quarta-feira, 31 de março de 2010

CICLO DO MARABAIXO

tela_tom_cd D. Venina Trindade eternizada em tela de Tom D.C. (1,20x1,00). Acervo: Fernando Canto

Começa no domingo que vem as festividades do Divino Espírito Santo e da Santíssima Trindade. No Laguinho e na Favela. Eta Batuque bom! E haja gengibirra. Vamos lá.

É BIG! É BIG!

olivar_cunha Hoje o pintor Olivar Cunha fez mais um ano de vida. Residente atualmente em Vitória-ES, ele também trabalha com restauração de imagens sacras.

Parabéns ao meu amigo O. Cunha. Que venha logo expor seus trabalhos aqui em Macapá.

Na foto, Olivar quando de sua visita a Macapá em 2009.

OBRIGADO

Obrigado queridos amigos pela presença. Obrigado pela grande festa de lançamento do livro Adoradores do Sol – Novo Textuário do Meio do Mundo, que aconteceu no Monumento Marco Zero do Equador.

Vejam algumas cenas captadas pelas lentes de Sônia, a quem agradeço a organização do evento.

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Aninha e família

Chikahito e Prof. Tostes

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Amadeu Cavalcante e Fernando

Hélida, Jara Dias e Tica Lemos

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Heraldo Almeida e Fernando

Janaina, Ceará da Cuíca e Mirian
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João Henrique e Fernando

Juliele e Joãozinho Gomes

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Maestro Manoel Cordeiro e Juliele

Lulih Rojanski

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Neuma, Socorro Santos e Marli

Nivito e Canela

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Olimpio Guarany e Silas Jr.

André, Fausto, Sonia Guga e namorada
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Ze Maria, Ney, Célia, Thales e Marilene Zeca Mont’Alverne e Paulo Tarso

Fotos: Sonia Canto

segunda-feira, 29 de março de 2010

BRASIL 500 PÁSSAROS

BIGUÁ OU MERGULHÃO (Phalacrocorax brasilianus)

Os mergulhões da capa do livro Adoradores do Sol (foto de Geórgia Marques) fazem parte do cotidiano de quem passa na frente da cidade. Eles ficam ali sobre as traves dos campos do futelama, no barro do mangue batido pelas marés do rio Amazonas.

Esses pássaros que penetram no fundo das águas para tirar seu sustento são os verdadeiros adoradores da energia imantada pelo astro-rei, seja em tempos de equinócios ou de solstícios, de chuva ou de vento. Absorvem a luz e se enamoram do dia até o pôr-do-sol, quando voam em bandos para o seu viveiro nas copas das árvores do Curiaú. A eles, que enfeitam a paisagem elegantemente, como diria o poeta amazônico Luiz Jorge Ferreira, a minha eterna gratidão por fazerem meus olhos contemplarem essa beleza cênica que a natureza deu aos habitantes de Macapá.

  megulhoes1 Comprimento: 70 cm; Peso: em torno de 1,3 kg.

Presente em todo o Brasil e desde o sul dos Estados Unidos até a extremidade da América do Sul. Habita as beiradas de lagos a água doce, rios estuários e ilhas próximas à costa. Nada bem, impulsionada por membranas natatórias nos pés, alimentando-se de peixes e camarões de água doce. Faz ninho sobre as arvores em matas alagadas, às vezes entre colônias de garças, pondo cerca de 6 ovos pequenos, de cor azul claro e cobertos por uma crosta calcária. O período de incubação dura em torno de 24 dias. Ave social, freqüentemente observada em grandes bandos, voando baixo, a pouca distancia da água, agrupados em linha ou em formações em v. em algumas regiões da Amazônia são encontradas concentrações de milhares indivíduos. Como no lago Mamirauá, no Amazonas. Percorre grandes distâncias: foram encontrados no Rio Grande do Sul (Lagoa dos Patos) indivíduos anilhados na Argentina, a 1400 km de distância. Conhecido também como biguá-uma, mergulhão, imbua (Baixada Fluminense), pata-d’agua (Recôncavo Baiano), corvo marinho e miuá (Amazonas). O nome deriva do tupi, mby=pé+guá=redondo.

Embaixo do Sol

grav_amazon (30)_menor “Em Macapá adoramos, sim, não as dores, mas o sol, a luz
que emana todos os dias sobre nossas cabeças; a luz divina que
explode radiante em nossos sonhos e em nossas memórias.” (Fernando Canto)

A FLAUTA DE MOZART

Publicado no jornal “A Gazeta” de domingo, 28/03/2010

Foi ouvindo pela enésima vez um Andante Cantabile de uma Sonata para Piano de Mozart que pude perceber verdadeiramente a força musical desse gênio do século XVIII. Tão grande é a sua pujança e força que remete o ouvinte para obras mais significativas produzidas por ele desde a mais tenra idade. Conta-se que aos cinco anos escreveu com facilidade um concerto para piano de difícil execução, aos seis aprendeu violino por si mesmo e aos oito já era um compositor tecnicamente seguro. Diziam que encarnava duas personalidades: uma como o menino igual aos outros que fazia suas brincadeiras e travessuras e outra em que era visitado pelo gênio sagrado da música e ficava em êxtase, aprisionado unicamente pela música. Em suas cartas dizia que não sabia explicar sua forma e método de compor, mas que quando estava em boa disposição, e só, os pensamentos musicais assaltavam-lhe a mente com abundância. Ignorava de onde precediam esses pensamentos e como chegavam a ele, e que nisso a sua vontade não tinha a menor intervenção. Ora, Platão dizia há muito tempo: “Aprender é recordar-se!”

No filme “Amadeus”, o compositor austríaco nascido em Salzburg parece ser um grande e irresponsável gozador, com a sua risada irônica e inesquecível. Seu talento despertou invejas e ciúmes. E entre os seus inimigos estava o Príncipe-Arcebispo de Salzburg, uma fonte de vaidade que se contrariava em saber que alguém pudesse ser mais famoso do que ele próprio. Evitava a todo custo o crescimento da notoriedade do compositor, que já era grande. Após alguns episódios despóticos em que Mozart e seu pai ficaram em estado de penúria, a Maçonaria de Viena, fiel aos seus postulados de Fraternidade, foi ao encontro de Mozart, dando-lhe amparo moral e financeiro. Segundo Fernandino Barbosa (Jornal O Liberal, de Goiás) o compositor foi recebido na Loja “A Caridade” em 1784 e se tornou um maçom exemplar, alcançando graus elevados e progresso, pelo seu trabalho. Maynard Salomon, no seu livro “Mozart, uma vida”, cita que quando da sua iniciação o Venerável Mestre daquela Loja, Aloys Blumaer, vaticinou em seu discurso: “Abençoada seja neste dia a humanidade. Para o teu bem e tua glória entra hoje um membro para esta grande Irmandade; nos degraus deste solene altar, um dos teus filhos faz o juramento inquebrantável de a nos unir, consagrando-se na virtude e na sabedoria!”

Mozart fez parte de outras Lojas e compôs inúmeras músicas referentes à Maçonaria, entre as quais, “Pequena Cantata Maçônica”, “Hino da Maçonaria”, “A Viagem do Companheiro”, “Tu, Alma do Universo” e a famosa “A Flauta Mágica”, que para Sylvio Soares in “Vultos da Humanidade”, é um verdadeiro ato de fé maçônica e expressão total de sua filosofia, pelo incentivo que sentimos de progresso e de amor divino.

Salomon informa que Mozart era maçom e illuminati, pois nesse tempo as duas Ordens eram unidas nos mesmos ideais e se baseavam no mesmo princípio. Seu fundador, Adam Weishaupt, dirigiu por muitos anos a maçonaria austríaca. E ao que tudo indica, ainda de acordo com o autor acima citado, o compositor pertenceu a outras sociedades secretas. Dizia manter contato com os “Irmãos Asiáticos” (?) e a Rosa-cruz, cujo rei da Prússia, Friedrich Wilhelm II, seu amigo íntimo e confidente, era o Imperatur, ou seja, o dirigente maior da Ordem Rosa-cruz. Mozart se envolveu em muitos episódios envolvendo a Maçonaria, inclusive defendendo os Illuminati, quando o imperador Joseph II proibiu essa Ordem na Baviera, em 1785, devido atritos entre Estado e Igreja.

O compositor morreu aos 35 anos num dia de violenta nevasca. Seu túmulo ficou ignorado para sempre, mas sua genialidade ungida pelo espírito da música jamais se apagará da memória da humanidade. Essa foi a mágica de sua flauta.

Fotografia disponível em: www.ufmg.br/online/arquivos/005983.shtml

sábado, 27 de março de 2010

Lançamento de ADORADORES DO SOL, de Fernando Canto‏

Por Mariléia Maciel

Uma de nossas maiores referências turística, cultural e particularmente natural é tema do texto que dá nome ao mais recente livro de Fernando Canto. O fenômeno Equinócio, apreciado por centenas de pessoas duas vezes por ano do alto do obelisco do monumento do Marco Zero do Equador é retratado na crônica Adoradores do Sol que sintetiza um costume cultural e religioso universal, trazida dentro de nós pela memória de nossos ancestrais que desde as mais antigas civilizações já cultuavam o sol.

A obra Adoradores do Sol é uma coletânea de 101 crônicas que foram publicadas em cinco jornais de circulação local entre 2007 à 2009. Os textos revelam essencialmente a vida de brasileiros, em particular os amapaenses, que são rotineiramente escolhidos como personagens dos textos deste sociólogo e músico que convive diariamente com a cultura regional sendo contador e protagonista de diversas histórias que são ditas em toda a cidade.

Fernando Canto é um artista talentoso e criativo. Dono de uma linguagem que ora e vez é impregnada de elementos poéticos, o que torna o seu texto rico, agradável e carregado de informações que dão consistência e substancialidade às crônicas e artigos que ele tão bem vem produzindo ao longo dos anos, compartilhando conosco esse acervo precioso, registrando em prosa suave e airosa suas pesquisas sociológicas e históricas, bem como impressões e poemas que enriquecem os textos”, relata o também escritor Paulo Tarso.

Laguinense apaixonado pela cultura, Fernando Canto é autor de oito livros e fez sua estreia na literatura muito cedo, ainda na adolescência escrevia peças de teatro para o grupo de jovens da Igreja São Benedito. Há trinta e cinco anos formou o Grupo Pilão que é uma das grandes referências musicais do Amapá que sempre valorizou as tradições amapaenses, sendo talvez o primeiro a introduzir marabaixo e batuque em suas músicas.

O lançamento de Adoradores do Sol será dia 30 de março, às 19:00, no Monumento Marco Zero. No lançamento o livro custará R$ 30,00, após, será vendido em diversos pontos literários da cidade.

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Obs.: Obrigado Mariléia.

É BIG! É BIG!

iago_ Iago, filho do meu irmão Eduardo Canto, comemorou seus 5 anos. Parabéns.

É BIG! É BIG!

gigi_filha da solzinha Parabéns à Giovanna que comemorou 8 anos ontem. Gigi é filha de minha prima Sol e Cristóvão Lins.

COLUNA CANTO DA AMAZÔNIA

Publicada no jornal “A Gazeta” de sexta-feira, 26/03/2010

SERVIÇOS AMBIENTAIS

fort_interior A Fortaleza de São José de Macapá vai abrigar em suas dependências nos dias 29, 30 e 31 de março o Seminário sobre Pagamentos de Serviços Ambientais: uma proposta para as Terras Indígenas do Parque do Tumucumaque, que entre outras coisas visa o esclarecimento sobre o sequestro do carbono.

Quem promove é a APITIKATXI – Associação dos Povos Indígenas do Tirió, Kaxuyana e Tchikuyana.

FESTA DO TAMBOR

marabaixo_17052009379 Um grupo de entusiastas laguinheses, entre os quais, Mário Corrêa, Carlos Piru, Dô, Ilan e Sucuriju, promoverão “A Festa do Tambor”, no período de 08 a 15 de maio no Ginásio da A. R. São José e no Centro de Cultura Negra.

De acordo com eles, trata-se de uma comemoração aos 65 anos de povoação do bairro e uma homenagem às famílias que para lá foram deslocadas no Governo Janary Nunes em 1945. “Uma história de luta e persistência”, dessas famílias, segundo os promotores.

Haverá participação de grupos culturais, artistas e instituições esportivas do bairro, por meio de exposições, jogos, apresentações folclóricas e teatrais, entre outras. Será um evento que realmente poderá envolver todos os segmentos representados e atuantes no Laguinho, considerado como o “Berço da Cultura Amapaense”.

PRÊMIO AMIGO DA CULTURA

liba A Liga Independente dos Blocos do Amapá – LIBA, entregará no dia 17 de abril a quinta versão do Prêmio “Amigo da Cultura”, possivelmente no Macapá Hotel, como das outras vezes.

Pereirinha, que está deixando a direção da entidade para se candidatar à LIESA, enquanto conselheiro do Império Santanense, informa que serão homenageados o governador Waldez Góes, o prefeito Roberto Góes e o Marabaixo amapaense no início de seu ciclo anual, e os patrocinadores que sempre apoiaram a entidade, como o Bar do Abreu.

FALTA DE RECONHECIMENTO

Filhos do saudoso “Ministro da Educação” e simpática figura e pioneiro do comércio amapaense, Durval Melo, reclamam a falta de reconhecimento a esse emérito empresário e maçom que chegou do Afuá em 18 de março de 1944, antes mesmo da instalação do Governo Territorial. Durval teve vários empreendimentos comerciais, inclusive o Café Society, onde o Tadeu Pelaes tomava seu Flip Guaraná diariamente.

A viúva de Durval, professora Sulamita Fernandes de Melo, que atuou nas escolas Alexandre Vaz Tavares, Pe. Dário e Sebastiana Lenir, fez 81 anos de idade, e é mais uma educadora que nunca teve seu trabalho reconhecido. É hora dos vereadores pelo menos lhe darem um título de cidadã macapaense.

HUMBERTO CANTOR

humberto_moreira O dublê de cantor e jornalista Humberto Moreira fará novo show musical comemorativo aos seus 60 anos de idade no dia 07 de maio próximo, em lugar a ser anunciado brevemente, com a produção musical de Sônia Canto Produções.

Humberto é editor do caderno de esportes aqui de “A Gazeta” e até hoje exerce concomitantemente suas atividades de escriba e cantor. Começou ainda muito jovem como crooner do conjunto “Os Joviais”, passando pelo “Os Cometas” e outros grupos musicais. O quase sexagenário filho do seu “Piloto” já foi inclusive enredo da Escola de Samba Piratas da Batucada.

Já é tempo de Humberto também reunir suas crônicas esportivas e memoriais em livros para que fique seu testemunho dos acontecimentos esportivos mais importantes da nossa terra e seus personagens reais.

CALENDÁRIO DO MARABAIXO

daniela ramos Daniela Ramos, da Associação Raimundo Ladislau, já está divulgando o calendário das festividades do Marabaixo do Laguinho, que homenageia anualmente o Divino Espírito Santo e a Santíssima Trindade.

Ali o ciclo inicia no dia 04 de abril, a partir das 17h00. É o Domingo de Páscoa ou Marabaixo da Ressurreição. O ciclo reinicia no dia 08 de maio e vai até 06 de junho, com o Domingo do Senhor.

No Laguinho o Marabaixo vai acontecer na casa da Dona Biló (Rua Eliezer Levy) e na casa do Pavão (Av. José Tupinambá de Almeida). Na Favela será na casa da Dona Irene Costa (Av. Mendonça Furtado) e na casa da Dona Natalina (Av. Duque de Caxias). 2.400 litros de gengibirra serão oferecidos aos participantes, só no Marabaixo da Dona Biló, onde virão para a abertura grupos de Mazagão e do Torrão do Matapi.

ZUNIDOR

O projeto cultural da SECULT “Teia Cultural” beneficia a Fortaleza de São José com a publicação de uma cartilha interpretativa dos elementos arquitetônicos do monumento. Tem por objetivo facilitar os professores que lidam com seus conteúdos.

Também serão modernizados seus equipamentos, já que em maio ocorrerá a Semana Nacional de Museus, onde uma programação própria será realizada.

capa abilash Capa do livro de lulih Rojanski

Hoje tem sarau no SESC para comemorar o Dia Nacional da Poesia, com sessão de autógrafos de livros dos escritores Luli Rojanski e Romualdo Palhano.

prof_tavares

Reitor da UNIFAP, Professor Tavares, candidado à reeleição.

Continuam os debates que antecedem as eleições para reitor na UNIFAP: hoje às 09h00 e dia 31 às 13h00 na cantina do campus. Participe da vida democrática da academia.

agostinho_henriques Agostinho Lopes é um dos pretendentes a ocupar a cadeira de Pereirinha na LIBA.

capa_frente Será na próxima terça-feira, dia 30, finalmente, o lançamento do meu livro “Adoradores do Sol”, às 19:00h, no Monumento Marco Zero do Equador. Desde já agradeço a todos pela divulgação e pela presença no evento.

Inderê! Volto zunindo na sexta.

segunda-feira, 22 de março de 2010

ADORADORES DO SOL

Do blog DE ROCHA!, de Elton Tavares: www.eltonvaletavares.blogspot.com

eu e fernando canto

Foto: Elton, Fernando Canto. Ao fundo, sentada, Paula e de pé Julia Canto

O compositor, sociólogo, poeta e escritor (ufa! Ele é F..mesmo) Fernando Pimentel Canto, lançará, no próximo dia 30 de março, ás 19h, no Monumento Marco Zero do Equador, o livro “Adoradores do Sol, Novo Textuário do Meio do Mundo”.

A obra reúne crônicas do autor, que discorreu sobre assuntos do Amapá e Região Norte do Brasil. O evento será realizado pela agência Sônia Canto Produções, com apoio da Confraria Tucujú e patrocínio da Prefeitura de Macapá (PMM).

Eu costumo ler o que Fernando escreve em sua coluna semanal do jornal A Gazeta e em seu blog “Canto da Amazônia”, no endereço: http://fernando-canto.blogspot.com/ . Posso afirmar que seus escritos são fantásticos. Ele poetiza, satiriza e relata as peculiaridades do Amapá com sacadas históricas incríveis.

Vale á pena prestigiar o lançamento da publicação e, é claro, comprá-la. O livro custará R$30,00. Os postos de venda ainda serão definidos.

Fernando Canto

Paraense de Óbidos, Fernando é amapaense de coração. Cresceu no bairro do Laguinho, parte de Macapá que ele adora descrever. É Funcionário da Universidade Federal Do Amapá (Unifap). O “Barba”, como o chamo carinhosamente, faz parte do Grupo Pilão, lendária banda amapaese.

Ele já venceu vários festivais de músicas com suas composições magníficas. Foi parceiro dos principais compositores do Estado e publicou diversas obras literárias. Não é á toa que costumo dizer que sou fã dele.

domingo, 21 de março de 2010

A MALÁRIA E A MORTE DE GALLUCIO

Publicado no jornal “A Gazeta”, de domingo 21/03/10

091220081357 Quando leio nos jornais que um novo surto de malária está ocorrendo nas comunidades indígenas do Oiapoque, pergunto logo quando será que essa doença, que já vitimou tanta gente, será erradicada.

Amigos e conhecidos morreram dessa doença terrível. Vi pessoas no interior e aqui mesmo em Macapá tremendo de febre e me senti impotente diante da falta de remédio e de outros recursos para poder ajudá-las. Sabia que ela era uma doença infecciosa causada por um parasito do gênero plasmodium, transmitida entre pessoas por um mosquito chamado anofelino, mas me confundia com os nomes dados a ela: maleita, sezão, impaludismo, febre intermitente, tremedeira, febre terçã, febre quartã, etc..

E se hoje ela ainda mata muita gente imaginem então nos tempos da Colônia. Em 1752 Mendonça Furtado veio à Macapá para tentar conter uma grande epidemia de malária, acompanhado do único médico da província do Grão-Pará. Anos depois, em 1769, Galúcio, o engenheiro construtor da Fortaleza de São José, morreria de “hidropezia” (segundo o médico-cirurgião da obra), a acumulação de líquido seroso em tecido ou em cavidade do corpo, e uma conseqüência da maleita, pois os plamódios vivem nos glóbulos vermelhos e no fígado do homem. Outros sintomas são os acessos febris, a anemia, que resulta da destruição contínua dos glóbulos vermelhos e a esplenomegalia, que é o aumento do baço.

Mas ainda que a malária seja uma doença frequente nos países tropicais, não é exclusiva deles. Nas vastas regiões pantanosas do norte da Europa, nas regiões bálticas, no sul da Suécia, Holanda e muitas outras regiões têm ocorrido focos de malária. Ela é uma enfermidade conhecida desde a Antiguidade. Os textos de Hipócrates já falavam de febres intermitentes acompanhadas da descrição dos sintomas característicos, como aumento do tamanho do baço e anemia. Hipócrates discorria ainda sobre as causas da doença. Por exemplo, recomendava construir as cidades no alto das montanhas ou em ladeiras, evitando os vales e a proximidade com os pântanos e zonas úmidas. Segundo os escritos, nos vales e zonas pantanosas o “ar impuro” provocava enfermidades de todo tipo. Daí se pode compreender melhor o significado do termo malária, que vem do italiano “mal aria”, ou seja, mal ar.

O papel que esse mal tem desempenhado na humanidade é muito maior que supomos habitualmente. Há testemunhos escritos de que as “febres” despovoaram cidades inteiras. Éfeso, na Grécia, cidade que São Paulo sempre visitava foi destruída por ela. A transformação do rio Caistro em zona pantanosa, as guerras, os terremotos e a expansão dos pântanos contribuíram para a sua destruição, precipitada pelas epidemias de malária que selaram para sempre o destino de seus habitantes. Durante as campanhas napoleônicas no norte da Itália (1796 e 1797, em especial em Mantua, muitas baixas foram causadas pelas temidas febres. Curiosamente foi nessa cidade que nasceu Henrique Galúcio. Os conquistadores espanhóis trouxeram a malária ao Novo Mundo, de onde precisamente vem o primeiro remédio eficaz contra a doença: o quinino, que se obtém das árvores do gênero Chinchona. Sua eficácia gerou a importação indiscriminada da árvore pelos europeus, a partir do século XVII, e se converteu num negócio muito lucrativo em que os jesuítas também participavam. A produção do quinino provocou uma elevação generalizada nos preços e o aparecimento de falsificações. Só em 1854 é que os holandeses começaram a cultivar as árvores nas suas colônias da Ásia, o que veio cobrir totalmente a demanda.

Muitos avanços ocorreram na história da malária, mas apesar disso os estados do norte ainda convivem com ela. E são preferencialmente os pobres e necessitados das mais longínquas paragens da Amazônia os mais atingidos por ela.

P.S. Este texto – republicado aqui - é uma homenagem aos 228 anos de fundação da Fortaleza de São José de Macapá, em 19 de março, e a Gallucio, seu construtor.

sábado, 20 de março de 2010

É BIG! É BIG!

iris_ocirema Parabéns a minha cunhada Iris Cavalcante que aniversaria hoje. Na foto, com Ocirema, também minha cunhada. Felicidades.

sexta-feira, 19 de março de 2010

COLUNA CANTO DA AMAZÔNIA

Publicada no jornal “A Gazeta” de sexta-feira, 19/03/10

ELEIÇÕES PARA REITOR

consun_eleição Em reunião realizada no dia 15 de março, o Conselho Universitário, da UNIFAP aprovou o Regimento Eleitoral que vai orientar a escolha do novo reitor para o interstício 2010-2014. A equação matemática que vai apurar os votos será a da paridade quantitativa, com 33% para os três segmentos, ressalvando-se a proporcionalidade.

As inscrições das chapas ficaram abertas até o dia 17 e o pleito (consulta prévia) será no dia 14 de abril. Até o fechamento da coluna apenas duas chapas pretendiam se inscrever: a do atual reitor, professor José Carlos Tavares e a do professor Adalberto Carneiro

CONFERÊNCIA DE CULTURA

O universitário multimídia Paulo Zab, do projeto Pró-Estudante Cultura da UNIFAP, participou recentemente em Brasília como delegado do Estado do Amapá na Conferência Nacional de Cultura, onde foram discutidos cinco grandes eixos temáticos, entre os quais Cultura e Universidade e Cultura, Cidade e Cidadania.

No debate também entrou a questão da PEC-150, pois, segundo o presidente Lula, a cultura é uma das vertentes que vai receber o fundo social do pré-sal. Uma proposta interessante, de acordo com Zab, é a de número 187, que trata do custo amazônico sobre preços de produtos culturais e transportes. Para ele, a Amazônia merece um trato melhor devido à distância e a dificuldade histórica de transportes e de intercâmbio no setor.

C&T E INOVAÇÃO

Acontece até hoje a 2ª Conferência Regional Norte de Ciência, Tecnologia e Inovação, em Belém, no Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia.

O tema debatido é: Política de Estado para o Desenvolvimento Sustentável, sob a coordenação do CONFAP, CONSECTI e Ministério da C&T.

No Amapá pouco ou quase nada se fala dessa área tão importante para o desenvolvimento social, principalmente sobre as inovações na sociedade, nas empresas e pesquisa e desenvolvimento em áreas estratégicas. Se os avanços existem não são divulgados.

SEMANA DAS ÁGUAS

sem_agua_rio pedreiraProssegue até segunda-feira a “Semana da Água”, projeto do deputado Joel B anha que instituiu no âmbito das escolas de ensino médio e fundamental esse evento, que tem por objetivo nortear os estudantes quanto aos métodos de preservação e conscientização das pessoas sobre a importância dos rios e mananciais aquáticos da Amazônia.

A lei dá autonomia às escolas para realizarem palestras, debates e cursos, além de exibição de filmes, montagens de peças teatrais e concursos literários relacionados ao tema. A “Semana” já faz parte do calendário anual das escolas e todas vêm fazendo trabalhos de grande aceitação pelos estudantes. (Foto: Fernando Canto. Visão privilegiada do Rio Pedreira.)

CONCURSO DE CONTOS

escritor_rui guilherme (1) A Associação dos Magistrados do Amapá vai promover o seu primeiro concurso de contos, com o objetivo de incentivar a produção literária dos seus associados.

Os interessados em participar deverão ainda esperar a divulgação do regulamento para breve, pois nele obviamente estarão os detalhes da premiação, período de inscrição, quantidade de laudas por conto, etc. Mas pode-se adiantar que cada concorrente poderá participar com até três contos inéditos.

A idéia do concurso é do juiz e escritor Rui Guilherme autor de “O Velho”, seu mais recente livro, publicado pela Scortecci.

ORLANDO CARNEIRO

orlando_ronaldobandeira_fernando Depois de alguns anos sem contato eis que encontro meu amigo e escritor paraense Orlando Carneiro em um site. Com ele e o jornalista e escritor Ronaldo Bandeira fizemos a “Nossa Tribo”, um hermético clube literário em Belém, no início dos anos 90.

Agora Orlando se prepara para lançar dois livros. O primeiro se chama “+1? O Churrasco Descomplicado – Aventuras Gastronômicas de um Amador Palpiteiro” e “Canto de Página II”. Segundo Orlando, “o primeiro é uma grande e séria brincadeira que ensina a fazer churrasco, pirão com ovos escaldados, ensina que rabo também se come e que é excelente com manteiga; a importância do dedo e da língua; que a língua tem que ser no ponto ou bem passada, até porque ninguém gosta de língua mal passada, coisas assim. O segundo traz 25 crônicas e contos publicados em jornais”. (Na foto: Orlando Carneiro, Ronaldo Bandeira e eu em um dos encontros da “Nossa Tribo”, no Bar Chamego, em Belém.)

ZUNIDOR

Hoje é dia de São José, nosso padroeiro. Que ele continue derramando suas bênçãos sobre o povo amapaense.

Continuam abertas e valendo as inscrições para a 7ª Edição do Prêmio Clarival do Prado Valadares 2010 – Patrocínio de Pesquisa Histórica Inédita e Publicação de Livro. Informações: www.odebrecht.com

Projeto do Curso de Comunicação da UNIFAP em andamento. O Processo Seletivo será realizado este ano. Um ano antes do previsto pelo REUNI. Serão ofertadas cinqüenta vagas para a primeira turma de 2011. No processo de implantação obviamente serão realizados concursos para professores da área.

Será no dia 30 o esperado show da cantora Rebecca, no SESC Centro. Será que vai começar na hora?

A XXIV edição do Prêmio Jovem Cientista, promovido pelo CNPq, que traz o tema “Energia e Meio Ambiente – Soluções para o Futuro” teve as inscrições prorrogadas até o dia 30 de junho de 2010. Informações: www.jovemcientista.cnpq.br

De 29 de agosto a 01 de setembro, em São Carlos – SP, ocorrerá o SILACC 2010m – Simpósio Ibero-Americano de Cidade e Cultura. 03, com o tema “Cidade e Cultura: novas espacialidades e territorialidades urbanas”. Site: www.arquitetura.eesc.usp.br/silacc2010

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Dia 30, às 19h00, no Monumento Marco Zero do Equador será finalmente lançado o livro “Adoradores do Sol” de minha autoria. Traz crônicas e artigos publicados em jornais daqui.

 

Inderê! Volto zunindo na sexta.

228 ANOS DE FUNDAÇÃO DA FORTALEZA DE SÃO JOSÉ

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fort4 Fundada em 19 de março de 1782, a Fortaleza representa a gênese da cidade de Macapá. Hoje, restaurada, está disponivel para o usufruto dos cidadãos amapaenses e visitantes.

Vamos cuidar mais do nosso mais expressivo monumento arquitetônico, ícone da nossa identidade.

Fotos: Fernando Canto. Leléo, meu neto, ao fundo, curtindo o “lugar bonito”.

SÃO JOSÉ ILUMINADO

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saojose_cajado_nariz_quebrado saojose_ Obra do escultor português Antonio Costa, o mesmo que fez os leões do antigo Fórum.

Fotos: Juvenal Canto, que percebeu com suas lentes o nariz e o cajado do santo quebrados.

O RIO, O FORTE E A CIDADE

entorno_fortaleza (2) A cidade em festa se extasia diante da beleza do entorno do forte. É a Mairi dos Waiãmpi, revisitada num tempo espiralado, cíclico, onde Ianejar, o herói mítico, conduziu aquele povo para salvá-lo do infortúnio que o homem branco lhe causava. Mairi, a casa de barro que os livrou dos cataclismos de fogo e do dilúvio primordial, ainda causa espanto, pois ali permanece como uma estrela encravada num céu verde, molhada de mar. Permanece com seus olhos mirando o infinito, caçando corsários inexistentes, mas possíveis. Existe numa terna relação com o Rio dos Rios, sob a energia do equinócio que se alastra e que se acende, mas que não basta em si mesma para gerar mais sonhos.

fort1 A cidade se vincula mais e mais ao Rio dos Rios. E o contínuo embate da maré com o arrimo dos muros prova quem tem mais força. A fortaleza, entre a terra e a água, não parece se comprimir nesse combate. Nem quando a chuva e o sol lhe fustigam, ou lhe torram ou lhe molham por seguidas décadas, desde que escolhida foi para ser a sentinela, a guardiã da foz nos tempos da colônia, quando a cobiça era maior que o tamanho da Amazônia. Uns olhos miravam os olhos miradores abrigados nas guaritas, executando ordens e os mais legítimos gestos da conquista. No Rio dos Rios tralhotos maldiziam a cobiça e caruanas balançaram as turvas águas que de doce tinha só o gosto.

fortaleza002_reduzida Na trilha da história poucos contam dos castigos infindáveis, imputados a muitos. Nem falo do sangue dos revéis ensandecidos, do couro dos boçais encalcetados, da forca promovida pelo banzo, da dor que atravessava um oceano de lonjura até o Oriente - ali onde a amada talvez estivesse livre, amamentando um príncipe sem reino e povo. A história não só conta; a história dói porque observa a obra humana e sua conduta. Em nome de tão poucos homens de honra.

Ao homem cabe a construção de sua defesa e da intenção que uma aventura lhe carrega. Construir, porém, não é nada, se mãos não possuírem gestos e sombras não imitarem corpos. Ao sol do meio-dia, no entanto, almas nuas ficam sem sombra, e homens assombrados têm medos de seus próprios passos. Ora, mas estamos no equador, que é uma panela escaldante cheia dos temperos mais picantes onde se sabe que não há pecado em pecar demais. Não é castigo ser leão atroz, e devorar o sonho e estilhaçar quebrantos de vidas que miram apenas no vazio do horizonte. Porque não há horizonte, há um grande cemitério de mãos e pés que foram úteis.

fort2 O forte de Galúcio se desmorona em alegria. José, o santo carpinteiro, já não se assusta mais com os gritos dos que chegam ao caravançarai, o abrigo de Maria e do Menino que nascerá e fugirá do recenseamento de Herodes. Ambos, no entanto, estão presentes agora, ali nos baluartes, junto a todos que morreram em sacrifício, contemplando o rio e orgulhosos do trabalho que ajudaram a realizar.

 

Texto publicado no Jornal do Dia, em 2007. Faz parte da coletânea ADORADORES DO SOL – Novo textuário no meio do mundo.

Fotos: Arquivo de Fernando Canto

quinta-feira, 18 de março de 2010

LANÇAMENTO DO LIVRO “ADORADORES SO SOL”

capa_frente Adoradores do Sol é uma obra plurissignificante, pois reúne alguns trabalhos que originalmente foram publicados na imprensa e que abordam temas primordiais para todos os brasileiros, principalmente os que habitam esta região.
Fernando Canto é um artista talentoso e criativo. Dono de uma linguagem que ora e vez é impregnada de elementos poéticos, o que torna o seu texto rico, agradável e carregado de informações que dão consistência e substancialidade às crônicas e artigos que ele tão bem vem produzindo ao longo dos anos, compartilhando conosco esse acervo precioso, registrando em prosa suave e airosa suas pesquisas sociológicas e históricas, bem como impressões e poemas que enriquecem os textos.
Intelectual atuante, artista cuja sensibilidade o faz destacar-se tanto na literatura como na música, seu trabalho sempre é bem recebido por todos aqueles que são ávidos pelo que há de melhor em nossa literatura.
Neste Novo Textuário do Meio do Mundo nos deparamos com um conteúdo que nos encanta desde o primeiro parágrafo. Em meio a tantos livros supérfluos, podemos comemorar a chegada de Adoradores do Sol como um fato da mais extrema importância para nossas letras, que sempre tiveram no autor de O Bálsamo um escritor pródigo em nos legar textos de um lirismo aconchegante, bem ao estilo dos melhores poetas da língua portuguesa. Por isso Macapá agradece por ter, entre seus escritores, Fernando Pimentel Canto, um cantador cheio de amor por esta terra, sua gente e história. (Paulo Tarso Barros)

A exemplo do que escreveu em Telas & Quintais (1987), Fernando Canto mostra nesta nova coletânea de textos publicados em jornais macapaenses de 2007 a 2009, um panorama da vida amapaense.
Tanto a cultura como outros aspectos sociais locais são evidenciados num vasto panorama no qual o autor retrata com personalidade e autenticidade suas memórias e opiniões, através de uma linguagem acessível a todos.

Serviço:

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Data: 30/03/10             Hora: 19:00h

Local: Monumento Marco Zero do Equador

Valor de lançamento do livro: R$ 30,00

Contato:

Sonia Canto Produções: 8111-0695 – smcanto@msn.com