rio de Janeiro tem um déficit atual de 218 professores, segundo a
subsecretária de ensino da Secretaria Municipal de Educação (SME), Helena
Bomeny. "Quando a secretária Claudia Costin assumiu, em 2009, faltavam
7500 professores. Conseguimos reduzir bastante esse número. Um professor do
município, que trabalhe 40 horas, ganha mais de R$ 6 mil no final de carreira.
A cada três anos o profissional recebe um aumento de 5%. Acredito que essas
iniciativas são fundamentais para valorizar o professor, para que ele sinta que
é fundamental no processo de aprendizado", ressalta.
Paraná
Meroujy Cavet, superintendente de Educação do Paraná (Foto: Divulgação) |
No
Estado do Paraná os professores podem ser contratados pelo que se chama
Processo Seletivo Simplificado, e o contrato dura dois anos. De acordo com
Meroujy Cavet, superintendente de Educação, o sistema não é ideal, por conta da
rotatividade grande de profissionais, mas é uma alternativa.
"Queremos
nomear 12 mil professores aprovados no concurso de 2007, o que vai ajudar a
diminuir a rotatividade. Fizemos um plano de equiparação salarial e vamos dar
um reajuste de 26% para os professores, dos quais 6% já foram concedidos",
diz a superintendente.
Salvador
De
acordo com informações da assessoria de imprensa da Secretaria Municipal da
Educação, Cultura, Esporte e Lazer (Secult), no final de 2010 foi realizado um
concurso com 1600 vagas para professores, 200 coordenadores pedagógicos e 300
merendeiras. Atualmente a rede municipal de Salvador tem mais de 6 mil
professores e mil estagiários, que dão apoio ao corpo docente e funcionários
das unidades escolares. Em 2005, 3500 professores e 300 coordenadores foram
nomeados.
São Paulo
Segundo
a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Educação de São Paulo, em
janeiro de 2011 foi autorizada pelo Governador do Estado a contratação de 25
mil professores aprovados em concurso realizado em 2010. Destes, 16 mil já se
encontram atualmente cursando a Escola de Formação e Aperfeiçoamento de
Professores Paulo Renato Souza Costa. (Fonte: Globo Educação).
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