quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Zunidor – Encontro dos Tambores (4)

otacilio_fernandoQuem é vivo sempre aparece: na foto, Otacílio do Carmo e eu. O (agora) velho inspetor do IETA e do Barão do Rio Branco, que corria atrás do moleques gazeteiros de aula, mora em Campina Grande, no KM 21 da BR-156.

Zunidor – Encontro dos Tambores (3)

daniela ramosDaniela Ramos apresentou-se com o grupo de marabaixo do bairro do Laguinho, da casa da tia Biló.

Zunidor – Encontro dos Tambores (2)

fernando_claudionorO delegado Claudionor não perdeu uma noite do Encontro dos Tambores.

Zunidor – Encontro dos Tambores (1)

Mais de 30 shows ocorreram por conta do povo dos quilombos que vieram do interior mostrar suas artes, principalmente o marabaixo e o batuque.

Obteve grande sucesso a apresentação do Grupo Pilão, que apesar de ser do Laguinho e divulgar por 36 anos o folclore amapaense, realizando um verdadeiro mapeamento cultural do Estado, nunca havia sido convidado para tocar nesse evento.

O Pilão abriu o concurso da “Negra mais Bela” e tocou para milhares de pessoas que prestigiaram o evento.

Zunidor – Encontro dos Tambores

27112011364As apresentações das comunidades quilombolas no Centro de Cultura Negra marcaram a “Semana de Consciência Negra” e o “Encontro dos Tambores”, promovidos pelo Governo do Estado.

Zunidor – Obdias Araujo

obidias araujoCoraçãozense de coração, o poeta Obdias Araújo ainda vai se refugiar na vila do Porto do Céu, às margens do rio Matapi, quando tem tempo.

ZUNIDOR – Assembleia Legislativa

musicos_assembleiaA Assembleia já entendeu que deve promover a cultura local e integrar os produtores culturais à política. Tudo começou depois do sucesso do festival de música promovido por ela. Parabéns.

ZUNIDOR

lançamento livro cesar bernardoMuita gente compareceu no vernissage do artista plástico Herivelto Maciel e no lançamento do livro “Mestre Açaizeiro”, do escritor César Bernardo, ocorrido na segunda-feira, no hall da Assembléia Legislativa do Estado.

zeider_consola_munhozEntre os convidados estavam o professor Munhoz, Consolação, é claro! Bonfim Salgado, Zeider Valente, o escritor e cantor Mauro Guilherme, Tadeu Pelaes, Manoel Bispo, Nivito Guedes.

BANDA AFRO-BRASIL LANÇA DVD EM SHOW DE MARABAIXO E BATUQUE ESTILIZADOS

CANTORES DA AFRO-BRASIL (1)O contagiante som dos tambores aliado às cordas e outros instrumentos musicais da Banda Afro-Brasil sugerem o tempo de festejar Zumbi dos Palmares. Ela vem do Quilombo do Curiaú trazendo o ritmo que marca nossos mais tradicionais festejos, batuque e marabaixo, no lançamento do DVD “Uma Canção Para o Amapá”. Adelson Preto é o mentor da ousada proposta de trazer para estas festas pessoas de qualquer idade, principalmente jovens, para conhecer o que tem de mais forte na cultura amapaense. Nascido e criado entre o bairro Laguinho e o Curiaú, como a maioria dos 15 integrantes da banda, Adelson mostra no show a parte lúdica da história do negro no Amapá.

As músicas misturam os tradicionais “ladrões”, som do marabaixo, e o “bandaio”, do batuque, com seus tambores e caixas, à instrumentos pouco usados entre os antigos tocadores, mas necessários para o propósito de inovar para atrair público. As composições não fogem das raízes, são referências ao dia-a-dia do negro amapaense, com suas lidas, amores e fé. Criado por Adelson, mas com a interferência direta de quem vive a realidade do Laguinho e Curiaú, o repertório tem poesia e melodia que influenciam e chamam para a dança transformando o show em uma festa onde ninguém fica parado.

DE ONDE VENS, RAPAZ? - O berço onde, literalmente, tudo começou não poderia ser outro. Foi no Quilombo do Curiaú, no grande terreiro onde mora a Tia Chiquinha e sua imensa família formada por filhos, noras, genros, sobrinhos, netos, bisnetos e agregados, que nasceu a ideia de transformar em atração o que nada mais era que o cotidiano da maioria dos que vivem no quilombo do Curiaú. O batuque e o marabaixo, a confecção de caixas, pandeiros, tambores, de saias e lenços floridos, calças brancas e adornos para a cabeça e pescoço, tudo o que já era motivo de festa, foi usado para manter a tradição, atrair curiosos e um modo de ganhar a vida fazendo o que se gosta.

“Nossa vida sempre foi essa, pobre de dinheiro, mas cheia de música, liberdade e talento que veio no sangue, sempre abrimos nossa casa para receber devotos de nossos santos, amigos e pessoas interessadas em conhecer nossa cultura, de turistas a estudantes. Nosso dia é sempre assim, de muito trabalho com os animais que criamos, com a música, com nossas festas e produção de instrumentos. Então resolvi criar uma alternativa para manter viva a nossa tradição e garantir o sustento de nossa família, a aceitação foi sucesso e agora lançamos nosso primeiro registro”, disse Adelson Preto.

PRA ONDE TU VAIS? - Antes o grupo servia de base para outras bandas que buscavam a excelência em percussão, mas foi ganhando vida própria Em 2004, no Dia de Zumbi dos Palmares, 20 de novembro, foi lançada oficialmente a banda Afro-Brasil durante o Encontro dos Tambores. Ainda hoje eles são a base da Missa dos Quilombos e convidados para muitos shows que reforçam nossa cultura. O DVD foi resultado da gravação do I Festival de Ladrão de Marabaixo, realizado pela Confraria Tucuju em abril deste ano e mostra a apresentação da Banda que traz e essência de nossas raízes para o palco no mês da Consciência Negra e quando completam sete anos de contribuição para que a cultura do Amapá não seja somente contada, e sim vivida. (Fonte: Mariléia Maciel)

Foto: www.jeitotucuju.blogspot.com

O VOO DA LUZ

RAY CUNHA (*)

Talvez o maior objetivo da moda da roupa seja o da sensualidade, tanto na confecção de tecidos quanto na indumentária. Uma mulher vestida de modo a realçar a beleza física terá sempre os homens dominados pela loucura, pois nós jogamos fora todo o nosso verniz, toda a nossa racionalidade, toda a nossa liberdade, para nos aprisionarmos à passagem de uma potra vestida em seda; relinchamos, esmagados pelo perfume das virgens ruivas, fugaz como o gemer do acme.

A visão de nádegas se movendo sob seda, de blusas que mal encobrem mamilos grandes como jambo, de barriguinhas que surgem e desaparecem como fontes aos olhos sedentos e ao desmaio, são pedras preciosas que cravejam as ruas das grandes cidades e, assim, de Brasília também. Barriguinhas, sejam tipo tábua, ou renascentistas, levam, sempre, às avenidas da imaginação.

É da natureza feminina a ambiguidade. Elas querem, mas juram que não. Nem Freud explica. E a barriguinha é uma prova cabal disso. Elas puxam a blusinha para encobrir a barriga, ou as calças para tornarem o mistério de suas virilhas ainda mais agudo, e, no entanto, sabem que tudo isso é inútil, e que nossos corações disparam e, assim, nos matam, embora permaneçamos vivos.

A elas, só a beleza importa. São como as rosas que vicejam no jardim de casa. Minhas rosas são delicadas, perfumadas, lindas como mulher nua, e evanescentes, e me ignoram. Só querem saber de luz, que, afinal, as tornam ainda mais esplendorosas. Resigno-me, pois me basta que nasçam no jardim de casa. Sua presença é, simplesmente, o triunfo.

Quando as mulheres puxam, inutilmente, a blusinha para encobrir a barriga, elas nos insinuam um abismo de rosas, choramos em silêncio, e fechamos os olhos para não morrermos no voo da luz.

(*) Ray Cunha é escritor e jornalista sediado em Brasília - DF

UNIFAP INICIA CONSTRUÇÃO DO LABORATÓRIO DE ARQUEOLOGIA

imageUma rápida cerimônia ocorrida na manhã do dia 17 marcou o lançamento da pedra fundamental do Laboratório de Arqueologia da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP). A obra tem previsão de término para junho de 2012 e está orçada em R$ 224.433,00. O prédio surgiu da necessidade de um espaço específico para estudos arqueológicos dentro da instituição a partir das descobertas de urnas funerárias na área da Unifap.

O representante do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Djalma Santiago, avaliou que o laboratório será um importante instrumento para o estímulo à pesquisa, estudo e preservação do patrimônio da cultura material amapaense. "Há tempos a Unifap desempenha um papel capital no cuidado e manutenção das peças descobertas", avaliou. Para Santiago, um lugar equipado para exames mais detalhados do material escavado significa melhores condições de trabalho para os pesquisadores.

O vice-reitor, Antônio Filocreão, ressaltou que as recentes descobertas na área da Unifap ratificam a criação de mecanismos para aperfeiçoar o trabalho de pesquisas sobre as civilizações que viveram na pré-história da Amazônia. "É necessário consolidar as teorias e compreender a ocupação humana nesse território", afirmou. O reitor José Carlos Tavares lembrou que brevemente haverá um curso de especialização na universidade voltado para o campo arqueológico. "A implantação deste curso, bem como a construção do laboratório, serão marcos delimitadores nos estudos em arqueologia no Amapá", avaliou.

José Tavares também externou a vontade da construção posterior de um espaço para expor e difundir, dentro e fora do Estado do Amapá, a origem da cultura material amapaense. Um museu nas dependências da Unifap pode vir a ser materializado para que o material descoberto e estudado seja apreciado pela população local, nacional e internacional.

A Unifap já possuí um centro para estudos arqueológicos desde 2004. O centro funciona no bloco de salas de aula do curso de história e é vinculado a este. Contudo, atividades de pesquisa são realizadas conjuntamente com outros cursos, de forma interdisciplinar. A construção do laboratório de arqueologia vai possibilitar aos profissionais e alunos que trabalham no Centro maior agilidade e precisão nas pesquisas a partir do ano que vem.    

CONCHAS DEITADAS NA AREIA (*)

Josyanne Franco

images (1) Recolho conchas que o mar deposita sobre a areia. Nem aves nem cães. Lembrança de infância, curiosidade de adulto. Desparceiradas, as conchas repousam seu sono eterno e sem conteúdo vestidas de branco, cinza, rosa ou lilás, muitas vezes com variante dégradé na mesma apresentação. Madrepérola discreta vai conferindo importância aos lisos fragmentos, à pálida e silenciosa existência... Algumas têm vincos profundos, diversos, perfeitamente alinhados, capricho natural. Outras ainda se encontram coladas, aderidas sem sucesso: o tempo e o vento as separarão. O fluxo contínuo da maré expele seu produto calcário sem alma, a casa sem vida de um molusco, invertebrado ser que se quedou aos caprichos do chão salgado que vive marés. Examino e olho o mar: desatino de beleza, imensidade azulada escondendo vida e morte que não precisam ser sabidas, mas são descobertas pelas cascas frágeis e ocas que se deitam na areia. Uma faixa inteira se estende pela praia, como sendo muro colorido e modesto, aglutinado cemitério de sepulcros vazios. Fina garoa começa a cair, esfriando o ar, levando para longe os poucos caminhantes da praia deserta. Um suspiro de alívio e incredulidade escapa de meus pulmões: banha os meus pés a água salgada do mar, desce sobre mim a água doce do céu... E o medo de se molhar que parece não fazer sentido quando se está cercado de água por todos os lados provoca correria. Árvores nativas servem de abrigo a três outros viventes enquanto a chuva desce pesada e sem trégua. Penso no que a vida tem de doce e de sal, ofertando, no tempo certo, o que precisamos provar. Percebo que minha casca humana quer se deitar na areia, quer se banhar no mar... Minha alma precisa de mergulhos para querer a superfície! Meu corpo vertebrado será devolvido ao solo firme numa golfada única que me empurrará para fora e eu sairei trôpega e salgada daquele abraço morno e fluido até a praia, esperando que a chuva escorra um pouco do sal aderido à minha pele. Concluo que o desafio nas ondas é semelhante ao que encontro pelos caminhos, onde me apresento por vezes fechada tal e qual uma concha, ora sem o lado que a completa, ora em fragmentos coloridos que inventam alegria, mas nunca vazia. As ondas da vida têm gigantescos braços e um dia me expulsarão de seus domínios, quando enfim eu deitar sobre a terra no repouso final. Restarão montanhas, nuvens, mar e chuva na exuberante paisagem. Sobrarão marés a levar conchas sem moluscos para a areia, renovando o ciclo selvagem. Continuarão existindo indagações, pensamentos e surpresas em qualquer alma sensível que caminhe sem pressa nem pretensão ao longo de uma praia deserta nalgum dia de chuva...

(*) Editorial do Jornal Caju. Edição nº 30. Novembro/ 2011

SEBRAE APRESENTA PRÊMIO DE JORNALISMO À IMPRENSA

O prêmio reconhece as melhores matérias e reportagens sobre empreendedorismo de todo o país, inclui as redes sociais, e distribui R$ 96,5 mil nesta quarta edição

Apoiar e incentivar a produção de matérias e reportagens relativas ao desenvolvimento das micro e pequenas empresas no Brasil. Essa é a proposta da quarta edição do Prêmio Sebrae de Jornalismo, que a instituição apresentou em sua sede, na sexta-feira, 18 de novembro, às 19h, aos profissionais de imprensa. Poderão concorrer pautas ligadas a empreendedorismo, cooperação, competitividade, inovação, inclusão produtiva, sustentabilidade e políticas públicas. A apresentação do prêmio conta com a participação promocional da Revista Imprensa.

Na ocasião, os dirigentes do Sebrae no Amapá, Alfeu Dantas Junior (presidente do Conselho Deliberativo), João Carlos Alvarenga (diretor superintendente), Waldeir Ribeiro (diretor financeiro) e Ana Dalva Ferreira (diretora técnica), oferecem aos jornalistas um kit imprensa personalizado contendo caixa, bloco, caneta e um pendrive de 4GB com informações referentes a participação no prêmio.

Inscrições

As inscrições vão até o dia 16 de janeiro de 2012. Poderão ser inscritas matérias/reportagens publicadas no período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2011. Para saber mais sobre os formatos de entrega dos trabalhos, acesse o site www.portalimprensa.com.br/premiosebrae.

OAB RECOMENDA

Prezado amigo Fernando Canto. Estou te encaminhando para que noticies no teu blog acerca do PROJETO OAB RECOMENDA que tem por objeto aferir a qualidade dos cursos de direito do Brasil. Foram verificadas as qualidades de 1.200 cursos de Direito e de Ciências Jurídicas, dos quais apenas 90 obtiveram o SELO DE QUALIDADE OAB, como seja, foram considerados como de boa qualidade, os demais foram reprovados. Interessante que, dos vários cursos de direito que existem por aqui, apenas o da nossa UNIFAP recebeu o SELO DE QUALIDADE OAB. Abre o anexo.

Saudações CARLOS ORLANDO

“Programa OAB Recomenda – Selo OAB” — 4.ª Edição (2011)

I. Introdução

O Programa OAB Recomenda – Selo OAB é um projeto que visa a refletir a qualidade de instituições de ensino superior (IES) em seus cursos de Direito e Ciências Jurídicas, medida por diversas variáveis qualitativas e quantitativas.

Desde as edições anteriores, as principais variáveis quantitativas analisadas foram o desempenho no extinto Exame Nacional de Cursos (ENC — “Provão”), promovido até 2003 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), e os resultados nos Exames da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Tendo em vista que o Exame da Ordem era regional, passando a ser unificado somente a partir de 2010, a classificação das IES era feita por unidade federativa. A partir do 1.º Exame de 2010, a prova passou a ser unificada no Brasil, de forma que os desempenhos podem ser analisados em todo o conjunto das IES.

1. Universo considerado

Esta edição do Programa OAB Recomenda – Selo OAB utilizou informações de 1.210 cursos de IES de todos os estados do Brasil. Essas informações tratam-se dos resultados no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE), realizado pelo INEP trienalmente, e dos resultados nos três últimos Exames da OAB (2.º e 3.º de 2010 e 1.º de 2011, indicados respectivamente por 2010.2, 2010.3 e 2011.1).

Foram considerados os resultados do ENADE com lastro nas informações do Exame realizado em 2009, que foi o último a avaliar os cursos de Direito até o momento, oriundas do sítio eletrônico do INEP.

Nome da Instituição Campus UF ALAGOAS UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS A. C. Simões AL AMAZONAS UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS – UEA Manaus AM AMAPÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ – UNIFAP Macapá AP BAHIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR - UCSAL Federação BA UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB Juazeiro BA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA – UEFS Feira de Santana BA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC Ilhéus BA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA – UESB Zona Rural BA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – UFBA Graça - Salvador BA CEARÁ UNIVERSIDADE ESTADUAL DO VALE DO ACARAÚ – UVA Sobral CE UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ Benfica CE UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI – URCA Crato CE DISTRITO FEDERAL CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA – UNICEUB Brasília DF

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – UNB Brasília DF ESPÍRITO SANTO FACULDADES INTEGRADAS DE VITÓRIA Vitória ES UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIRÍTO SANTO Vitória ES GOIÁS UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS - UFG – GOIÂNIA Unidade Sede GO UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS - UFG – GOIÁS Campus Avançado de Goiás GO MARANHÃO UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR DOM BOSCO Unidade Sede MA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO – SÃO LUIS Campus do Bacanga MA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO – IMPERATRIZ Campus Imperatriz MA MINAS GERAIS CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA Campus Carlos Luz MG FACULDADE DE DIREITO MILTON CAMPOS – FDMC Unidade Sede MG FACULDADES INTEGRADAS VIANNA JÚNIOR – FIVJ Juiz de Fora MG PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS - PUC MINAS São Gabriel MG PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS - PUC MINAS Coração Eucarístico MG UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES Montes Claros MG UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA – UFJF Cidade Universitária MG UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS – UFMG Belo Horizonte MG UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO – UFOP Ouro Preto MG UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA – UFU Uberlândia MG UNIVERSIDADE FUMEC – FUMEC Belo Horizonte MG MATO GROSSO DO SUL FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS Dourados MS UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL – DOURADOS Dourados MS PARÁ CENTRO UNIVERSITÁRIO DO ESTADO DO PARÁ Belém PA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ Belém PA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ Marabá PA PARAÍBA UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA – GUARABIRA Guarabira PB UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA - UEPB - CAMPINA GRANDE Campina Grande PB UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - JOÃO PESSOA João Pessoa PB UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – UFCG Sousa PB PERNAMBUCO FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS E SOCIAIS DE PETROLINA - FACAPE Petrolina PE UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO – UNICAP Recife PE UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO – UFPE Recife PE PIAUÍ INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS PROFESSOR CAMILLO FILHO - ICF Teresina PI UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI Picos PI UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI Teresina PI UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI Parnaíba PI UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ Petrônio Portella PI PARANÁ CENTRO UNIVERSITÁRIO CURITIBA Curitiba PR

FACULDADE ESTADUAL DE DIREITO DO NORTE PIONEIRO - FUNDINOPI Jacarezinho PR PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ Prado Velho PR UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA Londrina PR UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ Maringá PR UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA Ponta Grossa PR UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ Francisco Beltrão PR UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ Centro Curitiba PR RIO DE JANEIRO ESCOLA DE DIREITO DO RIO DE JANEIRO - DIREITO RIO Rio de Janeiro RJ UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – UERJ Rio de Janeiro RJ UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – UNIRIO Rio de Janeiro RJ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO – UFRJ Faculdade de Direito RJ UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UFF Niterói RJ RIO GRANDE DO NORTE FACULDADE NATALENSE PARA O DESENVOLVIMENTO DO RIO GRANDE DO NORTE Natal RN UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE – MOSSORÓ Mossoró RN UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – NATAL Natal RN RONDÔNIA UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA – CACOAL Cacoal RO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA – PORTO VELHO Porto Velho RO RORAIMA UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA – UFRR Boa Vista RR RIO GRANDE DO SUL CENTRO UNIVERSITÁRIO FRANCISCANO – UNIFRA Santa Maria RS FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE Rio Grande RS UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS – UFPEL Pelotas RS UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – UFSM Santa Maria RS UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL - UFRGS (CIÊNCIAS JURÍDICAS) Av. João Pessoa RS SANTA CATARINA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA – UFSC Trindade SC SERGIPE UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE – UFS São Cristóvão SE SÃO PAULO CENTRO UNIVERSITÁRIO DO INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR COC Ribeirão Preto SP ESCOLA DE DIREITO DE SÃO PAULO - DIREITO GV São Paulo SP FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS – FACAMP Campinas SP FACULDADE DE DIREITO DE FRANCA – FDF Franca SP FACULDADE DE DIREITO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO - FDSBC São Bernardo do Campo SP FACULDADE DE DIREITO DE SOROCABA – FADI Unidade SEDE SP FACULDADE DE DIREITO PROFESSOR DAMÁSIO DE JESUS - FDDJ São Paulo SP FACULDADES INTEGRADAS ANTÔNIO EUFRÁSIO DE TOLEDO DE PRESIDENTE PRUDENTE Presidente Prudente SP PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS - PUC-CAMPINAS Campinas SP PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO - PUCSP São Paulo SP UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – USP Ribeirão Preto SP UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – USP Unidade - sede SP UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO - UNESP Franca SP UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE - MACKENZIE Consolação SP

TOCANTINS UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS Palmas TO

Comissão Especial para Elaboração do Selo OAB

Rodolfo Hans Geller (Presidente)

Ademar Pereira (Membro)

Álvaro Melo Filho (Membro)

Manoel Bonfim Furtado Correia (Membro)

Walter de Agra Júnior (Membro)

Daniel Klug Nogueira (Consultor Matemático)

PROFESSORA LANÇA LIVRO SOBRE A VILA DE SÃO JOSÉ DE MACAPÁ

Dia 08 de Dezembro ocorrerá no Centro de Cultura Franco Brasileiro às 19h o lançamento do livro da docente Verônica Xavier Luna, intitulado Entre o Porteaou e Volante: africacos redesenhando a vila são José de Macapá. A professora Verônica é docente da UNIFAP e faz parte do Colegiado de História, que convida a comunidade acadêmica para prestigiar o referido evento.

O trabalho tem como propósito pensar a dinâmica histórica da vila de São José de Macapá no sentido de entender em que circunstâncias os trabalhadores africanos chegaram a essa localidade e como passaram a compor o espaço social da vila São José de Macapá. Utilizando-se de um recorte temporal delimitado, 1840 a 1856, a autora indaga sobre as experiências africanas realizadas nesse espaço territorial. Desse modo, aprofunda o alargamento da formação social destes trabalhadores na vila de Macapá como sujeitos sociais co-responsáveis pela formação social e histórica em suas diferentes dimensões, e assim, colocam para o debate acadêmico a história da vila de Macapá.

COLÓQUIO SOBRE A BELLE ÈPOQUE

O professor Yurgel Caldas, da UNIFAP, esteve em Coimbra para participar do "Colóquio Internacional sobre a Belle Epoque Brasileira". Apresentou uma comunicação intitulada "Doce Decadência da cidade em Belém do Grão-Pará, de Dalcídio Jurandir", no dia 23/11, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. O evento foi muito interessante, tendo começado em Lisboa e continuado em Coimbra e no Porto, com encerramento na França. O anfiteatro estava lotado, com alunos da graduação e alguns da pós.
Participaram da mesa os professores Gilberto Araújo (UERJ), Maria Aparecida Ribeiro (FLUC - Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra), Lúcia Maria Paschoal Guimarães (UERJ) e Yurgel Caldas (UNIFAP).

MOÇAMBICANO CALANE DA SILVA VENCE PRÉMIO JOSÉ CRAVEIRINHA

Da bibliografia de Calane da Silva constam obras como "Lírica do Imponderável", "Xicandarinha na lenha do mundo", "Dos Meninos da Malanga", "Olhar Moçambique", entre outros.

Maputo - O escritor moçambicano Calane da Silva venceu o Prémio José Craveirinha, a maior distinção literária do país, que homenageia a sua carreira na literatura e no ensaio, foi anunciado nesta terça-feira (22).

O Prémio José Craveirinha, instituído pela Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), tem um valor pecuniário de 700 mil meticais, equivalente a cerca de 19.500 euros.

Da bibliografia de Calane da Silva constam obras como "Lírica do Imponderável", "Xicandarinha na lenha do mundo", "Dos Meninos da Malanga", "Olhar Moçambique", entre outros.

Ex-jornalista, docente universitário e antigo responsável pelo Centro Cultural do Brasil em Maputo, Calane da Silva, 66 anos, sucede a escritores como Mia Couto, João Paulo Borges Coelho, Paulina Chiziane e Ungulani Ba Ka Khosa (Fonte: Portugal Digital).

DALVA LIBERA R$ 400 MIL PARA AS COMUNIDADES QUILOMBOLAS

Já está na conta do Governo do Estado do Amapá o recurso de emenda parlamentar da coordenadora da Bancada Federal, Dalva Figueiredo (PT), no valor de R$400 mil que beneficiará comunidades quilombolas do Estado. Com o recurso, a Secretaria Extraordinária de Políticas para Afrodescendentes – SEAFRO promoverá atividades de capacitação através de cinco oficinas de fabricação de instrumentos de percussão, dança, canto e penteados para 36 comunidades.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Censo 2010: Mais da metade dos emigrantes amapaenses são mulheres

images Segundo os resultados do Censo Demográfico, 2.310 emigrantes amapaenses residiam em  outros países, sendo a maioria  mulheres (58,61%). O principal destino dos emigrantes foi a Guiana Francesa, 47,32%. Macapá era a principal origem dos emigrantes .

É a primeira vez que o IBGE investiga essa informação, que permite detectar a origem, o destino e o perfil etário e por sexo dos emigrantes.

O Censo 2010 detectou, ainda, que, embora muitos indicadores tenham melhorado em dez anos, as maiores desigualdades permanecem entre as áreas urbanas e rurais. O rendimento médio mensal das pessoas de 10 anos ou mais de idade, com rendimento, ficou em R$ 1.168. Na área rural, o valor representou pouco mais da metade (R$ 638) daquele da zona urbana (R$ 1.212). O rendimento das mulheres (R$ 1.048) alcançou cerca de 83% do valor dos homens (R$ 1.268), percentual que maior que a média nacional.

A taxa de analfabetismo, que foi de 8,4% para as pessoas de 15 anos ou mais de idade, caiu em relação a 2000 (12,1%). Entre as pessoas de 10 anos ou mais de idade sem rendimento ou com rendimento mensal domiciliar per capita de até ¼ do salário mínimo, a taxa de analfabetismo atingiu 13,1%, ao passo que na classe que vivia com 5 ou mais salários mínimos foi de apenas 0,6%.

Cerca de 158.749 amapaenses tinham alguma deficiência (visual, auditiva, motora, mental/intelectual), sendo que desses, 64,7% eram pessoas que apresentavam deficiência visual (de moderada a total).
Em 2010, viviam no Amapá 211.259 pessoas que tinham nascido em outro estado ou país. Sendo que 458.264 ou 68,4% eram naturais do Amapá.

241.328 pessoas viviam em união conjugal no Amapá, segundo o Censo 2010, dessas, a união consensual correspondia 63,6%. Apenas 17,1% eram casados (civil ou religioso).

95,9% das crianças de 7 a 14 anos frequentavam creche ou escola em 2010. Esse percentual era 93,4% em 2000.

Essas e outras informações estão nos resultados do Censo Demográfico nos links abaixo:

http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/default.shtm

http://www.ibge.gov.br/estadosat/temas.php?sigla=ap&tema=resultprelamostra_censo2010
Observação: alguns dados são do Universo e outros da Amostra.

Fonte: Unidade Estadual do IBGE no Amapá.
9117 6375 / 3082 2710

terça-feira, 15 de novembro de 2011

É BIG! É BIG! Sônia Canto

Há muito a dizer, sim, para esta mulher que me acompanha há um tempão. PARABÉNS, Sônia/Ainôs. De dentro e de fora pelo avesso e pelo espelho no horizonte. Reproduzo aqui, este texto que escrevi em sua homenagem.

 

CRÔNICA AMOROSA DA CASA DE PRAIA

Fernando Canto

Aquele feriado prolongado caiu como uma cerveja gelada num dia quente.

Iríamos novamente, eu e ela, para a nossa casa de praia curtir a um pouco de calma, já que os filhos e os netos resolveram conhecer outros lugares. A ausência deles doía, pois estávamos tão acostumados que era difícil acreditar que estivéssemos a sós. Vez por outra uma paisagem, uma ponte ou os animais que pastavam ao lado da estrada geravam uma lembrança e um comentário sobre eles. Então fizemos um “acordo” para evitar falar neles, algo meio difícil para nós, tão apegados aos netos.

Chegamos cedo. E após a festa do cachorro e as reclamações habituais do caseiro, fomos à praia, aonde encontramos velhos amigos, para contar novamente antigas e esquecidas piadas e para ouvir as mesmas risadas, agora mais discretas. Foi um dia bom, cheio de novidades positivas e felizes.

De manhã o sol bateu forte na vidraça da janela e se intensificou no quarto. Levantei e não a vi. Depois a encontrei no jardim cuidando das plantas, seu trabalho predileto em nossa casa. Ela estava de chapéu, botas e luvas, com aquelas pazinhas, garfinhos e tesouras alaranjadas, plantado, podando e trocando a terra de uns vasos. E dissecava palavras carinhosas sobre as plantinhas. E me explicava com paciência que a rosa vermelha estava produzindo poucas flores, que a rosa-rosa e a rosa branca precisavam de adubo, que as frutas do pomar estavam esturricadas devido ao calor e outras coisas mais. Falou-me que deveríamos dar mais valor às plantas mágicas da nossa região porque elas protegem a casa e as pessoas dos males dos homens e dos maus espíritos. E discorreu sobre as propriedades místicas do tambatajá, dos tajás rio negro, rio verde, boto e onça, de outros tantos e, principalmente, do comigo-ninguém-pode, que é uma espécie de aninga, explicava.

Não tive mais nenhuma dúvida. Peguei a camionete e fui comprar adubo e terra preta na vila. Ela aproveitou para adquirir novos pés de plantas, que eu até ignorava que existissem. Trabalhamos pesado o dia todo. Eu e o pobre do caseiro que sempre descuidava do jardim da patroa. Consertamos cercas, fizemos leiras, limpamos as varandas, a área de lazer e a piscina, colocamos os colchões de mola para desumidificar ao sol, consertamos móveis antigos e polimos a enorme e pesada mesa de mogno onde toda a família e os amigos se reuniam para almoçar. Depois de tudo limpo e no seu devido lugar fomos jantar. Então ela falou que tinha algo muito importante a me dizer. Enquanto eu imaginava o que fosse ficou no ar o cheiro encorpado de ovo frito quando ela o tirou da frigideira para me servir. O prato de porcelana inglesa - herança dos seus pais – era antigo como o sino da igrejinha da vila. Parecia um gigantesco tacho de comida aos meus olhos, tanta era a fome que eu sentia. Educadamente me contive até ela pôr o prato sobre a mesa. Percebi que no seu olhar sobre meus gestos havia admiração e certa censura. Aquilo foi me encabulando aos poucos, não consegui terminar de comer a omelete, que, aliás, era a única coisa que cozinhava bem. Ela percebeu e me disse: - Coma devagar. Não vou ficar aqui te olhando. E saiu da cozinha.

Na rede da varanda a gente olhava a lua imensurável aos nossos olhos, em silêncio. Até que ela falou: - Obrigada, amor, foi um dia puxado, mas recompensador. Lembra-se disto? Disse-me mostrando um anel de ouro e brilhante, envelhecido. - Encontrei-o ao trocar a terra de um vaso quando meditava sobre o que tem sido a minha vida ao seu lado. Eu agradecia a Deus por ela ser tão cheia de desafios, de vitórias e de superações e por ser prenhe de amor e de perdão, justamente quando arranquei um pé de quebra-pedra e esmaguei a terra de suas raízes. Eu estava sem as luvas de borracha, pois tem hora que elas incomodam, e de repente aquele anel sujo parecia querer se alojar novamente no meu dedo. Foi um dia feliz porque recuperei um objeto que faz parte da nossa história, meu anel de noivado, que você me deu e que eu havia perdido durante a construção desta casa, lembra? Ah, eu tinha chorado tanto e agora ele volta para o meu dedo assim... Tão simples.

Eu a deixei chorar de alegria, um aparente gesto de fragilidade no rosto de uma mulher tão forte e corajosa. Apesar de estarmos cansados, conversamos abraçados a noite inteira, falando da vida, das coisas que vão e que voltam mesmo quando nem imaginamos e, claro, dos netos e filhos, tão inteligentes e bonitos. Então o sol chegou como um imenso anel de brilhante para iluminar nossa história de amor e os sonhos que sonhamos para quem amamos, nos embalando na rede da varanda da nossa casa de praia.

Zunidor - Eventos Acadêmicos

 

Apontando para cima2º Congresso Amapaense de Iniciação Científica da UNIFAP, UEAP, IEPA e Embrapa-AP e 6ª Mostra de TCC’s e 2ª Exposição de Pesquisa Científica. De 22 a 25 de novembro de 2011. Inscrições no Departamento de Pesquisa da UNIFAP. Valor: R$ 5,00.

Apontando para cimaIV Ciclo de Defesa de TCC/UNIFAP do curso de Ciências Sociais. 29, 30 de novembro e 01 de dezembro de 20112, no auditório da reitoria.

Apontando para cimaDia 17 de novembro no Teatro das Bacabeiras ocorre a palestra “As bases neuropsicológicas da aprendizagem”, com o prof. dr. Geraldo Peçanha de Almeida. Contato: 9163-9932.

Apontando para cimaNos dias 01 e 02 de dezembro acontece o 3º Seminário sobre formação de professores: trabalho docente, educação superior e cultura digital, pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Informações: www.uftm.edu.br/seforprof .

Apontando para cimaEstão abertas as inscrições ao 4º Prêmio Instituto 3M para estudantes universitários, até 05 de dezembro/2011. Informações: facebook.com/Instituto3M .


 

Inderê! Volto zunindo na semana que vem.

Zunidor - Seminário Estadual sobre Plano Nacional de Educação (2010-2011)

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Data: 21 de nov 2011 ás 18:30
Local: Camara dos Vereadores del Macapa
Debatedores: Clécio Luis (Vereador e Suplente do Senador Randolfe Rodrigues)
Fernando Poeta (CSP Conlutas)
... Marinalva Oliveira (SINDUFAP/Seçao sindical do ANDES-SN)
Venham discutir o novo PNE!
Comitê Amapaense pelos 10% do PIB para a Educação Pública, Já!

Zunidor–J. Ney

j neyVai um Inderê para o radialista J. Ney, que sempre valoriza nos seus programas matinais a música popular produzida pelos amapaenses. Foto: Acervo Confraria Tucuju.

Zunidor–Bela Negra

No dia 19 de novembro será realizado no Centro de Cultura Negra, no Laguinho, o concurso “A Mais Bela Negra”, evento introduzido há alguns anos que já faz parte da programação da Semana de Consciência Negra, que começa no próximo fim-de-semana. É a valorização da beleza afrodescendente.

Zunidor–Pagode da Tia Biló

pagode tia biloA casa da Tia Biló agora tem pagode todo final de semana. O Laguinho é só samba, com a participação de muitos artistas e dançarinos eméritos do bairro.

Zunidor–Banho de Rio

01012008222No domingo fui visitar o terreno do advogado Roberval Lima no rio Matapi. Uma beleza de rio.

Zunidor–Juracy Siqueira e Walcyr Monteiro, em Macapá

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É incrível a semelhança física do Ceará da Cuíca com o Juracy Siqueira. Parecem gêmeos. A historiadora Decleoma Lobato acompanhou os escritores ao Araxá. Na foto com o cantor Manoel Sobral.

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No show da Élida, revi velhos amigos como os escritores Antonio Juracy Siqueira e Walcyr Monteiro, que conheço desde 1987, de Belém. Foi só um passo para o encontro no outro dia. O Mercado Central e o Norte das Águas foram o cenário desse bate-papo literário.

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No Mercado Central o filósofo e escritor Juracy Siqueira mostrou o talho que trabalhou quando açougueiro em Macapá, antes de ir definitivamente para Belém.

Zunidor – Élida

élidaO show de Élida Lima na casa de Chorinho do Ceará da Cuíca foi 10. Muita gente apareceu e a casa (Nem precisa dizer) estava “lotadona”. Participei do evento lendo a crônica “Nostalgia e Luz”. Alguns convidados não pareceram. Por que será?

Zunidor–Juliele

Juliele está ultimando a gravação do seu novo CD “Balé de Luz” no Rio de janeiro. O lançamento está previsto para antes do fim do ano em Macapá. Sucesso, minha amiga.

Zunidor–Quartas Pedagógicas

sarau unifap_alcinea_carla_munhozMuito legal as “Quartas Pedagógicas” da UNIFAP, organizadas pelo professor Adalberto Ribeiro. Na semana passada realizaram um sarau de poesia com a participação do grupo Boca da Noite, liderado pela poeta Alcinéa Cavalcante; Carla Nobre e mais dezenas de aficionados, entre os quais os professores Maneca e Antônio Munhoz Lopes . Muitos declamadores mostraram seus poemas. Ressalto a performance da bailarina Veg Andrade (Curso de Letras) que interpretou um solo sob a música “Lume” (Zé Miguel/Fernando Canto).

Zunidor–Jorginho do Império

jorginho1Dia 11 de dezembro tem show do Jorginho do Império (Serrano), que vem à Macapá para as comemorações de aniversário da Escola de Samba Maracatu da Favela. Vai ser na área do Macapá Hotel, na beira-rio, com muita feijoada, banho de piscina, samba e chuva. A informação foi passada pelo delegado Claudionor, um favelense de carteirinha. A coluna deseja sucesso aos organizadores.

Le Baume

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Desenho do cartunista Paulo Emman

La nuit tombait, ils arrivaient. Tous les jours ils venaient nous appliquer le baune pour soulager nos douleurs et nous réconfortaient avec des mots de tendresse et d’espoir. Ah, comme ils étaient gentils ces monsieurs-là. Les avaient une drôle de peau, un peau... or-violacée. Les dents blanches des sourires constrataient avec les tuniques bleu-turquoise faites en pure soie. Je me souviens que nous riions de la façon maladroite dont ils marchaient, puisqu’ils étaient chauves et ils mésuraient presque trois fois plus que plus haut habitant de notre village. Au début nous étions timides, mais, par la suite, nous nous sommes habitués à leur présences parce qu’ils nous donnaient de la protection, de la sécurité et de l’envie de vivre. Le soir, toujours le soir, ils entraient chez nous sans plus avoir beson de demander notre accord. Ils faisaient déjà partie de la famille, de la communauté. Ils ne partaient qu’au petit matin. La drougue qu’ils nous appliquaient quand nous nous couchions avant de dormir adouciçait le corps et l’âme. C’était une huile si douce et perfumée que nos rêves incohérents sont devenus linéaires et colorés. Nous nous réveilliions prêts au travail. Nous marchions des lieues dans la forêt à cueillir des noix et extraire l’huile de l’andiroba. Les dangers environants ne nous appeuraient plus. Nous sommes devenus des braves. À la fin de chaque journée nous leur donnions une partie de notre productions comme preuve de notre grande amitié. Ils riaient, contents.

Grâce à Benelil, le conseiller le plus ancien du village, les "Tuniques en Soie" se sont rapprochés de nous. Le vieillard nous a dit qu’ils allaient guérir nos maladies et soulagers nos fatigues si nous acceptions l’applicationdu baume sur nos corps, spécialement autour des yeux (depuis un certain temps plusieurs dentre nous ne distinguaient plus iles objects à une certaine distance, à cause de toutes nos maladie oculaires). Nous avons accepté sans hésitaion les mots du savant ainsi que leur présence parmi nous.

Benelil est devenu de plus en plus jeune. Sa peau ratatinée se dressait au fur et à mesure que le temps passait. Il est donc devenu très agile et montait si vite sur les arbres que nous étions impressionnés et, en plus il est devenu un excellent chasseur de jaguatirica. Très souvent il nous apportait des cuirs de mapinguaris et des belles plumes de matintapereras, chez nous utilisés comme des décorations.

Une de ces nuits-là, quand Benelil était déjà enfant et tous rajeunissaient rapidement, les hommes sont arrivés comme d'habitude, avec leurs sourires blanches comme s'il était un jour de fête. Ils ont sauté sur le hamac du bébé en sifflant une drôle de chanson, ils lui ont donné des jouets et titillé son ventre. Le petit Benelil a sourri, tout en montrant ses deux petites dents sur la gencive rougie. Si mignon, si gros qu'il était.

Jusqu'à ce moment-là nous étions vraiement heureux avec tout ce qui se passait, par la sim pie raison que, depuis une quarantaine d'années, il n'y avait plus d'enfant dans notre village. Nous étions une population de vieillards condamnés à l'oubli et à la disparition. Nous vivions isolés des autres villages puisque nous étions tous des albinos. On disait que nous avions un pacte avec le maudit, à cause du seul oeil que nous avons. tous, sans exception, au milieu du front. Depuis des décennies on nous a banit de plusieurs endroits. Nous avons ainsi fondé une communauté d'exclus qui se sont heureusement rencontrés en pleine forêt et nous avons commencé à produire et à échanger nos produits avec les revendeurs qui de temps en temps prenait la crique jusqu'à notre village. Au début on se couvrait pour ne pas appeurer Ia tripulation étrangêre. Par Ia suite ils se sont habitués.

Les vieux que nous étions sont devenus des jeunes pleins de vigueur. Mais notre production diminuait à mesure que nous rajeunissions. Ma femme Carela et moi, par exemple, nous restions toute la journée dans le hamac à faire l'amour plus de quinze fois par jour. Les autres sont devenus enfants et ne pouvaient plus avec le travail. Un beau jour, je cherchais de quoi manger et je me suis rendu compte de la grande difficulté de la communauté; personne ne savais plus pêcher, ni chasser, ni faire du commenrce. Ce jour-là j'ai refusé le baume. Les hommes ontété surpris et se sont fâchés avec moi. Ils sont partis. Quand ils sont revenus la nuit suivante, Cariela, cinq autres adotescents et moi, tous préoccupés avec la situation, avons exigé qu'ils nous rendent nos rides. Ce qu'ils n'ont pas accepté.

Dês ce jour-là ils nous regardaient sévêrement, les yeux étincellants. Plus nous demandions nos rides plus leur peau, d'antant si belle, s'écaillait. Je me suis aussi rendu compte qu'il diminuaient progressivement de taille quand l'ambiance était éclairée par le feu de nos veilleuses. Ils devenait blêmes et laids davantage et leur peau muait comme celle des serpents. Le soir ou le petit Benelil est mort rendu un phoetus à grosse tête et transparent, le hommes, totalement écaillés et dêjà beaucoup moins grands, nous ont proposé de nous rendre nos rides en échange de 75% de notre production d'huile d'andiroba et le même pourcentage des noix de toute nos cueilliettes. Nous avons tout de suite accepté, désireux de revenir le plus vite possible à la normalité.

Nous avons travaillé pendant des années, selon nos capacités. Nous étions exploités, il est vrai, mais à mesure que nous buvions le thé d'herbes qu'ils nous ont appris à préparer, les rides revenaient à nos corps et autour de nos yeux. Nos cheveux blondis blanchissaient. Nous arrivions même à rire puisque le bonheur dont nous rêvions était celui de vieillir jusqu'à mourir. Benelil a été le seul à atteindre un âge três avancé et revenir dans le temps jusqu'á mourir phoetus, presque comme il était néé.

Pendant que nous cueuillions les noix et préparions I'huile ils travaillaient. IIs ont ouvert une clairiêre dans Ia forêt, ils ont fait un immense vase en terre cuite avec d'étranges inscriptions en bas-relief, ils ont construit des échelles et gardé leu r partie de Ia production dans de gros barris faits avec des troncs de châtaignier. Ces hommes-Ià gardaient toujours Ia peau laide et écaillée ainsi que les yeux étincellants dans le noir. 11est vrai qu'ils ont maigri avec les constants changements de peau, mais ils sont revenus à leur taille naturelle. Des fois on pouvait les voir quand le soleil se levait plus tôt ,en été.

La perte de la verve qui nous avait tant fascinnée à leur arrivée empéchait tout essai de dialogue entre nous. I1n'y avait pas de haine de notre part, ni d'ambiance pour reprendre notre vieille amitié. Chacun restait dans son coin. Nous avec le jour et eux avec la nuit. Nous les voyions de loin, dês que le jour tombait. Dans le penombre. Leurs grandes silhouettes, légêrement courbées, suggéraient, par leurs mouvements une certaine fatigue. Nous sentions, pourtant, qu'ils préparaient leur départ. D'ailleurs cela s'est passé cette nuit même.

Nous avons eu du mal à entendre leurs faibles voix venant de la clarière. IIs avaient déjà renversé les barris d'huile et le lait des noix dans le vase. Ils montaient les échelles un par un et plongeaient dans le liquide huileux. Le dernier, naguère le plus sourriant, nous a regardé, les yeux soupliants et nous a demandé, à Carela et moi, d'allumer le grand feu de clarière qu'ils avaient préparé sous le récipient et de le garder pendant trois jours et trois nuits. Avant qu'il ne plonge dans le vase j'ai vu ses yeux s'éteindre. Le parfum du baume a envahi la forêt jusqu'à la totale extinction du feu.

Auteur: Fernando Canto

Sociologue, folkloriste, musicien et écrivain, a publié plusieurs livres de contes, des recueils de poèmes et des études sur le folklore amazonien. I1est un des leaders, depuis plus de vingt ans, du Groupe de musique Pilão et un des piliers de la culture de l'Amapa.


Le Baume, la moderne légende amazonienne

Dès premier moment qe j’ai lu le conte LE BAUME de Fernando Canto, je me suis rendu compte qu’il s’agissait d’un texte – ou moins – d’une révolutionnaire valeur esthétique. Plus tard le conte est passé par des coupures et des ajouts oppurtuns et nécessaires, ce qui a contribué à faire du BAUME un conte encore plus dense et parfait,ce qui lui a valu le premier pxix du I Concours de Contes des Universités du Nord – organisé par L´Université du Para.

Le genial conte de Fernando Canto dit plus dans ses entrelignes que dans ses lignes. Il invente des formes symboliques de représentation du réel et dans la tessiture d’une histoire avec sa compléxité, avec son optique propre l’auter crée un jeu à assemblage, un puzzle, où prévaut l’élément fantastique amazonien ; notre raison onirique, ce magique réaliste typique de nos plaines qui conserve très peu de la proposition de Gabriel Garcia Marques.

En lisant LE BAUME le lecteur ne trouve pas de préssuposés ni de la cohérence. Quand elle y est, ce n’est qu’un faible lien qui nous remet toujours à des origines déconnéctées, pourtant extrèment légendaires. Fernando Canto fragmente le temps et l’assujetit au texte ; il manipule les vies de ces bizares gens fantastique héréditarité où l’environnement el l’odre spartial. L’écoulement du temps dans le texte est condénse et rien n’appairaît comme une appendice, un ornement ; pour Fernando Canto les mots sont des signes avec des représentaions précises comme les engrenages d’une hologes.

Le conte LE BAUME nous renvoit à des éléments constitutifs d’une Amazonie fauve et de caractère magique, et je ne crains pas à la classer comme la dernière légende amazonienne. Remarquons l’extrait suivant : "La nuit tombait, ils arrivaient. Tous les jours ils venaint nous appliquer le baume pour soulager nos douleurs et nous réconfortaient avec mots de tendresse et d’espoir (...) au début nous étions timides, mais, par la suite, nous nous sommes habitués à leur présence parcequ’ils nous dounnaient de la protection, de la sécurité et de l’envie de vivre. Le soir, tourjours le soir, ils entraient chez nous sans plus avoir besoin de demander notre accord".

Ici je découvre le regard lanomami à dévoiler le monde, à découvrir les chimères et Fernando Canto recreé la narrativité de la légende et, en quelques pages, il ne présente pas la description marquée par la tradition populaire, mais il met en évidence l’aspect merveilleux de la déformation légendaire, où regne abolue la narrativité poétique et où prévaut l’imagination dans son vol le plus sublime.

LE BAUME est la moderne légende amazonienne à l’époque de l’homosapiens dans les sens qu’elle constitue une réaction aux paramètres littéraires habituels et elle assume une écriture révolutinnaire, non paroissial, principalement quand elle fragmente le temps, redimensionne les schémas spatiaux et temporels. Le méthode de la concision, de la permanente relation entre le réel et l’imaginaire. Le conte de Fernando Canto est ainsi le produit de l’intersection de ces deux plans, dans un processus métaphorique qui l’a mis en relief parmi les autres écrivains du concours et le consagre dans la littérature nationale.

Ronaldo Bandeira, est journaliste et écrivain


Traduction: Álvaro Faleiros Revue anuelle (français-portugais) d’Art et de Littèrature TRANSES, nº 1, 2000/2001. Publication de l’Association MITARAKA, Cayenne, Guyane Française.

« Dans son numéro d’ouverture, la revue TRANSES publie le conte « Le baume » de Fernando Canto, un des plus représentatifs et importats auteurs contemporains du nord du Brésil. Dans le conte, l’auteur, partant de la logique mytique des indiens de l’Amazonie, crée um univers où le magique organise naturellement le fontctionnement de la vie » ( La rédaction).

SARAU DA CONFRARIA

DSC02077Agradeço de coração à Confraria Tucuju pela homenagem a mim concedida em relação a minha obra literária. Vários declamadores estiveram presentes suprindo esta deficiência de um autor que nem sabe declamar seus próprios versos. À Telma Costa e ao Zezinho Duarte a minha gratidão pelo reconhecimento vindo em dose dupla: O show do Grupo Pilão foi um sucesso. Ninguém arredou o pé do Largo dos Inocentes. Todo mundo esperou até o final, já por volta de meia-noite.

Vai agradecimento também ao meu parceirinho Osmar Júnior, que tocou quatro músicas nossas bem conhecidas do público. À cantora Brenda Melo pelo show belíssimo que antecedeu a apresentação do Pilão. Aos artesãos e artistas que expuseram seus produtos e telas.

Em especial agradeço aos meus companheiros de Grupo Pilão; Orivaldo Souza, Juvenal Canto, Bi Trindade, Eduardo Canto e Leonardo Trindade que estão juntos comigo nessa luta para divulgar e valorizar a nossa música há 36 anos. A eles a minha admiração. A minha esposa Sônia Canto vai mais que um Inderê: vai o carinho e a gratidão pela força e profissionalização de sempre na produção e organização do repertório e detalhes técnicos dos nossos shows. OBRIGADO, Tucujus.


Cenas do Sarau da Confraria

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Brenda Melo que me presenteou com a belíssima interpretação de “Amor de Boêmio”, de minha autoria e de meu parceiro Nivito Guedes.

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Osmar Júnior que relembrou nossas composições.

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Grupo Pilão acompanhado pelos músicos Alan Gomes (Contrabaixo e Direção Musical), Marcelo (sopros) e Hian Moreira (Bateria).

NOSTALGIA E LUZ

cutiteiro da casa do fernandoCrônica de Fernando Canto

Hoje de manhã me vi subitamente abatido por um ataque de nostalgia. No meu caminho para o trabalho observei um homem ateando fogo no lixo. Tinha uma vassoura nas mãos e cuidava com atenção para que as chamas não se espalhassem sobre a calçada. Aquele ato, pensei, era um resquício da herança cultural indígena tão presente em nossa vida cotidiana.

De repente me veio a lembrança do tempo que Macapá caminhava lenta, em sua vivência pacata sob o sol do equador, quando vizinhos se respeitavam e eram amigos; quando cada um sabia das necessidades do outro e ninguém hesitava em pedir uma xícara de óleo, um pouquinho de farinha, um teco de colorau, de pó de café ou de pimenta-do-reino, ou quando trocavam gentilmente deliciosos pratos de comida, feita com abundância para a família. Lembro que às vezes, pela manhã, minha mãe varria as folhas do cutiteiro que sombreava a frente de nossa casa e fazia a sua fogueira no lixo amontoado. Ele também era o alvo dos moleques da baixada que quebravam nossas telhas com as tentativas de apanharem os frutos jogando pedras e paus na árvore. A pequena fogueira fazia pouca fumaça, mas ia se juntando com a fumaça da vizinha e da outra vizinha e da outra vizinha. E ninguém se incomodava porque a fumaça era fugaz, se dispersava com o vento vindo das marés do Amazonas, lá adiante.

À noite trafegava em sua beleza estelar na escuridão. Crianças brincavam de roda à boca da noite e adolescentes gastavam suas energias na brincadeira de “pira” ou de “bandeirinha”, sob a luz da lua ou das lâmpadas pálidas dos postes da CEA. E, quando a luz se apagava, íamos até mesmo ouvir dos mais velhos as histórias de assombração, pregar peças de visagens aos poucos passantes da noite ou observar os satélites que cruzavam os céus do equador entre as estrelas.

Naquele tempo meu pai deixava aberta a porta de casa para que eu e meus irmãos não incomodássemos seu sono, certo de que ninguém ousaria abri-la para roubar. Era um tempo em que bastava a presença de um cãozinho para o possível gatuno se escafeder. E até as criações de galinhas e patos não eram protegidas da ousadia das “mucuras velhas” de plantão, que roubavam os animais para fazer tira-gosto de suas bebedeiras noturnas. Ah! E como eles sabiam fazer isso. Há casos em que roubavam a própria casa. Os quintais não tinham cerca, tinham caminhos de atalhos, tinham campinhos, leiras de verduras e árvores frutíferas. As ruas eram tão nossas que ao fim da tarde viravam campos de futebol, em jogos que só terminavam ao anoitecer. Cada um respeitava seu cada qual: o dono da bola podia ser ruim no jogo, mas era o dono, e pronto. Ninguém furtava a merenda do colega nem caderno nem brinquedo. Ainda que eu não queira culpá-la, mas depois que a televisão chegou nada mais foi igual. A molecada ia assistir a programação na casa do seu João de Deus onde havia o único aparelho de TV no bairro. Seu João colocava um vidro azul no vídeo para que as cenas das novelas “Meu Pedacinho de Chão” e “Vejo a Lua no Céu” parecessem mais coloridas. Doce ilusão! E dava o exemplo de patriotismo acompanhando em pé com a mão no peito o Hino Nacional, no fechamento da programação, por volta de meia-noite. O sagrado jantar familiar ficou mais apressado porque a novela ia começar e todos iam para a sala assistir aos folhetins de Janete Clair.

Mas ainda que brote da minha memória, eu não vejo com saudade essas lembranças. A saudade é mais profunda, é mais poética e mais densa que a nostalgia, que é uma palavra originária do grego e significa “regressar”, “voltar para casa”. E nesse regresso emocional, observo que as pessoas quase já não varrem as folhas que caem das árvores na frente de suas casas, nem fazem mais fogueira com medo de denúncias de vizinhos aos órgãos ambientais e por acharem que é um trabalho exclusivo dos garis da Prefeitura. E assim, as fumaças que eram como bandeiras ou cantos de galos se espalhando, já não enfeitam mais as manhãs ensolaradas da minha cidade. A solidariedade dos vizinhos foi substituída pela individualidade de cada morador aprisionado em suas portas e muros gradeados, pelo medo tácito da violência urbana. As pedras jogadas nas mangueiras e cutiteiros se transformaram em duras palavras atiradas até em quem não tem telhado de vidro. A energia vital dos adolescentes é gasta nas baladas, quando longe dos pais, muitos enveredam pelos caminhos das drogas. As antigas histórias de assombração agora são contadas pelo Rádio e pela TV nos noticiários da violência no trânsito, brigas de gangues e mortes cruéis por motivos fúteis. O olhar real da juventude que acompanhava o curso dos satélites no céu escuro da noite tornou-se um virtual olhar, onde o romantismo de outrora foi trocado pela racionalidade dos programas dos computadores e celulares on line na Internet e pela comunicação ingênua das redes sociais.

Ah, os ladrões... Desde que mundo é mundo temos ladrões, prostitutas e assassinos e os seus trabalhos diferenciados sob a Lei, porque não há sociedade sem crime, ainda que teimemos em construir nossa utopia. Os ladrões de um passado (nem tão longe assim) eram de patos e galinhas, que ao menos não sujavam o nome de nossa terra e nem nos envergonhavam nacionalmente com negociatas políticas e atos de corrupção explícita. Nem se comparam com muitos da atualidade que usam a pele de cordeiro para, como lobos ferozes, roubar o dinheiro público, enriquecer às custas do povo e trair cinicamente os que neles confiaram pelo voto. Naquele tempo as cercas inexistentes nos quintais davam a todos a liberdade de fazer seus próprios caminhos, de realizar seus atalhos e se apressar para a vida que viçava lá fora, principalmente pelo caminho da educação, pulsante nas escolas públicas, onde os professores eram mais que isso: eram educadores e amigos. Ensinavam também, como no ato do seu João de Deus em frente à TV ouvindo o hino nacional, a respeitar os valores da Pátria, apesar da era de obscurantismo da ditadura militar.

Hoje olhamos para os costumes sociais e familiares em mudança e nos molhamos de nostalgia. Tudo mudou com os avanços tecnológicos, que tanto facilitam a nossa vida. E tudo começou com a televisão, essa invenção incrível, pois quando a luz apagava na hora de um programa ninguém mais conversava. A família ia para o pátio da casa olhar a rua espelhada de chuva, e uns se perguntavam aos outros: será que foi geral? Será que ela vai voltar? Já pensou? Ficar sem TV o resto da noite... Afirmo, pois, com certa tristeza que foi aí que começou a morte do diálogo familiar.

E as ruas? Ora as ruas. Ruas de tempos abençoados que não testemunharam atropelamentos fatídicos, apenas quedas de bicicleta ou boladas na cara de algum passante desatento. Ruas da minha cidade transformada, ruas que hoje absorvem o sangue dos mortos diariamente em cada esquina, ruas não mais tangidas pelos protestos do povo inconformado, ruas esburacadas pela angústia no rosto da juventude sem emprego, ruas que se tornam rios de chuva e trazem doenças inevitáveis, ruas que lêem os passos cansados dos que tem pouca mobilidade física, ruas escuras, ruas das violências noturnas, ruas dos loucos, dos bêbados, das putas, dos travestis e dos moralistas de plantão. Mas elas são também as ruas dos sonhadores como nós, que tentamos enfeitar a madrugada e trazer a música e o sol no cavalo alado da nostalgia, para iluminar um mundo futuro ausente de dor e de vergonha, mas cheio de luz e de perdão.

Macapá, 11 de novembro de 2011

Foto: Acervo pessoal. Cutiteiro que ficava em frente à minha casa na Rua General Osório.

O TAJÁ ONÇA

tamba-tajaConto de Moraes Rêgo (*)

Santa era gorda e bonachona. Ridículo era o apelido que carregava por toda a vida: Santinha. Que funcionou enquanto era jovem e delgada. Mas agora até parecia gozação. À medida que Santinha pegava corpo engordando, Januário, seu marido, ia definhando. Emagrecendo. Diziam as más línguas que ela sugava toda a sua energia. Vampirizava-o do emagrecimento excessivo à fraqueza total. Januário acabou por chegar no seu triste fim: a morte. Quando ainda locomover-se com desenvoltura, Januário, que parecia gostar muito de Santinha, deu-lhe um presente que a fez bem feliz: um tajá, para enriquecer a sua já sortida coleção de tinhorões. É bem verdade que Santinha apreciava as plantas em geral. Mas os tajãs eram os seus favoritos entre todos os vegetais. Com o presente de Januário, um tajá onça, verde pintalgado de manchas claras, a coleção de Santinha parecia ter ficado completa. Ali se encontrava o rio-negro, o rio-branco, o cala-boca, o caboco, o mão aberta (do macho e da fêmea), o pena, o sol e o guardará, que uma vizinha implicante insistia em chamar de um raio-de-sol, o tamba-tajá, o “minha” (como Santinha denominava pudicamente o tajá que a cabocada da região chamava de tajá-buceta), o boto, o cachorrinho e o veadinho. Enfim, toda a variedade de tajás conhecidos. De todos ela gostava. Mas os seus favoritos pareciam ser rio-branco e o rio-negro. Plantados respectivamente da casa e no fundo do quintal. Para a proteção. Já que foram devidamente curados. Acontece que, após morte de Januário, a gorda viúva pareceu transferir para o tajá presenteado pelo finado toda a afeição a ele dedicada. Plantou-o na frente do seu terreno. E passou a dar-lhe, com periodicidade, águas de carne. Naquele trecho do Tocantins, corria uma lenda que o tajá onça, sob certas condições, podia transformar-se no felino homônimo. Por isso, os seus vizinhos sempre a preveniam. Quando a viam no seu ritual de regar com água de carne. “Cuidado, dona Santinha! Que ele pode virar a danada!” aliás, na história do povoado, já havia notícia do aparecimento, ali mesmo na beira do rio, de uma ou outra onça. Foragida e acuada por caçadores do centro. Ou esfomeada. À cata de xerimbabos. Um dia, Santinha sumiu. O seu paradeiro ninguém sabia explicar. Ninguém viu sair. Seu corpo não foi encontrado nem nas capoeiras circunvizinhas. Nem na roça. Nem no fundo do rio. Mas havia um trajeto de sangue, que ia justamente da janela do quarto de Santinha, até a touceira do tajá malsinado. O que fez sua vizinha Feliciana concluísse: - “Num disse? Ele virou onça e comeu ela!”, O que provocou a exclamação do Maneco, o gozador vizinho da direita: - “ ÊTA! Tajá porrudo!”, imaginando como imensa mulher poderia ter sido engolida pela minúscula planta!


rego(*) JOSÉ DE MORAES REGO

Artista plástico, professor universitário (UFPA), médico. Fez seus primeiros comentários de Arte em artigos publicados em “A Província do Pará” e “A Folha do Norte”, em 1958. Autor de “pajelança da Vigia”, que mereceu Menção Honrosa no I Concurso de Folclore Amazônico da Academia Paraense de Letras, publicado pelo Governo do estado do Pará, como parte integrante das solenidades comemorativas da Adesão do Pará à Independência (Imprensa Oficial do Estado do Pará – 1973), do ensaio científico “Interpretação de Achados Retoscópios nas Hemorróidas” (Edição do autor – 1974), de “Litolatria –culto das pedras no Estado do Pará”, agraciado com a 1ª Menção Honrosa do 30º Concurso Mario de Andrade da Prefeitura do Município de São Paulo (SP) (Edição do autor-1983) e de “40 Anos de Arte” (Edição do autor – 1986), publicado em comemoração aos seus 40 anos de atividade artística. Autor de cerca de duas dezenas de ensaios científicos, área da Medicina, e de outros, de natureza folclórica, dentre os cais se destacam “O Homem de Murini e sua Medicina Caseira” (Revista da UFPa Belém 1972), “Contribuição aos estudos das Lendas Aquáticas Amazônica”(“O Liberal”, Belém,1975) “Influência Afro-Umbandista Paraenses” (“O Liberal”, Belém,1979), além de mais de trezentos títulos, publicados até o presente, em periódicos locais ( A Província do Pará, O Liberal, o Estado do Pará, etc.) entre ensaios, crônicas e contos, muitas vezes de temática amazônicas, apresentam, quase sempre, um caráter fantástico, transcendental. A seu respeito foi dito: “... é, sem dúvida, um dos nomes de intelectuais de sua geração, que assinam permanência na história da cultural desta terra... “(Ápio Campos). É membro da Associação Paraense de Escritores (A.P.E.), e colaborador da seção de literatura de “A Província do Pará”.

Foto do Tamba-tajá disponível em: http://folhadeorixa.blogspot.com

A POESIA DE ÁLVARO FALEIROS (*)

  hoje não sairemos tarde

automóveis batem no vidro

e nas grades do centro dos edifícios

difícil será romper o asfalto

teremos contudo ainda

segundos de elevador

onze choros piso a piso

o pavor se cai a ligação das redes

mas não desanime

azulejos não esfriam

dentro dos chuveiros


um primeiro espasmo pelas escamas das águas sei dos sopros nos olhos já sem as dores do mundo devorado dos timbres do medo e posso a luz de um mar sem grades / / no berço le parc / revoada no pulso da lâmina ou no ringue ou no chão enviesado de lentes rindo segredos de jardim / jatos de peixe prata feixes de ameba no metal e digo sempre explosão e contra no fogo e mais a cada hora ainda


ave eva

ave ave eva

nave mãe que me navega

nessa indomável cruzada

que se faz do nada ao nada

onde tudo desfeito se reagrega

assim eu satélite ou astro

em ti refeito e semeado

caminho contigo lado a lado

às vezes tímido às vezes vasto

ante a luz que emana ou se reflete

ave mãe leio em teus lábios

um rumo certo para minha era

e se teu leite alimenta a terra

é porque emanas o gesto sábio

de saber-nos todos no mesmo barco

por isso o arco da trajetória

que desenho hoje livre em asa

guarda em si o germe da nossa casa

sem que me pese a âncora da história

pois mãe és pássaro em minha hora

e se agora beijo a tua herança

com a boca em fruto e a mão em verso

é porque te amo intenso e terno

e amo em ti tua eterna esperança

que faz mais bela a nossa dança

soltos neste espaço que nos cerca


hai ku !

se abashô demais

um vento no bambuzal

frio no lago azul


(*) FALEIROS, ÁLVARO

alvaro_faleiros– nasceu no Chile em 1972, e passou a adolescência em Brasília (1984-1990), voltando à cidade de 2000 a 2002 , quando se mudou para São Paulo e doutorou-se em Língua e Literatura Francesa, na USP (2003 ). É professor da Universidade de Brasília (UnB) desde 2004. Como tradutor publicou, entre outros: Latitudes: 9 Poetas do Québec (Noroît/Nankin, 2003 ); O Bestiário, de Guillaume Apollinaire (Iluminuras, 1995 ); Descabelados, de Yosano Akiko (Ed. UnB , 2007), com Donatela Natili; e Caligramas, de (Iluminuras, 1995 ); Descabelados, de Yosano Akiko (Ed. UnB , 2007), com Donatela Natili; e Caligramas, de Guillaume Apollinaire (Ateliê, 2008). Publicou os seguintes livros de poemas: Coágulos (Iluminuras, 1995); Amapeando (Nankin, 1997); Transes (França, 2000), O Retirante que Virou Presidente (Cordel, 2002 ); O Auto do Boi d’Água (cordel, 2003 ) ; e Meio Mundo (Ateliê, 2007) . Como compositor, lançou o CD Água Minha (2003).

http://www.slideshare.net/bnb_brasilia/antologia-salomao-presentation

UM CONTO DE LULIH ROJANSKI (*)

Lulih RojanskyMANUSCRITOS PARA LAURA

No sonho, eu beijava a boca carnuda de Laura. Beijava-a depois de conferir, pelos olhos escuros sob as sobrancelhas bastas, que era mesmo ela. Meus dedos se entranhavam em seus cabelos, percorrendo a circunferência de sua cabeça, e ao mesmo tempo em que a beijava, sentia-lhe o perfume natural do corpo, mesclado a outro cheiro que poucas vezes senti durante toda a vida, e ainda assim, apenas em sonho. Era um cheiro de amor. Ao acordar, o cheiro havia se exaurido, mas a sensação dos lábios de Laura ainda ficou nos meus.

São cinco horas da tarde e recordo o sonho, olhos fechados, recostado na cadeira do escritório, quando Laura entra, sem bater na porta, a mão espalmada impondo os cinco dedos em riste: D. Pedro I teve cinco amantes! Cinco amantes de uma vez só! Peço-lhe que se sente, confuso com a informação repentina. Ela procura obsessiva o isqueiro dentro da bolsa, rosnando um palavrão com o cigarro preso entre os lábios. Anda até a janela, descerra abruptamente as cortinas e encontra finalmente o isqueiro na bolsa iluminada pela luz da tarde. Também da bolsa arranca uma folha de papel amarrotada. Acende o cigarro, me olhando com firmeza, dá uma profunda tragada e depois liberta a fumaça devagar, enquanto se senta na cadeira em frente a minha. Eu sei quando você está mentindo. Eu sempre sei, diz, e embola na mão nervosa a folha de papel, antes de arremessá-la ao cesto de lixo. A bolinha de papel bate na borda do cesto e rola pelo chão, indo encostar-se ao rodapé, abaixo da janela. Laura... balbucio, e ela não permite que eu continue. Levanta-se com violência e sai, batendo a porta, deixando na sala a fragrância que sinto em sonho, misturada ao cheiro de cigarro.

Nos últimos meses, adquiri o hábito de não voltar para casa ao final do expediente, embora na maioria das vezes, ao voltar, precise enfrentar os acessos de fúria de Laura. Às vezes permaneço além do horário rabiscando versos nos papéis destinados a rascunho. Na gaveta amontoam-se folhas com dois ou três parágrafos de contos que provavelmente nunca chegarei a terminar.

Vou até a janela, olho para baixo pela vidraça maculada de impressões digitais, e vejo Laura do outro lado da rua, fumando, recostada sob uma marquise para proteger-se da chuva fiel ao entardecer desta cidade. Assim distante, ela já não me parece tão abalada. O vento lhe agita os cabelos e a chuva lhe respinga a blusa de seda, e imagino que a seda azul e translúcida se cole aos seus seios.

Laura continua bela, a despeito do tempo que lhe conferiu uma austeridade de mulher madura. Dois sulcos indeléveis entre as sobrancelhas hoje definem seu imprevisível humor, mas as formas do corpo são as mesmas de quando a conheci. Com a blusa azul e diáfana, veste um jeans que lhe define a forma harmoniosa das nádegas e coxas...

Atira numa poça d´água o resto do cigarro e ajeita ligeiramente os cabelos. Observa os transeuntes com guarda-chuvas que trafegam diante do prédio. Um homem passa, lhe oferecendo um folheto, e ela lhe dirige um olhar de recusa. Se ele insistir, ela provavelmente lhe fará um gesto obsceno. Ele vai embora, e ela abre a bolsa para apanhar outro cigarro.

Conheci Laura num dia como este, sob um dos aguaceiros de abril. Ela saía com duas amigas de uma loja de discos e segurava nas mãos, entre gestos agitados, risos efêmeros e frases desencontradas, um disco de Bob Dylan. Eu, que saía de uma livraria ao lado, trazia com única companhia um livro de Graciliano Ramos, e lhes ofereci carona para onde quer que fossem. Somente Laura aceitou, despedindo-se das amigas com uma irônica bolinha de chiclete. Chovia ruidosamente sobre o carro e Laura ria sem compostura dos pedestres que se encharcavam na enxurrada. Desde então, sua personalidade caprichosa me impuseram regras que não serviram para mais do que me estorvar a liberdade, tornar-me solitário e sem sonhos aquém do sono, envelhecido antes da hora. Tenho hoje como companhia, meu amor por Laura e meus manuscritos engavetados sobre o tema obsessivo da solidão.

Por muitas vezes, seus ciúmes destruíram os objetos mais caros da casa, rasgaram lençóis e quebraram louças, enquanto eu me refugiava nas madrugadas na rua, para retornar na manhã seguinte, rogando-lhe perdão pelas infidelidades que nunca havia cometido.

Ainda amo Laura, a despeito da intranquilidade que me causam os seus acessos de fúria, sua insegurança, seus caprichos, o modo amargo de me tratar, a despeito do fardo da solidão.

Aos meus pés, sob a janela, a folha de papel embolada. Abaixo-me para apanhá-la, curioso com o conteúdo. É um dos meus contos. Uma história de amor inacabada.

Laura ainda está sob a marquise e a chuva abrandou-se. Aproxima-se um homem de certa elegância, para diante dela e com um galanteio lhe aponta o carro. Ela hesita um instante, olha para cima e me surpreende na janela, a observá-la. Então joga fora o cigarro, e com a mesma ironia da bolinha de chiclete de tantos anos atrás, enlaça o braço que o sujeito lhe oferece, acena-me agitando infantilmente os dedos e entra no carro.


Conto escrito em 1997 e publicado no mesmo ano no jornal “Amapá Literário”

(*) LULIH ROJANSKI nasceu no Paraná, mas mora no Amapá há 25 anos. (“Portanto, já sou daqui”, diz ela.). É escritora, com publicações como “Lugar da Chuva” e “Abilash”, além da participação em oito coletâneas de contos e mais dois livros em parceria com outro autor: “Banco dos Sonhos” e “Castanheiros do Amapá”. É formada em Letras – professora de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira.

Foto capturada do facebook de Lulih.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

ZUNIDOR - Grupo Pilão e Brenda Melo, no Largo dos Inocentes

Não perca nesta sexta-feira o show do Grupo Pilão no Largo dos Inocentes, depois do Sarau de Poesia da Confraria Tucuju que vai homenagear este escriba. Haverá também o show da Brenda Melo, a nova revelação da MPA, e exposições de Coisas da Tica e artesanato, além outras coisas. Vá lá. Prestigie a moçada da cultura.
Inderê! Volto zunindo na semana que vem.

ZUNIDOR - Nonato Leal

Muito gostoso é ouvir o CD “Coração Popular” do violonista Nonato Leal, com arranjos do maestro Manoel Cordeiro. Diga-se, brother, que não existe mais esse CD na Praça. Só pirata.

ZUNIDOR - Odilardo Lima

Quem faz aniversário neste dia 04 de novembro, mas nunca mais deu as caras em Macapá foi o poeta laguinense e delegado Odilardo Gonçalves Lima, que agora mora em Goiânia.

ZUNIDOR - Isnard Lima

O poeta Isnard Brandão de Lima Filho faria 70 anos neste dia 1° de novembro. Deixou muitos poemas e muitas saudades aos seus amigos. Viva o Isnard e seu “Rosas Para a Madrugada”.

ZUNIDOR - Guilherme Arantes

O cantor Guilherme Arantes se apresenta novamente para o público amapaense, nesta sexta, no Biroska. Da última que se apresentou foi em Santana, quando choveu torrencialmente e o toldo do palanque desabou sobre ele. Profissional que é, o cantor nem se abalou e continuou cantando uma música sua que fala em Chuva.

ZUNIDOR -Maneca e Manga

Manga, famoso desportista do bairro do Trem, fala do carnaval antigo de Macapá para o professor Maneca, preso à Praça da Conceição.

ZUNIDOR - Dia do Servidor Público



Estranho, mas o dia do Funcionário Público foi muito festejado na UNIFAP. Depois de uma greve de três meses sem nenhum resultado positivo para os servidores das Universidades Federais, festejar o quê?

Zunidor - Flamengo

Pô, Fla, assim eu não aguento, caramba!

Zunidor - Yurgel Caldas

O professor doutor Yurgel Pantoja Caldas, da Universidade Federal do Amapá - UNIFAP, que ora se encontra cursando o seu pós-doutorado na Universidade de Lisboa, apresentou no dia 27 de outubro na Universidade de Évora a comunicação “O Mito do Heroi Épico Os Brasileidas, de Carlos Alberto Nunes. A apresentação fez parte do Colóquio Internacional Mito e História, dessa universidade portuguesa.